Aceita que eu seja mais seu do que já sou-41

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Na manhã seguinte a nossa ida a tenda, havia uma enorme fila de mães querendo se informar melhor sobre como funcionaria aquela escola de informática e antes mesmo dos professores chegarem a fazenda já haviam três turmas matriculadas, separadas por idade, incluindo alguns fazendeiros que se interessaram pelo assunto querendo se informar para implantar a ideia em suas próprias fazenda.

O seu Aderbal pai da Sandrinha não apareceu, nem mesmo a Sandrinha deu as caras por lá, porém, seus empregados vieram matricular seus filhos, mas nem ele, a mulher e a filha vieram.
Alguns outros fazendeiros também se recusaram a vir, houve até um que os empregados foram proibidos de matricular seus filhos sob ameaça de dispensa de seus serviços. Entretanto isso não me surpreendia em nada, na cidade também existia pessoas com o pensamento assim, com olhares maldosos então não me era diferente.

Enquanto estava resolvendo o assunto das matrículas e dando informações de como tudo funcionaria, Roger havia ido alimentar os animais, e já no finalzinho da tarde Douglas chegou, ele havia ido visitar dona Brenda, quando nos três nos reunimos na varanda aquele final de tarde Douglas explicou que dona Brenda estava aos poucos melhorando e logo retornaria a fazenda:

_ Jordan, eu sei que é difícil pedir isso a você contudo,... a Brenda precisará de um clima calmo daqui para frente, então teremos que aprender a lidar com as nossas diferenças, e ela pode ainda não olhar o relacionamento de vocês dois como algo natural, eu peço que tenha paciência com ela, ela precisará de um clima tranquilo e se ficarmos brigando não ajudará ela no estado em que se encontra, você me compreende não é meu filho?

_ Não se preocupe Douglas.

_ Sobretudo eu sei que vocês querem oficializar essa união o quanto antes, e tem meu total apoio, por essa razão eu tenho um presente para dar a você Jordan, mas que com certeza você vai querer dar ao Roger.

_ Pai... o senhor já nos deu a fazenda, vai nos encher de presente?

_ Esse presente eu estou guardando a muito tempo meu filho, eu daria a você quando resolvesse se casar, mas entenda esse presente hoje passará para as mãos do Jordan.

_ Claro pai... mas que presente é esse, que agora eu fiquei curioso.

_ Esse par de alianças era dos meus avós... depois passaram para os meus pais, que me entregaram no dia do meu casamento com a Brenda e agora são de vocês. Como eu disse eu passaria para o Roger no dia em que ele resolvesse se casar, mas a minha alegria é duplicada pois eu não apenas passarei a um filho, mas aos dois.

Douglas me entregou um estojo vermelho aveludado, e me abraçou dizendo baixinho no meu ouvido:

_ Agora é a sua vez, faça o pedido como se deve.

Eu sorri com aquele comentário e movi minha cabeça levemente, segurando a mão de Roger com a minha, me ajoelhando a sua frente:

_ Douglas, as minhas palavras logicamente deveriam ser dirigidas ao Roger, mas eu irei mudar o protocolo... e eu vou me dirigir primeiramente a você, meu pai, você soube nos entender, soube nos amar e nos apoiar, eu posso não usar a palavra pai com frequência mas eu te vejo como pai, como amigo, como sogro.
Se hoje eu posso segurar a mão do Roger entre a minha, se posso acariciar seu rosto, eu devo também a você e até mesmo a dona Brenda, nossas vidas se conectaram quando descobrir que tinha um pai e que minha mãe me mandou para cá através do seu último pedido. Então eu devo olhar para o céu e agradecer ao destino, por ter-me feito aceitar o desejo dela e assim ter a oportunidade de conviver esses cinco anos ao seu lado e claro conhecer o grande amor da minha vida.

Agora eu me virava a Roger:

_ Roger... eu não vou te perguntar se deseja se casar comigo, eu vou te perguntar se você deseja que eu seja mais seu do que eu já sou, o amor é uma troca, uma entrega mútua onde eu te farei feliz e com isso você me fará feliz, haverá momentos em que como casais teremos que enfrentar dificuldade, mas estaremos juntos e de mãos dadas quero enfrentar os desafios ao seu lado, então eu irei pergunta-lo se está disposto a enfrentar todos os desafios que vierem pela frente até que bem velhinhos nossos olhos se fechem e não abram mais, quando os nossos quatro filhos que adotaremos já tiverem passado a infância aqui nessa mesma fazenda e os nossos netos estiverem correndo por entre os animais, você quer envelhecer ao meu lado me permitindo ser seu até o último dia da minha vida?

_ Claro... claro que aceito meu amor, Jordan, você foi e sempre será o único na minha vida, com você eu aprendi a amar e a ser amado, com você, eu enfrento qualquer desafio, qualquer obstáculo, e os nossos quatro filho e nossos futuros netos saberão que eu pertenci apenas a você até o último dia das nossas vidas. Então Jordan, eu aceito que seja meu, pois eu também sou seu e você me aceitou com as minhas inseguranças, minhas paranoias, como poderia eu dizer não se te pertenço meu amor?

Eu me ergui e o beijei o abraçando pela cintura a retirar seus pés do chão, depois coloquei a aliança em seu dedo e ele colocou no meu:

_ Te amo Jordan, te amo muito.

_ Eu te amo mais meu amor.

Uma semana depois, o Bryan chegou a fazenda com os papeis dos proclames, dentro de três meses poderíamos nos casar e a data já havia sido marcada, nos casaríamos na fazenda em uma cerimônia simples, assim nós dois optamos que seria, não queríamos uma cerimônia pomposa, não precisávamos esbanjar para provar o nosso amor, queríamos algo mais íntimo, com a nossa família e os poucos amigos que tínhamos, entre eles Bryan, Amélia, Joaquim, e meu tio Diogo que fazia questão de estar presente na cerimônia, eram poucos mais sentíamos que verdadeiramente nos apoiavam e não queríamos o local cheio de pessoas que sorriam na nossa frente e nos apunhalavam por trás.
Estava tudo preparado agora era apenas esperar o dia chegar para enfim Roger Teixeira se tornar Roger Teixeira Alexsander. 

O amor acontece devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora