CAPÍTULO IV

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Boa leitura!

Vinte e três de julho de 1859

Era aniversário de quinze anos de Jimim e dezesseis anos de Jungkook.

Convites em papel camurça folheados a ouro tinham sido enviados duas semanas antes e uma orquestra de vinte músicos fora contratada em Nova Orleans para a festa. Três dos mais refinados chefes de cozinha de Mobile foram contratados para preparar o cardápio a ser servido aos inúmeros convidados e Melba Adair como sempre, fizera questão de fornecer as flores que iriam decorar o salão, cultivadas em seu magnífico jardim.

O aniversário duplo da Rua Dauphin ficou famoso. Na verdade, todos os anos as festas oferecidas ali eram concorridas e muito bem frequentadas, desde o verão de 1845, quando Jeon completara dois anos e Park um. E, naquela quente noite de sábado as festividades se realizavam na mansão dos Jeon.

Tudo parecia cintilar na casa, desde os lustres aos vestidos das convidadas. No andar inferior, o bufê de iguarias foi colocado no imenso salão e no superior o baile era animado pela excelente orquestra. Havia flores por toda parte e as cadeiras estofadas — colocadas ao redor do enorme salão de baile, eram dispostas de modo que aqueles que preferiam apreciar e não dançar pudesse ter uma visão completa dos pares que estariam no centro. Por estarem abertas, as portas, que davam para o terraço permitiam que uma brisa muito agradável penetrasse através delas.

Os convidados começaram a chegar desde que caíra o anoitecer. Havia dezenas de jovens da mesma idade de Jungkook e Jimin, colegas da escola, da academia, todos muito alegres, cheios de energia e de vontade de flertar uns com os outros, afim de arrumar um par para a noite. Os mais velhos tinham vindo todos, como sempre: o coronel e a Sra. Ivy; os Adair; o juiz e sua esposa Lena; a srta. Foster; os Faraday; os Pirrilliat...

As carruagens, uma após a outra, paravam diante da belíssima mansão e delas saíam os convidados, ansiosos por mais uma alegre e refinada noite de comemorações. Enquanto isso, do outro lado da rua, dentro de sua residência, Park ainda não se vestira, muito embora a noite tivesse caído fazia algum tempo. As gêmeas, em seus magníficos vestidos azuis, esperavam do lado de fora do quarto com ansiedade que ele se arrumasse.

— Vamos logo, decida-se! — Jin protestava. — O baile já começou! Posso ouvir a orquestra tocando daqui!

— Eu sei, eu sei! — Park disse enquanto mordiscava a ponta da unha indeciso.

Sobre a cama havia meia dúzia de ternos maravilhosos de todas as cores. Todos tinham sido

experimentados e deixados de lado. Ruby Lee, camareira particular de Jimin, sempre
paciente, pusera as mãos na cintura, esperando-a. — Park Jimin! — repreendeu-o. — Vai se atrasar para sua própria festa! E acho isso muito rude de sua parte!

— Não lhe perguntei nada, Ruby Lee. Ora, que vou fazer? Não tenho nada para usar! Nada!

— Olha garoto, eu não preciso que me pergunte para dizer o que penso. — disse Ruby Lee erguendo os olhos para o teto e dando meia-volta, seguindo mais uma vez para o closet ao lado do quarto. Lá, vasculhou entre os muitos trajes de gala, alguns dos quais nunca tinham sido usados por Jimin, até que por fim, encontrou um azul escuro deslumbrante que realçaria os cabelos loiros de Park, o deixando mais maduro. Tornou a se aproximar dele anunciando. — Experimentemos este, meu menino. Nunca o usou e a cor combina com sua pele e seu cabelo.

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