Por você eu fico-18

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Um dos sentimentos mais perigoso é o ciúme e eu nunca havia experimentado em doses homeopáticas que causava um efeito devastador, eu mordia o lábio passando os dentes sobre ele ao ponto de doer, minha vontade era arrastar Roger para longe... longe o suficiente para tê-lo só para mim, fora do alcance de Sandrinha. Ela que sorria de forma exagerada mostrando todos os dentes que tinha em sua boca, percebi que ela segurava a mão de Roger de forma bem íntima, aquilo me enervava ao extremo ao ponto de levantar de forma brusca e já me dirigir para fora, mas antes de sair Douglas  se virou para mim perguntando:

_ Onde vai meu filho?

_ Tomar um banho... estou me sentindo sujo.

Novamente fiz menção de sair quando ouvi a voz de Sandrinha:

_ Jordan... que tal uma sessão de cinema semana que vem, podemos fazer um encontro de casais, eu posso falar com a Eloá?

_ Eloá?

Roger se apressou em dizer:

_ A Eloá e o Jordan não tem nada a ver, que ideia.


_ Pode ser a Bia então.

_ Para de tentar arranjar alguém para o Jordan, ele já tem alguém.

_ Ah eu deveria ter desconfiado que ele tinha alguém lá na cidade.

Eu nada disse, apenas olhei para Roger antes de sair, tomei um banho demorado e gelado, precisava esfriar a cabeça que fervilhava, e ao entrar novamente ouvi uma voz bem rente ao meu ouvido:

_ Eu daria tudo para ter tomado banho com você.

_ Não foi o que pareceu... parecia tão a vontade, tão íntimo da Sandrinha que jurava que se tratava de um casal.

_ Está falando sério?

_ Acha que estou brincando?

_ Vai mesmo querer brigar justo no dia em que completamos um ano juntos Jordan?

_ Foi você que me abandonou nesse dia, foi você que preferiu passar esse dia com a Sandrinha.


_ Você está com ciúmes?

_ Deixa de besteira... eu apenas havia preparado uma surpresa para você e simplesmente não aconteceu.

Ele se aproximou para beijar-me, mas eu me afastei:

_ Não faça assim Jordan, você sabe que eu preferia ter ficado com você, ter comemorado com você, mas ainda temos a noite, me espera hoje no seu quarto.

_ A porta vai está trancada Roger.

_ Então é assim?

Ele bateu a mão na parede:

_ Você acha que eu preferia sair com a Sandrinha, acha que eu não queria ter ficado nos seus braços, acha que é justo a maneira como está me tratando Jordan?

_ Eu não sei se é justo, o que eu sei é que me irritou ver você com ela, ela segurou em sua mão e você não fez nada para impedir.

_ Nós estávamos na frente dos meus pais, você queria que eu fizesse o que?


_ Eu não sei Roger... não sei.

Deixei o peso do meu corpo sobre o sofá e coloquei ambas as mãos no rosto, ele abaixou-se colocando as mãos nos meus joelhos, obrigando a olhá-lo:

_ Eu quero está com você, é somente você, a Sandrinha não significa nada para mim. Nunca significou.

Nós nos beijamos, um beijo faminto, um beijo cheio de necessidade:

_ Eu estou cansado de ficar fingindo, me escondendo, minha vontade hoje foi de te arrastar para longe, de dizer para a Sandrinha sair de perto de você.

_ Admita está morrendo de ciúmes.

_ Admito, eu admito que estou morrendo de ciúmes ok, eu não tenho problemas em assumir os meus sentimentos Roger, eu gosto de você, gosto de verdade.

_ Eu também gosto de você Jordan, gosto muito.

Roger me olhou com um sorriso malicioso:


_ Vai mesmo deixar a porta trancada?

Acabei rindo da sua pergunta:

_ Acha que merece que ela esteja aberta?

_ Acho que temos necessidade de estarmos nos braços um do outro, mas se é só eu que sinto isso...

