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Pela manhã

Lucas - Sua maluquinha! Quase te perdi por essa sua impulsividade.

Grazi - Aquele carro surgiu do nada e veio direto pra cima de mim...- relembro.

Lucas - Cê tem certeza?- ela concordou com a cabeça. Conversamos mais um pouco e não consigo disfarçar a alegria que estou sentindo por vê-la bem. Um pouco assustada e com dores,mas bem. 
Ela ainda está sendo medicada com anti-inflamatório e remédios para dor, por isso sente muito sono. Fico observando ela enquanto a mesma dorme e acabo cochilando algumas vezes.
Ela ficou internada por dois dias por conta das medicações,mas depois foi liberada para continuar o tratamento em casa. A Gigi não tinha idade para visitá-la no hospital e chorou bastante por falta da mãe. Mas quando a Grazi chegou em casa a Gigi era um grude só, ela não queria sair de perto da Grazi por nada e sempre queria ajudá-la em tudo. Dava para sentir sua preocupação.

Graziella
Eu estava me recuperando aos poucos, o meu pulso ainda doía e era difícil me apoiar nas muletas para tentar caminhar. Também era engraçado ver a Gigi tentando me ajudar,era muito fofinho ver todo o cuidado dela comigo.
O Lucas ficou os primeiros dias em casa me ajudando,mas teve que voltar ao trabalho para cumprir sua agenda e compromissos. Mas quando ele estava em casa se doava 100%  para cuidar de mim e da Gigi. Eu achava o máximo quando ele me carregava no colo para todos os lados.

Um certo dia...

Antônio - Oi minha filha!- beijo sua testa e entrego as flores que trouxe. Sento ao lado dela que está com a Gigi esparramada no seu colo.

Grazi - Obrigada pai,são lindas!

Antônio - Não tanto quanto vocês duas!- elas sorriram e a Gigi me abraçou com muita ternura.

Grazi - E a mãe,não quis vir contigo?

Antônio - Na verdade eu meio que fugi dela.- ela ri.- Disse que iria direto para a construtora. Mas ela disse que vem mais tarde com a Lariza,elas estão com trabalho acumulado na imobiliária desde que sua melhor funcionária sofreu um pequeno acidente.- ela ri.

Grazi - Tadinhas,deixei elas na mão e mesmo assim elas sempre dão um jeitinho de vir aqui me ver todos os dias.

Antônio - Um pouco de tumulto às vezes é bom,nos tira da zona de conforto. Mas isso jamais impedirá sua mãe de vir te ver.- ela sorriu.- E você bambina?

Gigi - Eu tô bem!- falo jogando no celular.

Antônio - Está crescendo muito rápido, como sua mãe...- a Grazi me olha.- Parece que foi ontem,quando eu e sua mãe chegamos em casa com um pacotinho nos braços. Você era tão pequenininha,mas tão bochechudinha e nós dois tão inseguros e sem experiência. Ahhh,me lembro como se fosse hoje,o medo que sentimos de fazer tudo errado.- ela sorriu.

Grazi - Mas você já tinha o Alonso...

Antônio - Mas era diferente,naquela época tínhamos empregadas e quando tivemos você e a Lariza,a sua mãe fazia questão de cuidar de tudo sozinha e fora o medo que ela tinha de não dar certo,ela se desdobrava para fazer tudo dar certo. Até que um dia convenci ela de que precisávamos de ajuda e ela aceitou que tivéssemos uma empregada.

Grazi - É tão bom ouvir essa história sobre o seu ponto de vista,porque nós mulheres costumamos romantizar tudo. E ouvir você falando dessa forma, mostra que os homens ou pelo menos alguns deles (ele ri) também tem uma visão "romântica" do casamento e da paternidade. Acho que nesse sentido tive sorte,o Lucas também tem uma visão toda romântica sobre casamento e ter filhos...

Antônio - Falando nisso. Cadê ele?

Grazi - Eu disse que estava com fome e ele foi lá fazer alguma coisa pra mim.- digo isso e a Gigi levanta e vai em direção a cozinha.

Antônio - Ele é um rapaz de ouro!

Grazi - É,ele é muito especial.

Vazios e RessentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora