Não tem como fugir do inevitável-9

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Sinto minhas pernas bambas e quase titubeio ao desejo de beijá-lo, aquele rapaz que dias atrás eu mirava um rifle bem no meio de sua cara, e que agora sei se tratar do filho legítimo do meu pai estava ali diante de mim, nossos lábios tinha centímetros de distância de tão perto que se encontrava, era tão difícil ignorar aquele sentimento que quase cedi a ele, mas resistir, nós não podemos, somos dois homens e além disso ele é filho do meu pai, eu tenho que ver ele como um quase irmão.

Eu precisava sair de perto dele, para refletir em tudo aquilo, e a procura do cavalo foi a desculpa apropriada que eu encontrei, sentia a minha mente dá um nó de tão confusa que estava.
Ao ver que o animal poderia machucá-lo me fez sentir uma necessidade súbita de protege-lo, e quando nossos olhares se cruzaram foi como se um magnetismo nos unisse e sem que me desse conta aproximei os meus lábios o suficiente para quase inebriado entregar-me ao beijo que tanto desejava, tive que me esforçar para me afastar. Obviamente tive que me afastar ainda que ele me questionasse do motivo pelo qual fizera:

_ O que foi isso?

_ Isso o que?

_ Você quase me beijou.

A essa afirmação contraí os meus lábios, não tendo exatamente noção do que dizer, não fazia ideia do que estava preste a acontecer, então fiz a única coisa que poderia ser feito, neguei:

_ Tá maluco, somos homens.

Ao invés dele concordar com as minhas palavras ele novamente me confunde com a pergunta:

_ E daí?


Como assim e daí?
Por acaso aquela aproximação não havia causado nele a mesma sensação que eu sentia, será que para ele era algo natural está tão próximo a um outro homem, eu não conseguia encarar aquela situação com tranquilidade como ele estava fazendo, por isso fugi, e galopava para o mais longe possível.

Aquela tarde passei o dia todo a procura do animal fujão, e só me propus a voltar quando o encontrasse, e assim foi o que aconteceu, eu o encontrei próximo ao uma ribanceira de encosta íngreme, captura-lo levou mais tempo que imaginei, ele estava agitado, assustado, mas enfim consegui leva-lo novamente para a fazenda, tive que amarrá-lo já que tinha arrombado a porta da baía, e só então retornei para casa, cansado e faminto.

Chegando em casa, todos estavam a minha espera, minha mãe logo se aproximou me enchendo de perguntas, mas enquanto eu a respondia meu olhar estava sobre Jordan que permanecia parado na porta que dava para a área, contemplando em silencio aquela cena.

Meu pai então perguntou:

_ Encontrou o animal meu filho?


_ Sim, ele foi encontrado na encosta da ribanceira. Já está na cocheira, não se preocupe.

_ Então vai tomar um banho e depois volte para comer algo, com certeza está com fome, passou o dia todo atrás do cavalo.

_ Estou sim.

Mais uma vez meu olhar encontrou o de Jordan e sorri timidamente, desviando o olhar, ele não me seguiu até os fundo da casa o que mentalmente eu agradeci, acho que não estava pronto para um confronto ainda mais na hora do banho.
Enquanto banhava-se a cena do estábulo se repetia em sua mente, e por um momento um absurdo pensamento me sobreveio, um beijo, um único beijo iria eliminar aquela sensação de necessidade, com certeza esse beijo daria fim as tantas perguntas que passava em sua mente desde que acontecera no estábulo, ele perceberia que aquela loucura não passava disso loucura e esqueceria de vez aquela história.

Durante todo o jantar, eu me sentia impulsionado a olhá-lo, mas hesitava, porém, sentia toda a sua atenção voltada para mim, ele que tinha a cabeça levemente pendida em minha direção, ouvindo todo o meu relato do dia:


_ Eu sinto muito ter feito você passar por isso, precisou passar o dia todo procurando o cavalo.

_ Não foi sua culpa Jordan, eu sabia que o cavalo era xucro, foi irresponsável eu ter deixado você perto dele quando sabemos que não entende de cavalos.

_ Não se responsabilize por algo que não teve culpa Roger, ou da próxima vez ele colocará fogo no estábulo com você dentro.

_ Que ideia é essa Brenda? 

_ Você não pode negar Douglas, o Roger jamais cometeria um erro tão primitivo, onde já se viu dar um tapa na traseira de um animal que não conhece, mesmo que ele não fosse xucro, se o animal se assustasse poderia ter causado um dano maior, ele teve sorte do manga-larga não dar um coice nele, poderia ser fatal.

Só de pensar nessa possibilidade, senti um gelo percorrer por todo o meu corpo e voltei o olhar para Jordan que também me olhava, com certeza lembrando da cena dos nossos corpos unidos, pois era exatamente isso que vinha em meu pensamento.


Quando cada um se acolheu em seu quarto, fiquei perambulando de um lado a outro, até que um impulso foi mais forte que eu e abri a porta de supetão caminhando até a porta do quarto onde Jordan ocupava, ali perdi a coragem e estava voltando ao quarto quando parei no meio do corredor respirando fundo, condenando-me por minha covardia, sentia perder totalmente o controle de sua vida quando me virei e invadi o quarto do outro que não se encontrava deitado, ele estava olhando para o lado de fora da janela quando me  viu entrar se virou totalmente na minha direção:

_ Não fala nada.

Abruptamente puxei Jordan pela nuca, colando meus lábios aos dele, imediatamente ele entreabriu os dele para recepcionar os meus, aquilo era extremamente perigoso, beijar Jordan era engendrar em um caminho desconhecido, mas totalmente excitante.

Novamente fugi, quase caindo ao notar que o estranho era não estranhar aquela sensação gostosa que aquele beijo me causava, Jordan nada dizia, apenas observava eu me afastar, ele não tentou me impedir, e nem chamou-me de volta.

De volta ao quarto, fechei a porta a chave, encostando-me sobre ela, os meus batimentos cardíacos estava alterado, viu-me  lutando contra o próprio desejo, um desejo que parecia crescer e se tornar inten
so.

Eu não conseguia dormir, olhei no relógio na parede, eram quase 23h e eu que normalmente ás 20h já estava adormecido aquela noite fiquei rolando de um lado a outro da cama sem conseguir pregar o olho, não conseguindo sossegar o coração, estava uma noite quente, por essa razão resolvi que um banho gelado talvez fosse a solução. Mas eu sabia que mesmo aquele banho gelado não passava de um blefe para aplacar o que estava sentindo, e o que estava sentindo era um desejo muito intenso de estar nos braços de Jordan Alexsander. 

O amor acontece devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora