CAPÍTULO XII

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Boa leitura!

Na noite quente e abafada de 9 de junho de 1865, Jeremiah e Jimin se uniram na grande sala de estar da mansão da rua Dauphin, numa cerimônia íntima, à qual foram convidadas apenas as gêmeas, que foram testemunhas união. Não houve festa, apenas um jantar e logo depois que as convidadas se retiraram, Jeremiah voltou-se para seu companheiro, indagando:

— Jimin querido, por que não sobe primeiro para... Bem, para...

— Está bem — ele apenas concordou, entendendo. Estava tenso e nervoso, mas retribuiu o sorriso do "marido". Porém, enquanto subia para a suíte principal, seu coração encheu-se de apreensão e temor. Quisera que Jemmy tivesse lhe dado pelo menos algumas semanas para acostumar-se à ideia de ser seu companheiro, mas ele fora muito apressado.

No entanto, tinha sido também muito compreensivo e dedicado desde que se reencontraram. Procurava descobrir suas vontades para satisfazê-las e estava sempre disposto a ouví-lo. Talvez, imaginava Jimin, se dissesse a verdade quando ele subisse para o quarto, se explicasse que ainda não estava preparado para um relacionamento mais íntimo, Jemmy entendesse também. Ele era um homem gentil, um amigo. Não um marido para ele. Pelo menos, ainda não. Afinal, havia ainda e sempre haveria um único grande amor em seu coração.

Uma lâmpada única iluminava o aposento. A camisa que usava para dormir estava sobre a cama e Park inclinou-se para pegá-la. Era de mangas longas, com botões, uma camisa social qualquer, que era apenas grande demais para si e lhe cobria até perto do joelho. Nada do que sempre sonhara usar em sua noite de núpcias, pensou amargurado. Sempre quisera colocar algo transparente, sedutor, que revelasse seu corpo por baixo das dobras do tecido. E, planejando com antecipação sua noite de amor com Jungkook, chegara a comprar a peça, pouco depois de ele partir para a West Point. Permanecia ainda na caixa, sobre um armário em seu closet.

Jamais seria usada.

Suspirando, despiu-se depressa, colocou a modesta camisa e seguiu para o leito. Tivera tempo apenas para afofar os travesseiros quando Jeremiah entrou, sem a bengala, mancando até junto do leito, trazendo nas mãos uma garrafa de uísque e dois cálices de cristal. Sorriu, sugerindo:

— Vamos beber à nossa união?

— É claro... — Ele aceitava porque sabia que precisaria da bebida para enfrentar o que o aguardava.

Jemmy serviu ambos e sentou-se na cama, junto dele.

— A nós, querido — brindou, batendo seu cálice de leve contra o dele.

Park, mais tenso do que nunca, tomou o conteúdo de seu cálice de uma só vez. Jemmy de imediato serviu-lhe outro, que ele verteu da mesma forma. Ele, depois, pegou os dois cálices e colocou-os junto da garrafa, na mesa de cabeceira. Então, inclinou-se e apagou a chama do abajur.

Sob a luz fraca da lua que penetrava pelas janelas de vidro Jimin esperou, angustiado, vendo seu companheiro dar a volta. Cerrou as pálpebras quando ele começou a se despir, o pulso apressado, o estômago revirando, a mente trabalhando rápido, arrependendo-se por ter aceitado aquela união sem uma avaliação melhor das consequências para si mesmo. Fora tolo e injusto para si e com Jeremiah ao aceitar ser seu. Não o amava! Nunca o amaria!

Nu, Jemmy foi se deitar, escorregando pelos lençóis até ficar junto de dele. Apoiando-se num cotovelo, olhou para ele encantado e comentou:

— É estranho, não? Somos companheiros agora e, sequer, nos beijamos...

Sem dar-lhe tempo para que fizesse qualquer observação sobre suas palavras, beijou-o, com lábios ardentes, famintos. Havia anos que desejava estar com Jimin. Assim, afastou as cobertas, subindo-lhe a camisa até a altura dos quadris.

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