O amor acontece devagar

Final-44

Três anos depois:

O andamento dos projetos na fazenda andava de vento em popa, as aulas eram muito bem frequentadas e durante todo os anos éramos procurados por várias crianças querendo matricular-se, já havíamos formado dezenas de crianças, uma boa parte daquele povo hoje sabia mexer com excelência em computadores graças a iniciativa de Jordan que resolveu trazer a internet para cá.

Com isso nos tornamos padrinhos de várias daquelas crianças, mas ainda não tínhamos o nosso filho, queríamos mais tínhamos que lidar primeiro com muita coisa para nos dedicarmos a essa criança que em breve pretendíamos adotar, contudo, nada acontecia como esperávamos e a vida nos presenteava certo dia com um garotinho em um cestinho na porta da nossa casa, era um garoto de bochechas rosadas e bem fofinhas, deveria ter três meses no máximo, assim que o vimos Jordan me olhou e eu entendi no mesmo instante que ele assim como eu desejava criar aquela criança:

_ Ele poderá ser o nosso primeiro filho, o que acha, quer adotá-lo?

_Sim, ele é tão lindinho, mas primeiro, temos que saber quem deixou ele aqui, tentar descobri, não quero correr o risco de me apegar a ele e depois a mãe aparecer.

_ O que acha Douglas, acha que podemos te dar um neto?

_ Eu gosto muito da ideia, mas antes de qualquer coisa precisamos procurar a delegacia e registrar a ocorrência e depois correremos atrás de adotar essa criança para ser o meu primeiro neto.

Naquela mesma tarde entramos com a petição de adoção que saiu favorável em seis meses, e o nosso primeiro filho recebeu o nome de Richard Teixeira Alexsander. Mas nem tudo na nossa vida são flores, minha mãe teve várias crises durante esses três anos, mas conseguimos controlar com medicamentos, ela não podia ficar sem os seus remédios nenhum dia.
Quem sofre de esquizofrenia passa por momentos difíceis, mas como filho eu também sofria com o sofrimento dela, mas eu tinha o apoio do meu pai e do meu marido que era uma rocha e me sustentava todas as vezes que sentia minhas forças se esvair. E agora eu tinha um motivo a mais para ser forte, agora eu era pai de um lindo garotinho que dia após dias me ensinava a ver a vida de uma forma diferente, o mundo do meu filho era diferente do meu mundo e eu tinha que me adaptar as mudanças, estava agora vivendo a fase de mamadeiras e fraldas, e como era gostoso ser recompensado com um lindo sorriso ao amanhecer e durante todo o dia, os gestos de carinho que recebíamos de Richard era tão voluntário e sem interesse que nos encantávamos ainda mais, a fase da mamadeira chegou ao fim, e veio a fase da creche, e como foi difícil ter que deixa-lo em seu primeiro dia de aula e ver que ele era totalmente independente dos meus cuidados, logo se enturmou com outros amiguinhos da sua idade e eu e Jordan ficamos ali com os olhos cheio de lágrimas vendo o nosso bebezinho enfrentar com tanta valentia mais um obstáculo da sua vida, o primeiro dia de aula na creche, fomos nós dois os seus pais que mais sentimos isso, Jordan então pensou em adotar mais um filho e escolhemos a pequena Rafaela para ser irmãzinha do Richard, a adaptação com a Rafa foi diferente da que foi com o Richard, ela era mais sensível, e a forma de trata-la tinha que ser diferenciada, afinal era a etapa das Maria Chiquinha, e vestidinhos. O primeiro que chegou a nossa vida e nos encheu de alegria foi o Richard, em seguida foi a vez de Rafaela e enfim vieram os gêmeos Manuela e Julinho.

A nossa casa ficou mais barulhenta, a algazarra ficou em alvoroço, mas quando estávamos somente Jordan e eu nos sentíamos realizado com o que estávamos construindo juntos, a nossa história, a nossa vida já não era a mesma de antes, existia mais alegria, mais cumplicidade, Jordan era um excelente administrador da fazenda, e praticamente fazia isso sozinho, pois eu ficava com a incumbência de cuidar dos nossos quatro filhos que exigia cuidados constantes.
Meu pai resolveu que iria viajar com a minha mãe, eles foram já faz três meses e pelo que eles me mandam de mensagem estão gostando bastante da Itália.

A minha vida junto com Jordan, ganhou um novo brilho, eu era tímido e reservado, agora sou esposo, pai e tive que me reinventar, rolar na grama com os pequenos, aprender a desenhar, a brincar de bonecas e de casinha, tenho que me dividir em quatro para dar amor a eles por igual, mas é junto ao Jordan em seus braços que me recarrego quando seus beijos e seus afagos me dão energia. E eu tenho plena certeza em dizer que sou feliz, sou feliz pois tenho meus filhos ao meu lado, sou feliz por ter os melhores pais, sou feliz por ter encontrado o amor nos braços de Jordan, eu sou completamente realizado.

A troca que há entre Jordan e eu, eu não saberia colocar em palavras, mas eu tenho certeza de que o destino nos uniria de alguma forma, pois nascemos um para o outro, nascemos para amar o outro.

E no dia em que completamos dez anos juntos, fomos fazer um piquenique na beira do rio, afinal com quatro crianças pequenas não podíamos pensar em viajar, éramos pais e tínhamos responsabilidade com eles, mas quer saber, eu não imaginaria forma melhor de passar esse dia, pois estava com as pessoas que mais amava, Jordan e meus quatro filhos, e um beijo selava todo aquele amor que sentíamos um pelo outro. Abraçados observávamos os nossos filhos maiores correndo enquanto Julinho estava no colo de Jordan e Manuela no meu.

Era o primeiro ano dos gêmeos, e fizemos uma pequena comemoração só entre a família, e resolvemos registrar esse momento, meu pai e minha mãe estavam no canto direito, ao lado de Jordan que segurava Manuela em um braço e Julinho do outro, eu estava ao seu lado e na minha frente estava Rafaela e Richrard, Bryan, Amélia e seu Joaquim estava ao meu lado e foi dessa forma que fomos fotografados, essa foto foi emoldurada e colocada na parede para mostrar que ali nunca faltaria Amor e nem Felicidade.

Fim!

Espero que gostem.
By: Andrea.