AMOR DE IRMÃO

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— O que você quer, Helena? — Questiono, cansado, descendo as escadarias

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— O que você quer, Helena? — Questiono, cansado, descendo as escadarias. Ela sorriu, vindo em minha direção, mas antes que me tocasse, me afasto, desviando dela e descendo o restante dos degraus.

— Por que está agindo assim agora? Achei que nós...

— Helena, não existe “nós”, beleza?! Eu me preocupo sim com meu filho, mas isso não significa que vamos voltar a ter alguma coisa. Eu não sinto mais absolutamente nada por você, entendeu?! — Esclareço, vendo ela suspirar, cruzando os braços.

— Você por acaso entende o que eu estou passando?! As minhas amigas nem falam mais comigo porque acabei sendo mãe solteira. Na máfia isso é uma desonra sem tamanho e você sabe disso.

— Então não fique por aí drogando e abusando das pessoas! — Rebato, suspirando. — O que você quer aqui?

— Eu só queria saber se você quer comprar comigo o enchoval do bebê... — Murmurou, chateada.

— Ainda está cedo para isso. Além disso, seu destino depois dessa gravidez ainda é incerto. Você errou muito, Helena. E mesmo que eu te perdoe, os demais da Máfia vão te caçar da mesma forma. Agora vai embora. Eu tenho coisas a fazer. — Falo, voltando a subir as escadarias.

— É por causa daquele esquisito, não é?! — Exclamou, irritada. Paro no meio da escadaria, a olhando. — O que ele tem que eu não tenho?! Você não percebe, Adam?! Ele está querendo te separar do nosso filho! — Respiro fundo, pela primeira vez querendo realmente agredir Helena, mas eu não podia fazer isso. Bater em mulher não é algo que faço, seja em qualquer situação.

Lhe viro as costas, a ignorando e subindo de volta para o quarto de Lux. Ele estava doente de novo e isso realmente estava me preocupando. Não queria que tudo retornasse ao início. Não queria que ele se fechasse novamente.

— Lux? — Chamo, entrando no quarto, o procurando. Ele não estava na cama, o que me fez estranhar. — Lux?! — Chamo mais alto, olhando para o banheiro, e me desesperando ao ver Lux desacordado no chão. Corro até ele, o pegando nos braços, tentando acordá-lo de alguma forma. — Lux! Acorda! — Exclamo, sendo tomado por preocupação e desespero.

Me levanto, o pegando nos braços e saindo do quarto às pressas.

— Conrad!!! — Exclamo, na tentativa de fazê-lo me ouvir.

— O que foi? Que gritos são esses?! — Conrad questionou, saindo do escritório e se assustando ao ver Lux desacordado. — O que aconteceu?!

— Pega as chaves do carro, rápido! — Exclamo, vendo ele se apressar e ir comigo até o carro, dando partida em direção ao hospital.

Abraço Lux fortemente, beijando sua testa, afastando algumas mechas do seu cabelo do seu rosto.

— Me perdoa, amor... Eu sou um completo idiota... — Balbucio, vendo minhas lágrimas caírem em seu rosto, na qual as enxugo, notando minhas mãos tremendo.

— Anda, vem! — Conrad exclamou, assim que parou o carro, pegando Lux nos braços e o levando para dentro do hospital, pedindo assistência. Eu fui atrás, vendo Lux ser colocado na maca e levado para a sala de emergência. Tento ir atrás, mas me impedem, dizendo que precisariam ver primeiro o que ele tinha.

Bufo, irritado comigo mesmo, me sentando na cadeira, na sala de espera.

— Adam, o que aconteceu? — Conrad questionou, se sentando ao meu lado.

— É minha culpa! Eu... eu discuti com ele, acabei... defendendo Helena, mas... era pelo meu filho, não por ela. — Tento me explicar, mas nem eu já estava entendendo o que estava acontecendo. — Ele acabou adoecendo... eu saí por um minuto, mas quando voltei eu o encontrei desacordado no chão. Estou com medo que ele volte a se machucar, Conrad...

— Não é fácil, Adam. Ninguém nunca disse que seria. Vocês estão há mais de três anos juntos, e por todo esse tempo, tudo estava dando certo. Mas ninguém é perfeito. Alguma hora as coisas desandam. É normal em um relacionamento. Mas o Lux... ele já carrega muitos traumas psicológicos, e sinceramente ele não precisa de mais um.

— O que eu faço? Eu tenho que escolher entre meu filho e ele? É isso?! — Questiono, em desespero.

— Claro que não! Sob nenhuma hipótese essa criança vai ficar sem pai. Somos os Berryann, Adam, não abandonamos a família. Mas você precisa separar as coisas. Você está simplesmente esquecendo tudo que Helena fez, e que foi ela que tentou matar Lux. Se aquela bala tivesse atingido ele, acha que ele estaria vivo agora? — Suspiro, balançando a cabeça.

— Ele ficou com raiva de mim por causa disso... — Murmuro, entendendo somente agora.

— Adam, eu sei como está se sentindo. É o famoso pai de primeira viagem. Eu também fiquei desnorteado quando Andrea engravidou. Eu carreguei minha atenção toda em cima dela, mas isso não é necessário. O bebê está protegido na barriga da mãe, está em formação. Enquanto a mãe estiver bem, ele também vai está. Mas ela não precisa de ter uma relação para isso acontecer. Entende? — Assenti, me sentindo um idiota.

— E então? O que eu tenho que fazer? — Conrad se levantou, suspirando.

— Cuidar do teu noivo, e garantir o bem-estar dele. Da Helena cuido eu. — Ditou, cruzando os braços. O encaro, confuso.

— Como assim? O que vai fazer?

— Já fiz. Mandei meus homens pegarem Helena. Ela será levada para uma fazenda que pertence à nossa família. Estará sendo muito bem vigiada e terá todos os cuidados e assistência que precisa durante a gravidez.

— O quê? Mas... Conrad... — Tento falar, mas ele ergueu a mão, negando com a cabeça.

— Essa é uma decisão minha, Adam. Depois que a criança nascer, Helena irá pagar por tudo que fez. E enquanto está grávida, não vou permitir que incomode mais ninguém. Está fazendo mal não só ao Lux como a você também. Eu deixei quieto por um tempo, achando que se resolveria, ou ela iria se tocar e ficar no canto dela, mas depois de quase te perder e agora acontecer isso... foi o meu limite. Sua única preocupação agora é cuidar do teu noivo, e seguir com os preparativos do casamento. — Sorri, desacreditado, o abraçando fortemente.

— Não sei nem o que dizer... Obrigado, irmão. — Conrad riu, segurando meu rosto entre suas mãos, me olhando fixamente.

— Eu vou sempre cuidar de vocês, não importa o quão velhos estejam. — Brincou, beijando minha testa e me abraçando, o que me fez sorri.

Eu não podia pedir por uma família melhor do que essa...

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora