CAPÍTULO II

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Boa leitura!

Foi inevitável que Jeon Jungkook e Park Jimin se tornassem amigos. Não apenas porque eram vizinhos de frente, mas porque sua ascendência era semelhante. Vinham de duas famílias abastadas e bem colocadas na sociedade, que se tornaram tradicionais em Mobile.

O pai de Jungkook, Jeon JungHo, era um fazendeiro próspero, que a muito fugira da Coreia e conheceu Carrie Lynn Dashoon, com quem se casou e recebera, por herança de casamento, plantações imensas de algodão e cana-de-açúcar, que se perdiam em vasta extensão da Geórgia.

JungHo era um homem imponente, alto e de pele bem pálida, de cabelos escuros e perspicazes olhos negros, sorriso fácil e grande amor pela vida. Formado com louvor na Academia de West Point, deixara de lado a carreira militar que construíra para casar-se com Carrie, uma bela morena com pele cor de oliva, que vinha de uma família muito rica do Sul.

A casa em estilo grego em que viviam tinha uma famosa e belíssima escadaria que ia, em caracol, do andar térreo ao superior. Tudo era luxuoso, dos lustres de cristal ao mármore do piso, dos tapetes orientais às madeiras escolhidas para a mobília. No andar superior, bem no centro da mansão, havia um enorme salão destinado a festas e bailes, cujas janelas de vidros multicoloridos davam para uma sacada, da qual se podia ver quase todo o imenso quintal. Os inúmeros criados, todos em seus uniformes impecáveis, faziam o possível e o impossível para manter a residência brilhando.

Do outro lado da rua, a mansão do corretor de algodão e açúcar, Park JiWoon, que viera da Coreia com JungHo e que agora vivia seu momento mais feliz com sua esposa Marion, não deixavam nada a desejar diante de sua igual. Era toda branca, tendo enormes colunas na varanda da frente, uma verdadeira obra-prima da arquitetura. Também possuía dois andares e terraços no superior, com todas as janelas indo até o chão. Nas paredes, obras de arte e no teto de todos os aposentos havia pinturas e lustres maravilhosos. O hall era adornado com espelhos e a escadaria que levava ao andar de cima, toda entalhada em madeira nobre, era indescritível. O móveis foram importados da Europa e, na sala de música, um extraordinário piano de mogno reluzia, tendo sido feito em Baltimore em especial para servir aos dotes musicais da dona da casa.

Na biblioteca, JiWoon tinha orgulho de possuir mais de quatrocentos volumes em edições originais que preenchiam as elegantes estantes. No centro, uma mesa redonda de jogo feita em marchetaria, com um tabuleiro de xadrez, era seu orgulho. As duas mansões possuíam jardins magníficos, cheios de ricas espécies vegetais e estátuas de mármore, além de bancos de ferro fundido pintados de branco, nos quais os donos e seus convidados podiam apreciar as doces tardes de primavera e começo de outono. Em ambos os lados da Rua Dauphin, os enormes carvalhos forneciam sombra e um suave aspecto bucólico àquela que era a região mais rica e valorizada da cidade. E a vida era boa para aqueles que eram felizes o suficiente para poderem morar lá.

Carrie Jeon Dashroon manteve sua promessa. Assim que JungHo partiu para uma de suas plantações na manhã seguinte ao nascimento de Park Jimin, dirigiu-se para a mansão dos amigos para fazer uma nova visita a Marion e ao bebê. Levou Jungkook consigo, lhe advertindo que não repetisse a cena da véspera e ficasse bem quieto e obediente. Gukk apenas sorrira e assentira, meigo.

Carrie estava já a ponto de sair de casa, levando o menino pela mão, quando se lembrou de que a cozinheira fizera um delicioso bolo de chocolate para que presenteasse a amiga. Deixou o filho no hall e recomendou-lhe para que a esperasse ali enquanto foi até a cozinha. Assim que a mãe desapareceu no corredor, o garotinho saiu correndo da mansão e seguiu muito alegre cruzando a larga varanda. Desceu os degraus com toda a velocidade que suas perninhas curtas lhe permitiam e continuou correndo pela alameda até o portão. Estava quase junto dele quando ouviu a voz da mãe a chamá-lo. Parou de correr e olhou para ela, vendo que descia muito zangada, os degraus que levavam até ele.

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