UMA VIAGEM A NEGÓCIOS

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— Droga, Adam! Cadê você?! — Resmungo, andando de um lado para o outro enquanto tentava ligar desesperadamente para Adam, mas só caía na caixa postal

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— Droga, Adam! Cadê você?! — Resmungo, andando de um lado para o outro enquanto tentava ligar desesperadamente para Adam, mas só caía na caixa postal.

Estava quase na hora do meu voo, e eu ainda não tive a oportunidade de conversa e explicar para Adam que eu iria sair por um tempo. Acabou que a viagem por adiantada e o que era para ser na próxima semana, acabou sendo agora, por conta de previsões do tempo.

Suspiro, impaciente. Harry me disse que Adam havia saído bem cedo com Conrad para receberem um carregamento. Essas coisas geralmente demoram, porque eles vão assinar contratos, se reunirem, e receber as encomendas, o que leva bastante tempo. E como eu sei que Adam é extremamente rígido quando está trabalhando, bem, ele certamente desligou a porra do celular.

— Vossa alteza, o senhor Berryann já está pronto, apenas aguardando sua chegada. — Um dos guardas da realeza me avisou. Tento enrolar um pouco mais, mas Adam não me atendia, então foi o jeito eu desistir e embora de uma vez. Só espero que ele não enlouqueça atrás de mim. Eu odiava a ideia de deixá-lo preocupado. E realmente não sei por quanto tempo essa viagem pode durar.

Visto meu casaco e pego minha mala, sendo acompanhado pelos guardas até o aeroporto. Harry havia ido buscar as crianças na escola, e não sei se eu queria tratar desse assunto com ele. Harry iria certamente me encher de perguntas, e o assunto é bem longo e complexo, então... foi o jeito eu sair sem ninguém saber. Mas eu queria que ao menos Adam soubesse que estava tudo bem. Ao menos por enquanto...

— Está tudo bem? — Enrico me recebeu no aeroporto, me guiando até o jatinho.

— Não. Não consegui falar com Adam. Estou preocupado. — Falo, vendo ele me olhar tão preocupado quanto eu.

— Olha, duas opções: ou ele vai surtar e mandar a máfia inteira atrás de você, ou vai achar que você simplesmente desistiu dele. — Arregalo os olhos, negando rapidamente.

— Eu prefiro que ele mande o exército atrás de mim ao invés de pensar que eu o deixei. — Enrico riu, assentindo e me ajudando a subir no jatinho. Alguns guardas da realeza e soldados da Máfia faziam nossa segurança.

Respiro fundo, me acomodando na poltrona e pegando meu celular. Nenhuma resposta...

Resolvo mandar uma mensagem rápida, já que meu celular estava descarregando. Escrevi às pressas, na esperança de que ele me respondesse.

— Alteza... desligue o celular, por favor. — A aeromoça pediu, o que me fez suspirar em desistência, desligando o celular e o guardando no bolso.

— Não se preocupe, Lux. Quando chegarmos você tenta falar com ele. — Enrico falou. Assenti, entristecido. E logo o jatinho tomou voo. Olho pela janela, vendo a cidade cada vez mais pequena.

Adam... não pense errado de mim, amor...

. . . . .

— Ah, esse país é realmente uma beleza surreal! Exala capitalismo! — Enrico brincou, rindo, o que me fez ri também. Respiro fundo, sentindo emoções passadas me envolverem assim que piso em solo coreano.

Fazia tanto tempo que eu não vinha aqui...

— Sabe onde sua tia mora? — Enrico questionou, conferindo as horas em seu relógio de pulso.

— Sim. Ela sempre foi ambiciosa e exibicionista. Lógico que está vivendo na mansão que pertencia aos meus pais, e agora... a mim. — Falo, ajeitando a mochila em minhas costas e caminhando junto com Enrico por alguns minutos. A mansão não era tão longe, e foi bom caminhar pela cidade, rever certas coisas que nunca mudam. Tudo era tão nostálgico.

A mansão era enorme, revestida por uma tintura branca e verde claro, com um imenso jardim a rodeando e seguranças por toda parte.

Me aproximo, vendo dois deles avançarem um passo, me barrando.

— Identifique-se. — Um deles ditou, rudemente. O encaro, não tendo muita paciência, mas eu sabia que precisaria passar por isso e provar quem eu sou.

— Lux Kershaw, ou se preferir, Lux Baek Boo Choi. — Dito, em tom firme, mostrando minha identidade. No mesmo instante, eles arregalaram os olhos, se entreolhando e depois voltando a atenção para mim, se curvando de imediato.

— Senhor! Pensamos que havia morrido com seus pais. Por onde esteve? — Questionou, ainda curvado. Suspiro, nem querendo lembrar pelo o que eu tive que passar.

— Tudo vai ser esclarecido. Agora me diga, minha Tia Moon está em casa? — Questiono, vendo eles se levantarem, corrigindo a postura.

— Sim, senhor.

— Perfeito. Vocês dois, me acompanhem. — Ordeno, apontando para dois dos seguranças, que prontamente me seguiram. Enrico sorriu, me olhando descontraído.

— A melhor forma de superar seus pesadelos... pisando sobre eles. — Comentou, o que me fez sorri de canto.

Empurro a porta dupla, adentrando minha casa... Minha antiga casa. Não sei se era bom ou ruim as lembranças que me atingiam. Mas o cheiro impregnado de ouro e prata naquele lugar estava quase insuportável. Ela havia mudado até mesmo a decoração da mansão. Enchendo tudo com ouro e objetos que certamente custam uma fortuna.

— Você é surda?!! Isso está horrível! Refaça, sua incompetente! — Vejo minha tia na sala, brigando com uma empregada, que estava de cabeça abaixada, assustada.

— Não te ensinaram bons modos, tia Moon? — Questiono, chamando sua atenção. Ela me olhou sem entender, encarando Enrico em seguida, se assustando com a presença dele, e futuramente, a minha.

— Quem é você, garoto?! E por que está aqui, Enrico?! — Questionou, se aproximando de nós.

— Ah, me ignore. Estou aqui apenas como plateia. — Enrico brincou, tão sarcástico e descontraído que quase me fez ri naquela situação.

— Tia Moon, não se lembra do seu sobrinho? Aquele que você mandou matar na última viagem dos meus pais? — Questiono, um tanto quanto irônico, vendo ela me encarar em choque, parecendo assustada e confusa.

— Não pode ser... você... Você é um impostor! Todos eles estão mortos! — Sorri, dando de ombros.

— Se isso te deixa menos assustada, por mim tudo bem. — Ela sorriu, pousando as mãos na cintura e me encarando com desgosto.

— Não importa se você conseguiu viver daquele acidente. Talvez possa acontecer outro, não acha, meu querido sobrinho? — Insinuou, vitoriosa.

— Concordo, Tia Moon. Mas às vezes... o tiro pode sair pela culatra. Talvez... o acidente pode acontecer com quem o arquitetou, não acha? — Rebato, vendo seu sorriso morrer.

— Chega com essa palhaçada! Você chegou tarde, sobrinho. A máfia me pertence! — Exclamou, vitoriosa. Suspiro, fazendo apenas um aceno com a cabeça para o segurança ao meu lado, que prontamente abriu a porta de entrada, onde guardas da realeza entraram, devidamente armados, juntamente com soldados da Máfia italiana.

— A máfia nunca te pertenceu, Moon! Ela é e sempre foi minha. Você me roubou, além de ter matado os meus pais! — Acuso, avançando dois passos à frente. — Chegou a hora de cobrar... com juros e correções.

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora