CAPÍTULO VII

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Boa leitura!

Na sexta-feira, vinte e um de Setembro de 1860, o jovem Jeon Jungkook chegava à West Point, às margens do rio Hudson. Cobriu os olhos contra o forte sol, ficou no convés da embarcação que se aproximava do cais, tendo sua primeira impressão da academia militar norte-americana.

O orgulho patriótico aquecia-lhe o peito, já que conhecia muito bem a fama daquela academia. Sabia que muitos dos melhores homens da América tinham se formado ali nos cinquenta e oito anos de existência da instituição. E era-lhe motivo de alegria saber que, dali em diante, faria parte desse grupo de homens valentes e valorosos. Seu pai, formado no grupo de 1835, o avisara sobre a rígida disciplina e a necessidade de estudar muito e esperar com tolerância qualquer tipo de tratamento mais duro de seus superiores.

— Dever, honra e amor ao país — dissera JungHo ao filho. — Essas são as palavras-chave que deverá respeitar quando for para a West Point. Mas não se preocupe Gukk. Você conseguirá. Afinal, é meu filho.

Quando por fim o vapor aportou, Jeon sorriu ao reconhecer no cais a figura muito alinhada de uniforme que o esperava. Jeremiah Tigart. Abraçaram-se, animados, saudosos, e Jungkook exclamou, batendo amigável no ombro do amigo:

— Nossa como é bom revê-lo Sentimos sua falta, neste verão. Por que não voltou para casa em sua licença?

Jeremiah, sorridente, respondeu. — Eu não tinha propriamente uma casa para onde voltar. Como sabe, minha mãe retornou para o Ken-tucky no inverno, para ficar com alguns parentes e eu não teria onde ficar.

— Ora, pelo amor de Deus, Jemmy! Como não teria onde ficar?! Poderia ficar conosco. Não deve ter dúvida sobre o quanto é bem-vindo lá!

— É muito gentil de sua parte, Gukk, mas, para ser franco, eu estava bem atarefado, este verão. Muitas coisas andam acontecendo por aqui.

Jeon ergueu as sobrancelhas, e seu rosto adquiriu uma expressão marota.

— Uma garota, talvez?

— Garotas — Jeremiah o corrigiu. — Há moças lindas em Nova York. Terei de apresentá-lo a algumas.

— Não, obrigado. Há apenas uma pessoa para mim.

Jeremiah aguardou alguns segundos, até ter certeza de que sua voz não traria emoção alguma. Depois perguntou, em tom casual:

— Como vai Jimin?

— Maravilhoso! E mais lindo do que nunca!

Imaginando como o belo Jimin poderia ainda estar mais lindo do que da última vez em que a vira, Jeremiah afirmou ainda:

— É, ele sempre foi muito formoso. Bem, mas... vamos! Quero mostrar tudo aqui para você.

— Obrigado, Jemmy.

— Olhe, na academia, sou tratado por cadete tenente Tigart, e não mais Jeremiah ou Jemmy. Não esqueça.

Jungkook achou graça.

— Então, mostre-me o caminho... Senhor!

Caminharam um bom pedaço até atingirem o platô em que ficava a academia. Um lugar majestoso, que não poderia ter sido mais bem escolhido, na opinião de Jeon.

A manhã estava quente e o céu muito azul. No platô, onde jovens oficiais seriam passados em revista dentro de pouco tempo, alguns membros da banda militar preparavam seus instrumentos num coreto. Um trompete estava sendo afinado, lançando seu som agudo por toda parte, um tanto lamurioso na toada que expelia. Jungkook sorriu, animado, mais uma vez orgulhoso por estar ali.

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