Scandalous!

CAPÍTULO XXIII

Boa leitura!

A porta se fechou atrás dele, e o único som que podia ouvir era o da lenha crepitando na lareira. Jimin franziu a testa e seguiu até a sala de estar, onde, diante das chamas, deparou com Sutton Vane sentado, nu, olhando para o fogo. Bebia conhaque de um copo e voltou-se, para vê-lo, sorrindo e, fazendo um brinde, disse:

— Seja bem-vindo de volta.

A visão inesperada fez sua pulsação disparar. Queria lançar-se nos braços dele, como o tolo em que se transformara, mas permaneceu parado, apenas encarando-o.

— O que pensa que está fazendo? Como entrou aqui? Sempre mantenho as portas fechadas e...

— Tenho a chave.

Os pequenos olhos dele se abriram o máximo que podiam:

— Tem o quê?! Com que direito possui a chave de minha casa?

— Ora, meu bem, sou o dono desta propriedade.

Jimin o estudou por segundos, desconcertado, depois negou com a cabeça:

— Para sua informação, esta mansão pertence a uma grande companhia. A Corporação Bay Minette — Sutton assentiu, reconhecendo a verdade daquela afirmação. — E o que pensa que está fazendo sem suas roupas? — Park prosseguiu com irritação.

— Elas estavam molhadas. Assim como as suas.

Jimin estremeceu, lembrando-se, de repente, de que estava ensopado devido à chuva. Tirou a capa e lançou-a sobre o colo de Sutton, que a aparou com uma das mãos, depois ordenou:

— Se vista e saia daqui.

Mas ele apenas respondeu, com extrema calma:

— Dispa-se e venha sentar-se aqui.

— Você é muito prepotente e arrogante, Sutton Vane! E se não deixar minha casa agora mesmo, avisarei as autoridades!

Ele lançou a capa longe e levantou-se, ágil, mas manteve-se parado, deixando Jimin perceber que lhe dava a oportunidade de se afastar dali, se quisesse. E ele pensou a sério em fazê-lo. Sabia que era o que deveria fazer. Mas como fazer isso, quando Sutton estava nu, diante de seus olhos, tão glorioso, iluminado pelas chamas da lareira, um perfeito exemplar de masculinidade e vigor?

Como Park não se movesse, Vane estendeu as mãos e tomou-o nos braços, levando-o para junto do calor das chamas. A princípio, ele tentou se soltar, mas a força se Sutton era maior do que sua vontade. Vane beijou-o, então, e continuou a beijá-lo sem parar até que quase tirou lhe o fôlego. Seu coração ameaçava sair-lhe pela boca. Poucos minutos depois, estavam os dois de joelhos diante do fogo, beijando-se e acariciando-se com avidez, em um frenesi de saudade e emoção que os fazia esquecer-se de tudo.

— Não posso esperar nem mais um minuto para amar você — disse ele, junto à boca de Jimin, dominado pelo desejo.

— Não! — Chegou a protestar, ainda preso da consciência da realidade dos fatos. — Não pode simplesmente entrar e sair de minha casa, de minha vida, dessa maneira! Não espere que eu...

— Houve um bom motivo para minha ausência, amor.

— Sério? Pois eu gostaria de saber qual foi. — Disse completamente enganado pela palavra "amor".

— Vou contar-lhe, assim que fizermos amor. — Inclinou-se, beijando-lhe o pescoço com paixão, fazendo-o gemer de leve.

— Não, Sutton, pare!

Mas os beijos dele o silenciaram uma vez mais, aquecendo-o, deixando-o louco. Em segundos, os dois, nus, se deitaram sobre o tapete, amaram-se como loucos, entregando-se a um deleite intenso, colados um ao outro. Por fim, quando satisfeitos e exaustos, mantiveram-se quietos por alguns instantes, Jimin ergueu a cabeça e murmurou: