Boa leitura!
S
utton sabia muito bem o que Jimin pensava e sentia. Compreendia o que ele mais queria cada noite em que o deixava sozinho. Construíra, com esmerado cuidado, uma teia de sedução em torno dele, sabendo com exatidão como e quando fazê-lo render-se ao seu desejo. E conhecia bem os caminhos que o fariam render-se. E o momento chegara. Jimin estava pronto.
Assim, numa fria noite de fevereiro, quando tinham passado momentos de diversão juntos no teatro, em companhia dos Ivy mais uma vez, bem como das gêmeas Parlange, Sutton não levou Jimin direto para sua casa, como era seu costume. Preferiu levá-lo a sua mansão e, quando a carruagem desviou-se do rumo, Jimin protestou:
— Sutton, não...
— Calma, meu bem. Vamos apenas brindar com um licor especial — ele o tranquilizou. Seu tom era baixo, íntimo, e seus olhos brilharam, numa promessa silenciosa de prazer.
Temendo o que poderia acontecer se entrasse com Vane naquela casa, Park insistiu ainda:
— Já é tarde e eu... eu... — Mas não foi adiante, estudado de perto pelo intenso olhar negro de Sutton, e querendo, ele próprio, estar em seus braços. — Está bem. Mas será apenas um brinde, e depois você me leva embora, certo?
Sutton sorriu.
— Assim que estiver pronto para partir, eu o deixarei ir — comentou enigmático.
— Promete?
— Prometo.
Entraram, a porta se fechou atrás de ambos e Sutton voltou-se, encarando-o por um longo momento. Então, se aproximou, enlaçou a cintura do outro com força e beijou-o com uma intensidade nova, que o deixou fraco, vulnerável. E, em poucos segundos, ele estava moldando suas formas às dele, gemendo baixinho, muito apaixonado. Parecia-lhe tão natural, tão certo estar nos braços dele! E, ao beijá-lo, saboreava, não pela primeira vez, a estranha sensação de que aquele homem tão adorável, que conhecia havia tão pouco tempo, era-lhe muito familiar. Ficava muito confortável em seu abraço, como se ali sempre tivesse sido seu lugar.
Na mesma medida, entretanto, sentia medo, como se estar junto de Vane pudesse ser uma ameaça que não compreendia. Afinal, ele não passava de um estranho sobre o qual sabia muito pouco, um homem em quem não sabia se podia confiar sem reservas. Mesmo assim, desde que se tinham visto pela primeira vez, sempre houvera aquele poder magnético de Sutton sobre todos seus sentidos, dominando-o, fascinando-o. Não tinha como lutar contra a força que emanava dele. Sutton forçava o beijo, e qualquer dúvida que poderia ter passado pela cabeça de Jimin desapareceu ao sabor de seus lábios. Ali, no hall, sob o enorme lustre de cristal, Sutton Vane iniciou os passos finais de sua sedução bem planejada e nada emocional.
Park Jimin se sentia perdendo o controle aos poucos. Entendia o que iria acontecer se não tivesse cuidado. E, de repente, sentiu-se, mais uma vez, estranho. Era como se estivesse diante de um perigo iminente. A imagem de Sutton, em sua mente, possuía dois lados: um muitíssimo erótico e agradável, outro, mau e perigoso. No entanto, provocante. Queria demais as carícias dele e sabia que Sutton seria capaz de fazê-lo perder-se em seu abraço, de fazê-lo agir sem raciocinar, deixando a responsabilidade de lado. Mas como não sucumbir ao poder incrível de sua sensualidade?
Se fosse levado pela paixão, as consequências poderiam ser desastrosas. Park não era tolo, tão pouco, inocente. Compreendia que não era o único na vida de Sutton. Jamais seria. Ele amava e era amado por muitas pessoas belas. Tal pensamento o fez afastar-se de repente, colocando as mãos nos ombros dele e soltando-se. Sutton sabia que a indecisão o atormentava. E, experiente, colocou seus temores em palavras:
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Scandalous!
FanficAquele homem poderoso, ameaçador e irresistivelmente sensual Poderia fazê-lo perder a cabeça... O rapaz que partira para servir no Exército vinte anos atrás fora tolo e ingênuo. Acreditara no garoto que prometera esperar por ele. Confiara no amigo q...