CAPÍTULO XXVII

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Boa leitura!

Jimin puxou sua mão da dele.

— Seu patife cruel, sem coração! — sussurrou, irado, erguendo-se. — Que tipo de jogo sujo é esse que tem feito comigo, Jeon Jungkook?! Por que a farsa Porque acho que estou confuso demais para entender. — Ele se levantou também.

— Minie, posso explicar...

— Não ouse me chame assim! Nunca mais me chame desse jeito! Quero uma explicação e quero agora! Que motivo teve para fazer o que fez? O que pretendia fazendo-se passar por outra pessoa?

Jungkook respirou fundo. Soubera que a reação de Park seria terrível, mais uma vez ele se tornara o tempestuoso e temperamental Park Jimin que sempre falou mais alto e teve as vontades atendidas, o mesmo Jimin que o deixava a mercê de suas vontades, no entanto, não podia esconder a verdade, por pior que fosse.

— Olhe, por que não nos sentamos e...

— Não! Não quero me sentar! Exijo que me diga que porra está acontecendo aqui e por que mentiu para mim por tanto tempo!

— Vou lhe contar tudo. Tudo, mesmo, mas antes quero lhe dizer que não houve um dia sequer, em todos esses anos, nem uma hora, nem um minuto, em que não tenha amado você.

— Mentiroso — murmurou, por entre os dentes, furioso. — Se me amasse...

— Eu te amo, Jimin, pelo amor de Deus! Amo você! Olhe, fui ferido na guerra e capturado pelas forças da União. Eles me colocaram num lugar terrível, chamado "Castelo do Demônio". Fiquei anos preso ali, a maior parte num calabouço, nos porões do presídio. Talvez não tenha sido forte o suficiente, não sei. Tudo o que sei é que os horrores pelos quais passei fizeram-me endurecer, quase perder a sanidade. — Jungkook se interrompeu, os olhos nos dele, tentando captar suas emoções, mas Jimin o encarava, sem demonstrar nada. — Depois de ficar na prisão por um ano, Jeremiah foi enviado para lá, como comandante e diretor do presídio. Com sua chegada, imaginei que meus dias de agonia tivessem terminado, mas me enganei. E muito. — Fez uma breve pausa, as recordações eram-lhe, ainda, difíceis. — Foi Jemmy que mandou que me colocassem no calabouço.

— Não pode ser... — Park comentou, horrorizado. — Ele era seu melhor amigo. Jeremiah jamais faria algo assim!

— Mas fez. Mandou que me trancafiassem nos porões do "Castelo do Demônio". E o fez para poder ficar com você e com tudo o que eu tinha. Não sabia, mas, pelo visto, Jemmy sempre o quis. — Jimin entreabriu os lábios, pasmo, descrente, e Jungkook seguiu avante, antes que ele dissesse qualquer coisa. — Quando a guerra acabou Jeremiah voltou a Mobile, e você se casou com ele sem demora. Casou-se com o desgraçado sem saber se eu estava vivo ou morto, Jimin!

— Isso é mentira! Jeremiah garantiu que você tinha morrido na prisão! Eu não tinha motivos para desconfiar do que dizia. Não recebia notícias suas havia anos e...

— Não era permitido aos prisioneiros enviar ou receber correspondência no presídio — explicou muito sério.

— Achei que você estivesse morto... — Jimin repetiu, num sussurro doloroso, com a mão no peito.

— Mesmo assim, casou-se com Jeremiah poucas semanas depois de saber que eu morrera! — Afirmou amargo.

— E o que esperava que eu fizesse? Que enterrasse meu coração com você? Pois foi o que fiz, porra! Mas meu corpo, para meu desespero e azar, tinha de continuar vivendo. Eu não tinha mais meus pais, estava sem dinheiro algum. Nada restara. Não sabia nada a seu respeito, não recebera mais suas cartas. Estava tão só! E Jeremiah apareceu quando mais precisava dele, oferecendo ajuda, compreensão. A ocupação federal e os impostos terríveis que lançaram sobre o Sul deixaram-me na miséria! Talvez tenha sido fraco e egoísta, sim, mas não queria passar necessidades, como muita gente que conhecia. — Jimin parou de falar por minutos, rememorando aqueles tempos terríveis. — Sim, eu me uni a Jeremiah. Como poderia saber que ele estava mentindo para mim? Não tinha motivos para desconfiar de sua palavra... Não podia imaginar que você estava vivo! — Ele gritava agora, o rosto contraído, emocionado. — Meu Deus, achava que jamais o veria outra vez! Se soubesse a verdade, jamais teria me casado com ele ou com qualquer outro...

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