_ Sabe que não é. A porta... vai estar encostada.

Quando garantido que todos estava dormindo, Roger veio até o meu quarto e nós nos amamos, a entrega como nos amamos era intensa, eu ainda não havia dito a ele, mas eu estava completamente apaixonado por aquele rapaz, e meu corpo ansiava por ele, ansiava por está com ele.

Nós dois nos completávamos, embora fossemos totalmente diferentes, Roger era tranquilo, tímido e amava a fazenda, eu já era o oposto, era explosivo, inquieto, gostava da pressa da cidade grande, talvez esse seja o motivo pelo qual me irritava toda a passividade que via nele, me irritada a forma como ele se deixava manipular por sua mãe, pois lógico eu notava que a mãe tinha grande influencia na vida dele.


Entre entender e aceitar há uma grande diferença, eu entendia ele acatar todas as vontade de sua mãe, mas não aceitava o fato dele se anular para poder acatar as vontades dela, dona Brenda era ríspida, era uma mulher amarga, vivia reclamando de tudo e de todos, mas não se podia negar que amava Douglas e amava Roger, isso de certa forma me fazia ter uma pequena parcela de simpatia por ela. Quanto a mim ela sempre deixou claro o quanto era indesejado ali, e isso também eu podia compreender.

Embora não houvesse necessidade, ela via minha presença ali como uma ameaça, a lembrança da minha mãe estampada diante dos olhos de Douglas, por essa razão eu a compreendia, e julgar pelo que senti naquela tarde ao ver Sandrinha com Roger a compreendia bem mais.
Embora fosse gigantesca a diferença de uma situação a outra, minha mãe não representava nenhum alarme a ela, já Sandrinha fazia todos os alarmes soarem com a palavra PERIGO piscando em luzes neon. A moça tinha seus atrativos, era uma moça que chamava bastante a atenção, seus cabelos cacheados caíam como cascatas por seus ombros, tinha seios pequenos, mas devido a seu corpo esguio não ficava tanto em evidências, a cintura dava um contrate com suas coxas torneadas, no fim era uma moça bastante atraente. E o pior de tudo ela era completamente apaixonada por Roger, o que era motivo suficiente para querer ela bem longe dele:


_ Roger me responde uma coisa.

Ele estava com a cabeça recostada no meu peito levantou-se para me olhar:

_ Pergunta.

_ Se não existisse nós... quer dizer se nós não estivéssemos juntos, você ficaria com a Sandrinha?

_ Eu conheço a Sandrinha a muitos anos, e embora eu não sinta nada por ela, provavelmente acabaríamos casados, eu sei que meus pais esperam por isso, seria um casamento vantajoso para todos.

_ Você se casaria para ter vantagem nas terras dela?

_ Muitos casamentos acontecem assim por aqui Jordan.

_ Eu não entendo, eu jamais conseguia dormir ao lado de alguém se não tivesse sentimento.

_ Então você tem sentimentos por mim?

_ Nós estamos juntos a um ano Roger, acha que é apenas uma aventura, uma curiosidade?


_ Não... eu apenas queria ouvir você confessar que sente algo.

_ Eu sinto, na verdade sinto cada vez mais forte, podendo arriscar dizer que estou apaixonado por você.

_ Isso me alegra em ouvir, mas também me assusta Jordan.

_ Te assusta por qual razão?

_ Por que confessar que também estou apaixonado por você me faz feliz, mas também me assusta pelo fato de que alguns anos você vai embora, vai deixar tudo isso aqui para voltar para a cidade grande, e eu como ficarei?

_ Você pode vir comigo.

_ Olha para mim Jordan... agora imagine eu na cidade grande.

Nós dois nos beijamos, juntando nossos corpos, por mais que eu não quisesse pensar no dia em que teria que me afastar de Roger, essa possibilidade existia.

_ Por você eu fico. 

O amor acontece devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora