Boa leitura!
No meio de uma gélida noite de Fevereiro de 1864, Jimin despertou sobressaltado, com o coração disparado, suando frio. Um grito ficara preso em sua garganta e sentia-se sufocar por ele.
Sentou-se na cama tremendo, desperto do terrível pesadelo. Fora tudo tão real que ainda podia sentir a angústia terrível que se apoderava de todo seu ser. Abraçou os joelhos, numa tentativa de parar com os tremores violentos que o sacudiam, dizendo a si mesmo que tudo não passara apenas de um sonho.
Um sonho horrível.
Começara de forma agradável, num verão, sem guerra, ele e Jungkook estavam num lindo campo às margens de um riacho. Andavam de mãos dadas, olhando para as nuvens claras que pairavam num céu muito azul. Havia gaivotas revoando pela costa e elas gritavam com suas vozes esganiçadas e tão encantadoras. De repente, o sol desapareceu e toda a paisagem se transformou. Uma chuva muito forte começou a cair, ele e Gukk tiveram de correr para abrigarem-se e, como sempre acontece nos sonhos, já não estavam na costa, mas na casa de veraneio dos Jeon, na outra margem da baía. De lá, da varanda, podiam ver a tempestade que caía e sentir o cheiro da terra molhada. E ali mesmo, na varanda, beijaram-se e despiram-se, amando-se num frenesi intenso e quase real para Jimin.
Jungkook lhe perguntara se queria entrar, para fazerem amor no leito, mas ele quisera ficar ali, na chuva.
Tão estranho, envolvente e emocionante!
A borrasca se abatia sobre a terra e eles se amavam com um desespero novo, ardente. Aprendiam mais e mais sobre a arte de fazer amor a cada novo encontro, cada nova entrega. Jungkook era viril, forte, belo, e o amava tanto. Foi então que o sonho começou a se transformar, tornando-se um pesadelo pavoroso. O rosto de Jeon começou a se modificar diante dos olhos de Jimin, sua pele levemente avermelhada pelo sol, perdeu a cor, suas feições se amarelaram, tornando-se macilentas, cadavéricas. Era como se ele estivesse morrendo, como se a vida que pulsava em seu corpo enquanto faziam amor estivesse se acabando aos poucos, abandonando-o.
— Já não sirvo para você — Jungkook se lamentara numa entonação estranha, que não parecia dele. — Estão me matando, Minie. Estou morrendo!
Jimin se agarrara a ele, mesmo fraco e pálido, e perguntara ansioso, amedrontado. — Quem está matando você? Por quê? O que está acontecendo, meu amor?!
Mas Jeon já o abandonava, afastando-se de forma definitiva, inexorável. E seu rosto nada mais era do que uma grotesca máscara de dor e sofrimento.
Ali, sentado na escuridão da noite fria de fevereiro, um medo sem tamanho apoderou-se dele. Aquele pesadelo devia ter um significado, imaginava desesperado. Talvez algo estivesse acontecendo a Jungkook. Podia ser que ele estivesse sofrendo, ou morrendo. Ou morto já!
Não recebia mais notícias fazia mais de um ano, não sabia onde se encontrava. Se estava vivo ou não. Experimentava uma agonia exasperante, à espera de novas, talvez terríveis demais para sequer imaginá-las.
Tornou a deitar-se, o rosto banhado em lágrimas, tentando imaginar o quanto mais poderia aguentar. Sua vida segura e feliz estava arruinada, e nada jamais seria como antes. Seu pai fora morto em Gettysburg, e sua mãe falecera no inverno seguinte. Sozinho naquela imensa casa que um dia fora cheia de alegria, Jimin chorava por tudo o que se perdera. E a solidão fria que o envolvia junto com o escuro o fez sussurrar, angustiado.
— Gukk... Oh, Gukk, por favor, não me abandone! Esteja onde estiver, por favor, continue lutando para voltar para mim! Por favor, meu querido! Fique vivo e volte para mim!
E Jeon estava, sim, tentando permanecer vivo e fazendo o possível para, um dia, poder retornar aos braços de seu Jimin. Mas a fome, os maus-tratos, as torturas intermináveis, por fim, começavam a vencê-lo. Não era mais capaz de reagir como antes, e isso o angustiava. Não havia forças nele para continuar a se manter firme. Ninguém aguentaria.
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Scandalous!
Fiksi PenggemarAquele homem poderoso, ameaçador e irresistivelmente sensual Poderia fazê-lo perder a cabeça... O rapaz que partira para servir no Exército vinte anos atrás fora tolo e ingênuo. Acreditara no garoto que prometera esperar por ele. Confiara no amigo q...