O DIABO ANDA DISFARÇADO

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— Adam, eu nunca te vi assim

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— Adam, eu nunca te vi assim. O que você tem? — Helena insistia, mas eu não queria falar. Eu não queria fazer absolutamente nada.

Minha cabeça girava em um turbilhão de pensamentos. Lux havia ficado sozinho no bar e isso me deixava extremamente preocupado. Mas eu não tinha mais forças para voltar lá e conseguir olhar em seus olhos sem desabar. Seria demais para mim, e eu prefiro fugir. Ao menos hoje, um tempo...

Sua voz, proferindo cada letra daquela música, me deixou sem reação. Essa imagem não saía da minha cabeça.

— Amor... não chore... — Helena murmurou, subindo em meu colo e me beijando. Eu estava tão aturdido, que simplesmente não estava mais raciocinando. Só um tempo depois, me dei conta do que estava fazendo. Afasto Helena, a tirando de cima de mim.

— Nós terminamos, Helena. Além do mais, eu gosto de outra pessoa. — Informo, buscando deixar claro e ter a esperança de passar aquela fria noite sozinho. Mas eu tinha esquecido o quão insistente Helena pode ser.

— E foi essa pessoa que te deixou assim? Viu? Seja quem for, não te merece. — Ditou, se levantando e parando na minha frente. — Não pode passar a noite na rua. Vamos para minha casa. Pode dormir lá. — A olho, desconfiado.

— Não. Pode ir.

— Adam, quando terminou comigo você disse que podíamos sermos amigos. Então... como amiga, me deixe te ajudar. Você para a minha casa, toma um banho e descansa. Se passar a noite aqui fora se lamentando, não vai esquecer seus problemas nunca. — Declarou, o que fez um certo sentido na minha cabeça. Então apenas assenti, me forçando a levantar e acompanhando ela até seu apartamento.

Passo em frente ao bar, olhando para dentro e procurando por Lux, mas eu não o vi. Será que ele estava bem?

Sim... eu saberia se ele não estivesse seguro. Eu poderia sentir...

Depois de andarmos poucos minutos, chegamos ao apartamento de Helena. Ela sorriu, abrindo a porta e me deixando entrar.

— Quer beber um pouco? — Aceitei de imediato. Essa era a ideia quando saí de casa. Encher a cara. Mas estava ciente de que agora eu teria que ir até o meu limite e não ultrapassar. Sei que terminei com Helena, mas eu ainda não confio eu estando bêbado perto dela.

Me sento no sofá, suspirando profundamente. E logo Helena me serviu um pouco de uísque. Tomo um pouco da bebida, sentindo um sabor estranho, mas devia ser só o gosto extra de um término que nem se teve início.

Bebi tudo, deixando o copo de lado.

— Vamos, você precisa descansar. — Helena chamou, me puxando pelo braço. Deixei ela me levar. Eu só queria dormir, em qualquer lugar que fosse.

No corredor, senti um baque forte me atingir, me deixando zonzo. Por que de repente tudo começou a girar?

— Vem, Adam... — Helena chamou, mas sua voz estava distante. Eu não bebi quase nada. Uma dose no bar, que ficou um restante esquecido, e um copo de bebida aqui. Nada mais. Eu precisava muito mais do que isso para ficar bêbado.

— Helena, você... — Tento falar, mas minhas pernas cedem, aumentando minha tontura. Inferno! Que porra é essa?!!

— Adam, eu vou cuidar de você. — Helena murmurou, me levando até a cama, onde meu corpo caiu deitado facilmente. Eu queria sair dali, mas parece que de repente meu corpo pesava uma tonelada.

Olho para frente. Tudo girava, mas pude ver Helena começando a tirar a roupa, subindo na cama devagar.

Não...

Desgraçada...

Sua mão tocou meu rosto. Minha mente recorreu a Lux, me perguntando mais uma vez se ele estaria bem sem mim. Eu prometi... eu prometi não deixá-lo mais sozinho... Não... Lux...

As lágrimas retornam ao me lembrar dele, enquanto sentia minha roupa ser retirada lentamente. Meu corpo não se mexia. Eu não conseguia falar, não conseguia gritar, não conseguia no mínimo estrangular aquela mulher.

— Helena... não... — É tudo que consigo proferir, mas ela apenas me olhou sorrindo, subindo em meu colo e passando as mãos em meu peito, inclinando seu corpo para me beijar. Tento virar o rosto, mas ele segura em meu queixo, me deixando facilmente imóvel.

— Amor, eu sempre te amei... E eu vou te fazer lembrar do quanto nós éramos quentes juntos. — Helena sussurrou ao meu ouvido, rebolando em meu colo e sorrindo vitoriosa.

Fecho os olhos, me sentindo um idiota completo. Chegava a ser engraçado a minha falta de senso tão de repente. Conhecendo Helena como eu conheço, é claro que ela seria capaz de me dopar. Ela faria isso com qualquer que ela se sentisse em posse.

O pior, não era ter sido dopado. Era eu continuar acordado sem poder fazer nada e assistindo a tudo. Ela gemendo, me tocando, me beijando... Eu queria chorar, mas nem isso eu conseguia mais. Me sentia como um morto vivo, que não podia se mover.

Lux...

Eu queria estar com você agora...

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora