CAPÍTULO XX

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Boa leitura!

— Não, meu querido, não acho que... — Sutton começou, mas interrompeu-se, a respiração presa na garganta.

Jimin começara a distribuir suaves beijos por todo seu tórax, concentrado em excitá-lo. Sutton não esperava tal atitude. Não sabia se conseguiria suportar aquela doce tortura. Não queria que acontecesse daquela forma, com Park comportando-se assim.
Era ele quem deveria ter o controle total da situação, não Jimin. Estava aturdido diante daquela ousadia. Não podia acreditar que estivesse ali, sentado, nu, com ele ajoelhado a sua frente, beijando-o, torturando-o.

Então, com muito esforço, ergueu os braços e tomou-o pelos ombros, afastando-o de leve.

— Quero despi-lo também e...

— Não. Ainda não. Primeiro, quero amá-lo como você me amou.

Sutton engoliu em seco.

— Olhe, não acho que...

— Não diga nada. Apenas sinta. — Ele se levantou, ordenando, com doçura — Deite-se de bruços.

Pasmo, Vane demorou a reagir. Tinha de manter o controle de tudo. Não podia deixar-se cair sob o encanto de Jimin de novo, como fizera quando ainda era um rapaz tolo, ingênuo. No entanto, a tentação de sentir os lábios dele por todo seu corpo era maior. Obedeceu-o, então, deitando-se como Park pedira, ouvindo-o livrar-se de seus sapatos para poder ajoelhar-se ao lado dele na cama.

— Você poderia tirar a roupa também — ele tentou, ainda uma vez.

— Vou fazê-lo. Mas depois. — E Jimin montou sobre ele e abaixou-se para beijar-lhe a nuca.

Durante quase quinze minutos, Sutton ficou suspenso naquela agonia deliciosa. Os beijos de Jimin e a ponta de seus cabelos acariciando sua pele eram tudo o que poderia imaginar em termos de prazer. E não teve tempo para virar-se e enlaçá-lo, porque os beijos não paravam, num carinho agradável, tentador. De repente, porém, ele se afastou. Seu rosto se ergueu um pouco. Vários e tensos segundos se passaram, e Sutton aguardou, os dentes cerrados, imaginando o que ele faria em seguida. Aqueles segundos de espera deviam ser parte de seu jogo de sedução, ponderou. Mas Jimin não estava jogando agora. Seus olhos se concentravam na feia cicatriz que Sutton trazia na nádega esquerda. Tocou-a com suavidade, sentindo os músculos dele se retesarem.

— O que aconteceu, Sutton? Como conseguiu esta marca?

— E de nascença — mentiu, tenso.

Jimin olhou para a cabeça que ele mantinha voltada de lado, no travesseiro. Sua expressão era de incredulidade.

— De nascença? Parece-me uma cicatriz antiga, de um ferimento profundo, e eu diria que tem o formato de duas letras... C e D.

— Está imaginando coisas, meu querido. — Sutton virou-se com grande dificuldades em baixo dele no colchão, encarando-o. Sentou-se e tomou-o nos braços, trazendo-o para junto de si.

— Não, não estou — teimou, com um sorriso. — Você, Sutton Vane, tem as letras C e D marcadas em seu traseiro! Vamos, torne a se virar. Quero olhar mais uma vez e...

— Tenho uma sugestão melhor. — Beijou-o. — Não pensei em outra coisa durante o dia inteiro a não ser em você e no quanto o quero. Ande, tire essas roupas e deixe-me amá-lo.

Jimin aceitou a ideia de pronto, levantando-se e passando a se despir com graça diante dele. Mas fazia-o de costas.

— Por que não se volta para mim, Jimin?

— Bem, é que... Eu...

— Olhe para mim. — Jimin o fez, com lentidão. E Sutton prosseguiu muito sério. — Jamais tenha vergonha comigo, meu bem. Nunca tente esconder-se de mim. Você é lindo, tem um corpo maravilhoso. Por favor, permita que eu o admire.

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