Nove

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— Não podemos ir embora agora. — murmurou James. — Cara, isso é constrangedor.

Estavam em um quarto mal-iluminado, não conseguiam ver nada além do corpo um do outro, e eles estavam trancados ali, dificilmente sairiam.

— Eu tenho um plano. — murmurou Snape. — Mas parece que vou ter que testar algo.

— Desde que nos tire daqui. — murmurou o Ômega, muito desconfortável com a situação toda. Afinal, ele era um Ômega Puro que estava muito excitado, preso em um local escuro com um Alfa da Noite no mesmo nível de excitação que ele, e o cheiro de Snape estava por toda parte - forte, adocicado, o deixando hipnotizado por ser tão potente.

O toque em seu braço o fez pular pelo susto, fazendo Snape revirar os olhos para James, que apertou os lábios em irritação.

— O que está fazendo? — exigiu, de cenho franzido. Por que quando o Sonserino tocou seu braço ele sentiu um arrepio, algo que revirou seu estômago, que fez seu coração disparar? Ele não podia dizer com clareza, mas a sensação continuava em si, se intensificando quando o Alfa o olhou.

— Estou tentando achar uma saída deste lugar, e tenho um palpite de que ele está fortemente protegido pela magia da Deusa. — Snape começou a explicar. — O poder dela, através do contrato, nos fez querer o toque um do outro. Então, estamos presos aqui, pelo menos até nos tocarmos mais, já que, pelo que parece, o lugar fica mais iluminado a cada toque.

James olhou ao redor, não vendo nada devido ao escuro. Na verdade, ele nem sabia como conseguia ver o rosto e corpo de Snape naquele breu. Hesitantemente, ele se aproximou um pouco do outro, erguendo a mão e tocando o peito quente, os olhos fixos em sua mão ao invés do escuro.

Um movimento atrás das costas do Alfa chamou sua atenção. Ele olhou e franziu a testa em concentração, porque ele tinha certeza que aquela porta não estava ali antes. Ele se levantou para ir até ela, mas no momento em que ele pisou no chão frio e soltou a pele do outro, tudo ficou escuro novamente, inclusive Snape.

— Acho que isso quer dizer que você não pode levantar da cama também. — a voz de Snape soou diferente, meio humorada e meio sarcástica, fazendo o mais baixo bufar irritado e se jogar na cama, fechando os olhos com força.

Ele sentiu um movimento ao seu lado, mas não se moveu, mesmo quando o calor do Sonserino Alfa era a única coisa que o aquecia, porque até mesmo os cobertores estavam frios. Ele tremeu, mas era orgulhoso demais para pedir que o outro o abraçasse. James até mesmo tentou se virar de costas e tentar dormir, mas estava frio demais, silêncio demais para ele, que era acostumado com as discussões e risadas altas de seus amigos. De repente, aquele lugar pareceu muito monótono, morto.

— Você... — os dois bruxos surpreenderam um ao outro por falarem a mesma palavra ao mesmo tempo. Se viraram, juntos, se olhando nos olhos, verde no preto, sem expressão, apenas se encararam. Pelo menos até James se virar completamente para Severus, enquanto este ainda estava parado, observando-o fixamente.

Severus estava nervoso, embora não demonstrasse. Ele nunca ficara nervoso com nada - nem com Narcisa, que fora sua primeira vez. Ele só foi guiado por seus instintos de Alfa, não chegou a ficar nervoso em momento algum. Mas agora, com Potter, ele estava nervoso, pois não sabia o que esperar e aquilo o deixava hesitante e irritado. Não saber de algo o deixava irritado, na verdade. Ele era um Sonserino, afinal, e pisar em terrenos desconhecidos os faziam fugir ou procurar meios de aprender sobre tudo ao seu redor antes de dar o próximo passo. Nada era feito sem planejamento, e Potter era, neste momento, o terreno desconhecido que não oferecia aprendizado nenhum. Não havia como planejar nada naquele instante e isso o assustava.

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora