O amor que nos une-35

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Eu precisava encontrar alguma ocupação que me fizesse sair daquela tristeza. Se tinha uma coisa que eu não queria era me encarcerar e ficar preso a lembrança de Roger, precisava reagir, precisava me reerguer.
Aquela manhã me levantei cedo como estava fazendo desde o dia em que retornei da fazenda eu não perdi o costume de quando me encontrava por lá, e para começar o dia resolvi que iria conhecer as dependências da empresa que minha mãe havia me deixado e eu ainda não tinha tido interesse de conhecer, Bryan já estava ciente do meu interesse em aparecer por lá, por isso não se espantou quando chegou e eu já estava a sua espera na portaria:

_ Jordan, só não vou dizer que estou surpreso com a sua presença por aqui por você já ter me avisado que viria, mas confesso que é uma alegria ver você interessado em gerenciar a empresa que sua mãe lhe deixou.

_ Eu não diria que gerenciar fosse a palavra correta Bryan, tudo o que preciso é preencher minha cabeça com outros assuntos, pelo menos enquanto estiver por aqui, evito de pensar no Roger.

_ Eu entendo...

Como se lembrasse de algo importante ele logo disse em uma entoada animação:

_ Ah só para ficar ciente, nesse exato momento os cavalos que você pediu que comprasse já estão a caminho da fazenda do seu pai, e os seus outros pedidos estão sendo providenciados.

_ Obrigado Bryan, não poderia esperar outra coisa de você.

_ Já que está aqui, vamos, vou apresenta-lo aos funcionários.

Ele me apresentou um a um dos funcionários que trabalhavam ali, alguns já tinham anos de empresa, outros eram mais novos, mas ainda assim me pareceram bem competente, todos se mostraram bem solícitos a me ajudarem, principalmente uma das moças que trabalhava na produção de design gráfico, seu nome é Priscila.
Priscila apesar de ser bem charmosa e aparentemente gostar de chamar a atenção se decepcionou ao perceber que não me chamara a atenção como ela desejava.

Fiquei algumas horas por ali, analisando alguns documentos da administração, Bryan tentava me pôr a par dos números, mas confesso que preferia deixar esse assunto com ele. O analista financeiro me enviou uma tabela de planejamento de toda a rotina da empresa. Ao meio dia voltei para casa, dona Amélia ainda não havia preparado o almoço, então comecei a pesquisar como fazer para melhorar a gestão pecuarista, queria entender melhor aquele assunto, mesmo que naquele momento aquelas informações de como cuidar de bezerros, vacas, bois e cavalos poderiam não me servir de nada, mas poderia de alguma maneira ajudar a Douglas a administrar melhor a gestão aos cuidados bovinos.


Eu queria ver a melhor forma de modernizar um pouco a fazenda, mas sem tirar a tranquilidade do lugar, mas não faria mal algum um chuveiro elétrico, uma escola de informática, que poderia ajudar as crianças a se socializar e até fazendeiros a administrar ainda mais suas propriedades.
Lógico que o ritmo da cidade era diferente do ritmo do campo, enquanto na cidade as pessoas andavam com seus celulares caros, seus tablets, e sempre procurando inovações tecnológica, o ritmo no campo era mais boca a boca, conversa na varanda, a ideia em si, não era mudar o lugar trazendo a modernidade, não era isso o que eu queria, era apenas dar a oportunidade para as crianças e quem desejasse, visando permitir o acesso a mais pessoas ao conhecimento da tecnologia.

Após fazer uma longa pesquisa eu fiquei satisfeito com o progresso que já estava projetando em sua mente, logicamente que tinha que combinar com Douglas para saber se ele concordava com todas aquelas mudanças, afinal isso era um projeto que eu queria realizar para fazer na fazenda de meu pai, mas ainda nem havia conversado com o mesmo.

Procurei alguns órgãos responsável, que cuidava de cada área que eu queria melhorar, procurar um veterinário foi a primeira providencia que tomei, queria me informar sobre como cuidar de cada um dos animais. Recebi orientação de cada um responsável e sai do fisco satisfeito.
Agora era colocar em prática tudo aquilo que na teoria eu já projetara.


Voltei para casa somente a noite, com a cabeça cheio de planos, pelo menos isso me fez focar em outra coisa além do Roger, subi ao segundo andar da minha casa e relaxei na grande banheira que tinha no box do banheiro, ali eu fechei os olhos e permitir que o pensamento me levasse a Roger, senti uma imensa saudade, era como se meu corpo chamasse pelo dele, mas eu sabia que ele se encontrava bem longe, e não sabia se um dia voltaria a revê-lo.

Como eu seria feliz se pudesse revê-lo, se pudesse tocá-lo, se ele estivesse aqui do meu lado, eu ainda me ressentia pelo fato dele ter ido embora, eu até conseguia entender que ele não quisesse deixar a mãe sozinha, eu o compreendia pois conseguia me colocar no lugar dele, mas era tão difícil, era tão dolorido não tê-lo por perto.

Todos esses pensamentos me atordoava a mente quando ouvi batidas na porta, ainda a manter meus olhos fechados respirei fundo antes de perguntar:

_ Quem é?

_ Jordan tem um rapaz a tua procura aqui. Disse que gostaria de vê-lo

_ Rapaz, que rapaz Amélia?

De quem será que ela falava?

_ Não estou esperando ninguém.

_ Ele não quis dizer o nome, o que eu digo a ele, digo para voltar outra hora ou você irá atender?

_ Não sei... não avisei ninguém que havia retornado, peça para esperar, diga que eu já desço.

Saí do banho, e na verdade a curiosidade para saber de quem se tratava me fez pegar apenas uma calça moletom afim de cobrir o meu corpo que ainda respingava água, e passo a passo fui descendo as escadas, logo avistei um rapaz, ele se encontrava de costas, mas imediatamente meu coração acelerou, era alucinação ou realmente era quem eu imaginava que estava ali...

Ele ainda estava de costas quando eu o chamei:

_ Roger?

Ele se virou na minha direção, nossos olhares se cruzaram e lentamente fui me aproximando, diminuindo a distancia entre nós dois, quando estávamos frente a frente percebi que ele tinha seus olhos lacrimejantes, eu já estava com o rosto molhados pelas lágrimas que descia:

_ É você mesmo, não estou imaginando coisa?

_ Sim... sou eu mesmo meu amor.

O amor acontece devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora