NO SILÊNCIO DA NOITE...

3.7K 420 72
                                    

A noite demorou a chegar, mas chegou, e eu poderia finalmente dormir depois de quase me matar nos treinamentos no jardim da mansão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A noite demorou a chegar, mas chegou, e eu poderia finalmente dormir depois de quase me matar nos treinamentos no jardim da mansão. Eu só queria esquecer certas coisas e seguir em frente. Mas isso era muito mais difícil do que eu pensei.

Me deito na cama, em meu quarto. Estava exausto e com dores em meu corpo.

Ouço alguém bater na porta, mas não respondo. Devia ser Harry ou Conrad com seus interrogatórios. Sei que eles se preocupam, mas eu gosto de resolver meus problemas sozinho.

— Adam...? — Vejo a porta se abrindo e Lux entrando, vestido em um shortinho de dormir e uma camisa larga, de manga comprida. Era incrível o poder dele ficar lindo em qualquer roupa.

— Tudo bem? — Ele fechou a porta, se aproximando e me observando por longos segundos em silêncio.

— Eu que deveria perguntar. Você está estranho desde que chegou hoje de manhã. — Murmurou, o que me fez ser pego de surpresa. O encaro, suspirando baixo.

— Eu só estou cansado, Lux...

— Eu costumava usar essa desculpa no começo. Para as pessoas que eu achava que se importavam comigo. Eu conheço você. Sei como se fecha para o mundo quando algo o incomoda. Foi por minha causa? — Sorri fracamente, negando.

— Você é a melhor coisa que me aconteceu no meio de tanto caos, Lux. Não me faça essa pergunta de novo. — Falo, em um tom sério. Ele respirou fundo, se aproximando e tocando minha testa, me encarando com certa preocupação.

— Você está muito quente... Não devia ter se esforçado tanto hoje. — Murmurou, procurando por alguma coisa em volta, até que achou uma camisa. Ele a pegou, seguindo para o banheiro. Não entendi o que ele estava fazendo, mas logo voltou, com a camisa úmida, a colocando em minha testa. Eu sorri, segurando sua mão.

— Não precisa fazer isso, Lux. Eu disse que só estou cansado. — Lux suspirou, cruzando os braços.

— Eu sei que falei coisas que você não gostou. Mas eu me sinto muito mal quando você mente para mim. Eu confiei em você, Adam. Eu permiti que você se aproximasse de mim. Mas por que não me deixa fazer isso com você? — O encaro, surpreso, sem saber o que dizer. Eu nunca vi Lux falar tão sério e convicto como agora. Ele parecia realmente chateado.

Por conta da minha falta de resposta, ele subiu em minha cama, ajeitando a camisa em minha testa e me cobrindo com o edredom. O olhei, sorrindo levemente.

— Achei que não se importasse com as pessoas... — Brinco, e ele me encara.

— Com você eu me importo. — Rebateu, contornando um curto sorriso. — Descansa...

— Lux... — Chamo e ele me olha atentamente. — Pode ficar aqui comigo? — Ele suspirou, desconfortável.

— Adam... eu não sei se é uma boa ideia...

— Você disse que confiava em mim.

— Eu confio em você. Mas ainda não aprendi a confiar em mim mesmo. — Murmurou, o que acabou me deixando confuso.

— O que quer dizer? — Ele sorriu, passando a mão nos cabelos e desviando o olhar. Se continuar fazendo isso, definitivamente vai parar de confiar em mim.

— Tudo bem... — Falou, subindo novamente em minha cama e deitando de frente para mim, com seu rosto próximo do meu. — Por que você está assim? — seu tom saiu em um sussurro, me trazendo a lembrança nojenta de Helena.

— Não foi nada, Lux... Esquece isso.

— Eu não vou esquecer. E se não quiser me contar, tudo bem. Mas eu vou ficar extremamente chateado com você. — Suspiro, sabendo que ele não iria desistir dessa conversa.

— Desde quando ficou tão insistente? — Brinco, tendo o prazer de contemplar seu sorriso novamente.

— Desde que passei a ficar mais tempo com você. — Rebateu, o que me fez sorri. Ah, Lux... Tão perto e ao mesmo tempo tão longe...

— Eu fui drogado ontem. Foi o que aconteceu. — Falo, vendo ele abrir a boca para falar algo, mas desistiu, me olhando com mais preocupação ainda. Por isso que eu não queria dizer...

— Você... Adam... Por quem? — Questionou, o que me fez respirar fundo.

— Minha ex. — Lux me olhou mais atentamente, parecendo pensar bem em suas próximas palavras.

— Ela... tocou você? — Assenti, vendo Lux começar a chorar, o que me deixou confuso e preocupado.

— Por que está chorando, Lux?

— Eu não devia ter te falado aquelas coisas. Se não fosse por minha causa, teríamos voltado juntos do bar e de bem um com o outro... Me perdoa. — Arfo, perplexo.

— Lux, não foi culpa sua. Eu já disse. — Ele negou com a cabeça e então me abraçou fortemente, deitando a cabeça em meu peito.

— Quem... quem foi essa mulher? — Questionou, me olhando nos olhos. O encaro, não sabendo se deveria responder.

— Por que quer saber?

— Eu não quero ser educado com alguém que fez mal a você. Se ela estiver de frente comigo, eu quero saber que foi ela. Me diz quem foi...

— Lux...

— Adam, eu estou pedindo. Me diga quem foi. — Insistiu, me deixando surpreso pela sua convicção.

— Helena... uma mulher que nos parou na rua uma vez, lembra? — Falo e ele assente rapidamente, mordendo o lábio inferior e se acomodando debaixo do edredom, pegando minha mão e a segurando, enlaçando nossos dedos.

Helena... sei... Sei quem é.

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora