A DOR DA REJEIÇÃO

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Alguns dias se passaram, e Lux logo pôde retirar as faixas

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Alguns dias se passaram, e Lux logo pôde retirar as faixas. Seus pulsos ainda estavam marcados pelos cortes, e logo notei os inúmeros cortes pelo seu braço, o que me deixou ainda mais preocupado de que ele acabasse cometendo outra loucura.

— Lux... — Murmuro, em um tom de preocupação. Ele suspirou, abaixando a manga do moletom, desviando o olhar.

— Desculpe... — Murmurou, entristecido. Me sento na beira da cama, o observando.

— Lux, eu quero ser capaz de fazer qualquer coisa por você. Eu realmente quero te tirar dessa, mas você está disposto a me ajudar? — Lux suspirou, me olhando novamente.

— Já tivemos essa conversa... Se quiser desistir de mim, eu não vou ficar chateado. Eu entendo perfeitamente. Eu tenho o dom de cansar as pessoas... — Balbuciou, me fazendo sentir um aperto no peito.

— Lux, eu não quero desistir de você. Mas se eu tentar te erguer sozinho, eu nunca vou conseguir. Eu preciso que você também queira isso. Você não quer? — Lux se calou, desviando o olhar para a varanda. Seus olhos estavam marejados.

— Me dê um bom motivo para querer continuar nesse mundo. — Penso à respeito. Ele estava frio, e com aquele olhar de dor que já sou tão acostumado em ver.

— Porque eu não quero ver uma pessoa que eu gosto morrer... — Murmuro, chamando sua atenção. Eu não aguento mais segurar isso. — Lux, eu realmente gosto de você. Por que acha que estou fazendo tudo isso? Eu não quero te ver morrer em meus braços. Eu quero que você viva. Já não tem mais aquela família de merda para te atormentar. Eu só quero que você seja feliz... com ou sem mim. — Desabafo, vendo ele se calar, abaixando a cabeça.

— Por que gosta de mim? Eu não sou puro... E não sou mais capaz de amar alguém. — Ditou, o que realmente me atingiu, mas não me deixei abater. No fundo, eu já imaginava isso.

— Não importa se você não pode me amar. É compreensível. E não estou exigindo isso. Eu só quero que você saiba que não está sozinho. E que eu me importo demais com você para permitir que se afunde dessa maneira. Lux... eu não me importo se você não me amar... Eu só quero que você se ergua. É só isso que eu te peço. — Lux suspirou, se calando novamente.

Me levanto da cama, tentando não desabar na frente dele. Eu realmente não estava me sentindo bem depois daquela conversa. Eu já imaginava como ele se sentia, mas ouvir a verdade chega a doer mais do que eu pensei...

— Eu vou para um bar daqui à 20 minutos. Se quiser ir... eu estarei esperando na sala. Com licença. — Falo, me retirando do quarto.

Só então pude respirar fundo, sentindo uma lágrima solitária escalar dos meus olhos. Merda...

Por que me sinto tão insuficiente assim? Isso não é normal. Eu sou um completo idiota...

— Adam? — Conrad apareceu, me olhando com certa preocupação. Seco minhas lágrimas o máximo que consigo, passando por Conrad e caminhando para a sala, mas eu podia ouvir Conrad me seguindo. — Irmão, o que você tem?! Não me diga que Lux cometeu outra loucura...

Me jogo no sofá, suspirando profundamente e cobrindo meu rosto com minhas mãos. Eu estava tão confuso...

— Ele está bem... — Murmuro, ouvindo Conrad respirar aliviado. — Sou eu que estou péssimo...

— Adam... sabe que eu não gosto de te ver assim. O que aconteceu?

— Eu só... acabei me apaixonando por alguém que... nunca vai ser capaz de me corresponder. — Conrad suspirou, passando alguns segundos em silêncio.

— É o Lux, não é? Adam... talvez ele supere...

— Não, Conrad. — Dito, o encarando. — Ele nunca vai me amar. Ele mesmo deixou isso bem claro.

— Bem, então é hora de você partir para outra. Não pode ficar se martirizando assim. Vai te fazer mal, Adam. Você está cuidando de Lux, mas não se esqueça de se cuidar também. Eu não te ver mal dessa forma. — Assenti, me recostando no sofá.

— Tudo bem. Deixa para lá. Eu não quero mais falar disso... Como anda a máfia? Estou sentindo falta de um pouco de ação. Estou precisando tirar o stress.

— Nada que não esteja sob controle. Alguns idiotas tentam se infiltrar na máfia ou nas boates, mas nada que não seja resolvido dentro de minutos. — Comentou e eu assenti.

— Menos mal... — Confiro às horas em meu relógio de pulso, chegando aos vinte minutos que eu disse para Lux. Mas até agora ele não apareceu na sala. É claro que ele prefere não sair. Ainda mais depois da conversa que tivemos.

— Planeja fazer algo? — Conrad questionou e eu assenti.

— Encher a cara em um bar qualquer. — Conrad me olhou com preocupação.

— Adam...

— Eu já sou grandinho, Conrad. Sei me cuidar.

— Pessoas apaixonadas, de coração partido, geralmente não combinam com bebida em grandes quantidades. — Comentou, o que me fez ri.

— Eu nunca fui alguém de seguir regras. — Rebato, me levantando e vestindo meu casaco. — Até mais tarde. — Ele assentiu, me alertando mais uma vez.

Pego as chaves do meu carro, mas antes que eu saísse, ouço alguém me chamar.

— Espera. — Olho para trás, ficando surpreso ao ver Lux. Ele usava uma calça de moletom preta e uma camisa azul, de manga comprida. Estava lindo, como sempre. — Eu ainda posso ir com você?

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora