CAPÍTULO XXIV

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Boa leitura!

A noite estava perfeita para um concerto ao ar livre. A temperatura, às oito horas, era de agradáveis vinte e dois graus, e o pôr-do-sol proporcionava um espetáculo magnífico no golfo. O dia seguinte seria ótimo para velejar, com certeza. Com a vinda da primavera, as matas em torno de Mobile estavam todas cheias de flores de todas as cores e formatos, numa explosão de vida que encantava qualquer olhar. Ao longo da costa, as praias e dunas verdejantes e as matas costeiras reviviam, na renovação de mais uma estação. Era a melhor época do ano na cidade costeira. Já não havia o céu cinzento e as nuvens carregadas do inverno, e o calor sufocante do verão ainda não chegara. Depois de vários meses de reclusão devido ao mau tempo, os cidadãos viam-se ansiosos por sair e aproveitar as delícias de uma temperatura amena e fresca.

Jimin e Sutton se achavam entre a multidão que se reunia na Praça Bienville, naquela noite de maio, para apreciar o concerto oferecido pela orquestra oficial de Mobile, e também para se encontrar com amigos e conhecidos. As pessoas mais idosas tinham simpatizado com Sutton desde o princípio, o que era raro de acontecer com forasteiros. Gostavam dele e queriam que se sentisse como um nativo da região.

Dos que conheciam Jimin melhor, amigos que a tinham em grande conta, todos concordavam que não o viam tão feliz em muitos anos. A beleza, o viço que tivera quando ainda era um garoto voltaram em seu sorriso, em sua pele, em seu olhar. Ele se mostrava radiante, e não procurava disfarçar a verdadeira adoração que sentia por Sutton, pouco se importando se haviam àqueles que desaprovavam tal relação. Afinal, ele aparecera em seu caminho quando já achava que não havia mais graça em viver, quando imaginava que não seria feliz jamais. E mudara tudo para ele. Era como se o sol tivesse voltado a brilhar na mesma intensidade de quando era ainda um adolescente, como se os pássaros cantassem mais felizes, como se o mundo estivesse mais belo.

Sutton e Jimin aproximavam-se mais da orquestra quando Melba e Lydia Adair os alcançaram, ansiosíssimas:

— Jimin, Jimin querido! — Melba chamou, segurando-o por um braço.

— Olá, Melba, Lydia! Conhecem Sutton Vane, não?

— Boa noite, senhoras — ele as cumprimentou, tocando o chapéu.

As duas mulheres lhe sorriram e depois tornaram a voltar à atenção para Jimin. Foi à mãe quem continuou a falar:

— Não sabe que coisa maravilhosa nos aconteceu, Minie!

— Não, não sei. Mas contem-nos. Eu e Sutton queremos saber de todos os detalhes, não é mesmo, querido?

— De fato.

— Pois vocês nem vão acreditar no que aconteceu! — Lydia sorriu. Era muito tímida, mas estava tão exultante que suas palavras lhe saíam com mais facilidade, nessa ocasião. — Eu e mamãe fomos, convidadas para administrar aquela grande floricultura que abriu na Rua do Canal! A que tem uma estufa na parte de trás. Não é sensacional? A loja será inaugurada na semana que vem, e mal podemos esperar para começar a trabalhar lá!

— Isso é o que eu chamo de excelente notícia! Estou tão contente por vocês! Essa é a melhor nova que ouço em muito tempo!

— Não é mesmo?! E um verdadeiro milagre! — Melba bateu palmas, não se contendo. — Um sonho! Você sabe que nada no mundo nos dá maior prazer do que lidar com plantas e flores, não é? Oh, e com aquela estufa podemos desenvolver nossas próprias mudas, criar espécies novas. Vai ser uma delícia. Já está sendo, meu Deus! Orquídeas, gardênias, rosas Pretendo cultivar lindas rosas de todas as cores possíveis. E vamos receber um salário fantástico também. Não é a coisa mais incrível do mundo, Jimin?

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