Solucionando os problemas-39

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Foi com uma alegria imensa que Douglas nos recebeu quando retornamos a fazenda, entre abraços e risos nos sentamos para uma conversa séria:

_ Pai e a minha mãe, o senhor foi visita-la os dias em que passei na cidade?

Roger estava preocupado com o fato de Douglas ter deixado dona Brenda sozinha:

_ Fui visita-la sim filho, e também conversei com o psicólogo, toda a família deve passar para uma conversa, mas em relação a minha parte eu devo explicações aos dois.

_ Não precisa Douglas, nós entendemos.

_ Não Jordan... eu preciso, é uma necessidade minha eu preciso que os dois me escutem.

_ Tudo bem pai, vamos escutá-lo.

_ Eu conheci a Rebeca e com poucos dias eu me apaixonei por ela, a Rebeca era tão linda, tão especial, não tinha quem não se sentisse atraído por ela e eu me sentia um privilegiado por ela ter me escolhido entre tantas opções.

Ele me olhou e sorriu:

_ Ela era a mulher mais linda que eu já tinha conhecido, mas meus pais eram amigos dos pais da Brenda e logo acharam vantajoso um casamento entre nós dois e eu não fui forte o suficiente para dizer não, e deixei a Rebeca para me casar com a Brenda, eu juro Jordan que se eu soubesse que sua mãe estava esperando um filho meu na barriga eu teria sido mais forte, mas ela não me contou.

_ Eu sei disso Douglas, minha mãe escreveu na carta que o senhor não sabia.

_ A Brenda nunca foi uma mulher feia, ela era amável, era charmosa, encantadora... eu nunca a enganei, sempre deixei claro que iríamos nos casar, mas que amava outra, mas ela dizia que o amor que ela sentia era suficiente para nós dois... não era.

Ele silenciou por um minuto e depois prosseguiu:

_ Nós nos casamos e três meses depois ela disse que estava grávida, eu sempre tive o sonho para ser pai, adorei a notícia, mas me ressentia do filho não ter sido da única mulher que eu amei, a Brenda já estava com cinco meses quando nós tivemos uma briga muito feia e eu saí e bebi todas, cheguei em casa fedendo a bebida e voltamos a brigar e eu pedi o divórcio a ela, queria que ela me libertasse daquele casamento para ir atrás da Rebeca. A Brenda avançou em mim, e eu acabei me desviando do seu ataque e ela escorregou e bateu a barriga no chão... ela acabou perdendo a criança.

Roger segurava a minha mão com firmeza:

_ Depois disso a Brenda tentou duas ou três vezes ainda engravidar e sempre perdia a criança, nenhuma delas vingou, ela então começou a me culpar, como eu poderia deixa-la se era o culpado por ela não ser mãe?

Eu olhei para o Roger, ele tinha seus olhos lacrimejados, Douglas também estava emocionado:

_ Então tivemos a ideia de adotar uma criança, e foi assim que você entrou na nossa vida Roger... era o bebê mais lindo daquele orfanato, logo me encantei por você e trouxemos você para ser o nosso filho, a Brenda te deu amor, ela foi uma ótima mãe, eu reconhecia isso, mas como mulher... eu não a via assim... ela servia para ser a mãe do meu filho mas não servia para ser minha mulher, não verdadeiramente entende, eu dormia com ela claro, fazíamos sexo, mas não tinha sentimento e uma mulher sente isso, ela me dava tudo e não recebia nada em troca, e eu a recompensava com as coisas que ela precisava, não deixava faltar nada a ela e nem a você filho, mas lhe faltava o principal.

_ Amor pai... faltava amor, eu não entendo por qual razão continuaram com esse casamento sem amor.

_ Eu era imaturo, e tinha tantos sonhos, que morreram com os anos, e a Brenda também sentiu isso, ela acreditou que com o passar dos anos eu viria a amá-la, mas não e ela foi se tornando uma mulher azeda, reclamava de tudo, tudo o que eu fazia irritava ela, e eu me sentia ainda mais frustrado com esse casamento, então você apareceu Jordan, meu filho com a Rebeca... você não imagina a alegria que eu senti ao saber que você era o fruto do nosso amor, ela infelizmente tinha me deixado para sempre, porém, tinha me deixado o melhor presente que poderia ter me dado, a maior alegria. Eu amo você Roger, eu te criei é meu filho, meu menino que vi crescer..., mas o Jordan era o meu filho que eu tinha tido com a Rebeca, um filho que eu conheci com vinte anos, eu posso ter exagerado um pouco na minha maneira de manifestar a minha alegria e ter aberto uma ferida que ainda não estava cicatrizada na sua mãe. A Brenda não é uma pessoa ruim, ela foi uma boa esposa, uma boa mãe, se dedicou a nós dois com apreço, é por isso que eu irei me responsabilizar pela minha mulher.

Novamente o silencio foi predominante e ele se virou para mim antes de dizer:

_ Jordan, eu amei tanto a sua mãe e nunca vou esquecê-la, ela foi e sempre será o grande amor da minha vida, mas foi com a Brenda que eu me casei, foi com a Brenda que eu tive uma história de vinte anos, não seria justo com ela, e nem com o Roger eu jogar toda uma vida fora sendo que fui tão responsável pelo fracasso desse casamento, ela está doente em partes por minha causa então eu vou fazer o meu papel de homem, eu sei que esse povo vão sempre me apontar como o corno mas eu vou cuidar da minha mulher.

_ Douglas... você é o meu pai e eu tenho muito orgulho de você, eu tenho certeza de que minha mãe daria o aval para essa sua atitude, você tem meu total apoio.

_ E você Roger o que me diz?

_ Sabe... eu fiquei com medo do Jordan não aceitar que eu cuidasse da minha mãe, mas ele não apenas aceitou como disse que arranjaria uma enfermeira particular para cuidar dela, e eu achei que era muita generosidade dele, mas aí o senhor vem com essa conversa e me faz entender de onde vem toda essa bondade, ele herdou do senhor pai... e eu sou muito grato aos dois homens da minha vida, pai eu te amo demais, e amo você Jordan mais do que tudo no mundo, só que eu me sinto responsável pela minha mãe, e saber que posso contar com os dois me deixa muito feliz.

_ Vamos cuidar dela como família filho, sua mãe vai se sentir amada daqui para frente eu te prometo que vou me dedicar a ela para que ela não se sinta desamparada.

Roger moveu a cabeça confirmando, depois olhou para mim e sorriu, sussurrando:

_ Eu amo você. 

O amor acontece devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora