CERTO OU ERRADO

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— Como assim cego, Helena?! — Adam questionou, agora mais sério, se ajeitando na cama

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— Como assim cego, Helena?! — Adam questionou, agora mais sério, se ajeitando na cama. Helena suspirou, se aproximando e entregando alguns exames para ele.

— Eu... bebi algumas vezes depois daquela noite. Eu não fazia ideia que estava grávida. Eu juro! Mas não sei se isso foi a causa... — Exclamou, cruzando os braços. — A ideia de ter um filho não parecia ruim até descobrir que ele vai nascer cego! — Adam negou, suspirando.

— De qualquer forma, ele continua sendo meu filho, e vai ser muito bem amado. — Ditou, analisando os exames. Helena sorriu, se sentando na cama, o que chamou a minha atenção.

— Eu tenho certeza que você vai ser um pai excelente. — Adam sorriu, passando os exames e vendo a impressão de uma ultrassom, onde já se notava a forma da criança.

— É o meu filho... — Balbuciou, passando a mão sob a foto, emocionado.

— E acabo de descobrir que é um menino. — Helena falou, sorrindo. Adam parecia feliz com a notícia, e eu estava sobrando naquela conversa. Respiro fundo, pegando os copos vazios e as sacolas que eu trouxe as comidas.

— Aonde vai, Lux? — Adam questionou, me olhando.

— Só jogar isso no lixo. — Murmuro, saindo do quarto e jogando aquilo no primeiro cesto de lixo que encontro. Me sento em uma cadeira, bufando e esfregando meu rosto com as mãos.

— Lux? — Olho para frente, me surpreendendo ao ver minha irmã, Annabelly.

— Oi... O que faz aqui? — Questiono e ela se senta ao meu lado.

— Vim acompanhar minha bonequinha. Ela trouxe a pirralha para pegar uns remédios e aproveitar para ver Adam. E eu vim junto. — Explicou, sorrindo. — E você? Por que está com cara de cachorro que caiu da mudança? — Reviro os olhos, me recostando na cadeira.

— Está tão óbvio assim?

— Está. Pode ter certeza. — Reflito, não sabendo como explicaria o que eu estava sentindo. Nem eu sabia direito.

— Como você lida com Sophia? Você namora a Andrea, mas ela vê Conrad constantemente. Não tem ciúmes? — Annabelly riu, passando a mão nos cabelos.

— Por que eu teria ciúmes? Aqueles dois não têm química alguma. Além disso, ambos são comprometidos. E Conrad... bem, ele joga para o outro time. Então, por que eu me preocuparia? Aliás, foi eu que tirei a Andrea dele. — Brincou, rindo.

— É... você não tem motivos para ter ciúmes... Mas eu tenho. — Balbucio, olhando para o quarto onde Adam estava. Helena ainda não havia saído.

— O que te fizeram? Me diz que eu resolvo em um instante. — Ditou, em um tom sério.

— Nada... nada que possa ser resolvido. Você conhece Helena, não conhece? O que você acha dela? — Annabelly pensou, fazendo uma careta.

— Sei que não faz meu tipo. Eu vi ela poucas vezes e é muito arrogante, soberba. Ela esquisita, então, eu passo. — Falou, dando de ombros.

— E na visão de um homem? — Annabelly novamente pensou, ponderando.

— Bom, ela é gostosa, não nego. Qualquer um olharia para ela com segundas intenções.

— E se tivesse um filho com ela? — Annabelly me encarou, desconfiada.

— Mas que interrogatório é esse? A patricinha está te incomodando?

— Ela está grávida do Adam, Anna... Eu... estou com medo de perder ele. Adam disse que iria até proteger ela das consequências. Parece que ele esqueceu que foi ela que abusou dele! — Perco o controle, chorando. Annabelly suspirou, dando tapinhas em minhas costas, não sabendo ao certo o que fazer.

— Ei, maninho, não fica assim. Se ele te trair, me liga que eu corto o pau dele fora. — Suspiro, enxugando minhas lágrimas. Annabelly não era boa em dá conselhos, mas não era por mal. Ela só foi criada como eu: isolada do mundo, dos sentimentos.

— Tudo bem. Deixa para lá... É bobagem minha. — Murmuro, forçando um sorriso. Annabelly sorriu, sacudindo meus cabelos.

— Deve ser. Você é muito paranoico. Fica calmo. Eu preciso ir procurar minha bonequinha, mas... não esquenta a cabeça com isso, Lux. Você já passou por problemas demais para esta se preocupando com tão pouco. — Assenti, vendo ela acenar, se despedindo e indo embora.

Depois de alguns minutos, vejo Helena finalmente saindo do quarto, distraída com os exames e inbdo embora. Respiro fundo, enxugando minhas lágrimas ao máximo que consigo e entrando no quarto, tentando parecer calmo.

— Você demorou para voltar. Onde estava? — Adam questionou. Nego com a cabeça, me deitando na maca junto com ele, puxando seu braço para minha cintura, ficando de conchinha com ele.

— Você me ama? — Questiono, sentindo um nó se formar em minha garganta. Adam riu, beijando meu rosto.

— É claro que eu te amo. Você ainda duvida disso, amor? — Suspiro, sorrindo fracamente.

— Eu só queria ouvir de você... — Murmuro, o que fez ele ri, me abraçando forte e beijando meu pescoço.

— Eu te amo, seu bobo.

— Adam... você não pensa em se vingar de Helena? — Questiono, e a resposta demora a vir.

— O quê? — Me levanto, ficando sentado na maca, o encarando.

— É uma pergunta simples. — Ele suspirou, desviando o olhar.

— Lux... ela errou muito. Mas o que eu posso fazer? Ela é mãe do meu filho. Eu não quero que ele sofra.

— Adam... como pode? Ela está usando essa criança para se livrar de tudo isso, você não enxerga?! — Me altero, farto daquela situação.

— Lux, não vou discutir isso com você. Eu sei que é difícil. É para mim também. Mas o que pensa em fazer? Matar a mãe e dane-se a criança?! Eu cresci aprendendo que a família vem em primeiro lugar em qualquer situação. Agora não vai ser diferente. — Sorri, em meio as lágrimas que caíam novamente.

— Pois família para mim não significa absolutamente nada. E agora também não é diferente. — Rebato, vendo Adam me olhar horrorizado. Ele nunca havia me olhado dessa maneira...

— O que está dizendo, Lux?! Pois o meu filho é importante para mim, e querendo ou não Helena é a mãe dele. Você precisa entender isso. Está sendo egoísta! Só porque não teve uma família boa, não quer dizer que meu filho também não precisa ter. — Arregalo os olhos, sentindo o baque ao ouvir aquilo. — Ah, merda... Lux, desculpa...

— Não. Você tem razão. Eu que estou sendo egoísta. Então dê ao seu filho a família que eu não tive! — Exclamo, tirando a aliança do meu dedo, a deixando na cama e saindo dali aos prantos, ouvindo Adam gritar por mim, mas ignoro, abandonando aquele hospital, parando em um beco qualquer, me sentando no chão e chorando.

Eu já não sabia dizer quem estava certo ou errado. Mas eu sabia que isso não iria para frente.

Desde o começo eu sabia. Eu sentia que não defvia me entregar. Mas eu fui idiota demais e entrar nessa relação incerta.

Helena havia ganhado novamente...

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora