POR UM BEM MAIOR

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— Então, Lux

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— Então, Lux... o que deseja de minha humilde pessoa? — Enrico questionou, sorrindo descontraído enquanto se servia com uma dose de uísque. Respiro fundo, me aproximando e me sentando ao seu lado no sofá.

— Não sei se o senhor está por dentro de tudo que me aconteceu, mas... eu tenho um passado na qual eu não gosto de tocar... — Murmuro, já sentindo minha respiração pesar. Enrico me olhou mais atentamente, com uma expressão complacente.

— Eu sei por cima. Afinal, fiquei sabendo do extermínio da família real e dos motivos que nos levaram a isso. Ao que parece... você foi o alvo principal deles, não? — Assenti, engolindo em seco. — Mas aonde quer chegar?

— Eu... fui adotado por eles, mas passei poucos anos com meus pais biológicos. — Enrico me olhou, como se tentasse adivinhar meus planos.

— E algo me diz que tudo isso tem a ver com a situação atual do Adam. Estou certo? — Assenti, sorrindo aliviado por ele está me entendendo.

— Meus pais fazem parte da facção coreana. Mas... aconteceram uma série de problemas que me levaram para o orfanato. Um deles foi o fato de que minha tia, irmã da minha mãe, não gostou do meu nascimento. Como eu era o primogênito, logicamente herdaria toda a máfia e o poder que ela proporciona. Isso levou a minha tia a causar um “acidente” com os meus pais. Eles iriam fazer uma viagem a negócios, e me levariam junto. No caminho, um atirador metralhou o carro em que estávamos. Eu era muito pequeno e me escondi no banco detrás, mas meus pais... acabaram morrendo. Com isso eu fui levado ao orfanato.

— Então... você é o herdeiro perdido da Máfia coreana? Naquela época eu ia fazer uma aliança com seus pais, mas fiquei surpreso com a morte repentina deles e suspenderam os acordos. — Assenti, suspirando.

— Sim... minha tia acabou assumindo tudo pelo o que eu soube. Bem, o rei e a rainha sempre fizeram questão de jogar isso na minha cara todos os dias, e que não seria bem vindo em lugar nenhum. — Murmuro, não querendo me abalar novamente por causa dessas lembranças. Ainda carrego marcas desse passado em meu corpo...

— E o que está planejando? — Enrico questionou, atencioso.

— Eu quero reivindicar os meus direitos. Para a minha tia, eu estou morto. Se eu tiver o poder da Máfia coreana, poderemos unir as duas facções e dominar a família de Helena caso eles se revoltem contra nós. Acredite em mim, senhor Enrico, a máfia coreana é muito poderosa, e eu sei que eles me aceitariam porque eu sou o verdadeiro e único herdeiro da facção coreana. Mas... eu não consigo sozinho. Eu preciso de uma pessoa forte ao meu lado. E mesmo que eu quisesse Adam ao meu lado nisso, ele não me deixaria agir. O senhor o conhece, ele iria querer me proteger de todos os jeitos, mas dessa vez eu preciso de alguém forte e ao meu lado, não de alguém forte e que seja meu escudo. Entende? — Enrico sorriu, assentindo e pousando a mão em meu ombro.

— Pode contar comigo, Lux. Vamos acabar com a festa de Helena, e de quebra conseguirmos mais poder. — Eu sorri timidamente, dando uma passada de mão em meus cabelos.

— Eu não penso em seguir com a posse da Máfia coreana. — Confesso, vendo ele me olhar confuso.

— Como não?

— Eu não sirvo para essas coisas, nem tenho paciência. Então eu penso em passá-la para as mãos de Adam. Ele seria um ótimo líder. — Falo, e ele me olha surpreso.

— Está falando sério? A máfia é uma herança poderosa, Lux.

— Eu sei, senhor... Por isso eu quero que Adam o tenha. Eu realmente não sirvo para esse tipo de cargo. Eu prefiro... continuar como príncipe, o esposo do Capo. — Falo, vendo ele sorri largamente.

— Oh, garoto, você está me surpreendendo. E acredite, isso também é um imenso presente para mim. Ter dois filhos comandando uma máfia inteira é uma dádiva para este velho aqui. — Ditou, sorridente. Apenas ri, concordando.

— Imagino que sim. Conrad é um verdadeiro líder, e eu acredito que Adam também será. — Enrico assentiu, se levantando.

— Combinado então, vamos dá um jeito de viajar até a Coreia, mas nas desculpas, você que se entenda com Adam. Eu preparo o jatinho. Não quero ver aquela mulher sem escrúpulos perto do meu filho. Ele já é um adulto, mas eu ainda quero cuidar dos meus meninos. — Ditou, o que me fez sorri com seu comentário. Harry tinha razão, Enrico era um amor de pessoa e se preocupava com seus filhos.

Retornamos à sala, e Adam rapidamente veio até nós, me abraçando.

— Está tudo bem? — Assenti, sorrindo.

— Está sim. Pode vir comigo um instante? — Peço, vendo ele assentir de imediato. Subimos para o quarto, na qual Adam me olhou desconfiado.

— O que você conversou com o meu pai?

— Você confia em mim? — Questiono, vendo ele me olhar confuso.

— Amor, é claro que eu confio. Por que pergunta?

— Algumas mudanças serão necessárias para você sair dessa. Eu não vou permitir que você case com aquela mulher. Não importa o que eu tenha que fazer. Entendeu bem?! — Exclamo, já sentindo meus olhos marejados, tentando prender o choro. Adam rapidamente me abraçou fortemente, beijando o topo da minha cabeça.

— Meu menino... Não se preocupa. Eu sou todo seu. Só seu. Entendeu? — Sorri em meio ao choro, assentindo. Adam suspirou, me afastando o suficiente para segurar meu rosto e me beijar lentamente. Um beijo repleto de promessas e desejos.

— Ninguém vai nos separar, amor... — Adam sussurrou, me passando uma extrema segurança.

— Ninguém. — Concordo, o beijando de volta.

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora