O ALVO MUDOU A MIRA

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— E então, Lux? Como está com Adam? É oficial mesmo? — Harry questionou, pela milésima vez, enquanto eu tentava me esquivar do assunto, mas ele tinha uma boa memória

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— E então, Lux? Como está com Adam? É oficial mesmo? — Harry questionou, pela milésima vez, enquanto eu tentava me esquivar do assunto, mas ele tinha uma boa memória. Como Adam e Conrad estavam ocupados resolvendo assuntos pendentes da Máfia, na qual eles insistem em esconder os problemas de nós dois, resolvemos sair para tomar um sorvete.

Eu escolhi um sorvete de casquinha, com duas bolas sabor chocolate e pistache, e Harry de Napolitano. Ele era viciado nesse sabor. Disse que economizava mais e tinha mais sabores ainda.

— Oficial... acho que não. — Murmuro, confuso. Nem eu sabia ao certo o que tínhamos. Eu só sei que estava gostando.

— Ele ainda não te pediu em namoro? — Nego, vendo Harry suspirar. — Ai... esses homens da máfia... Tão rápidos para umas coisas e tão lentas para outras... — Lamentou, o que me fez ri.

— O Conrad demorou a te pedir em namoro? — Questiono, vendo Harry refletir.

— Eu não sei dizer se demorou. Cada momento com ele era especial, quando chegou a hora, simplesmente chegou. E eu nem estava esperando. Além de que, ele ainda era casado com Andrea. Lembra? — Assenti, lembrando só agora desse detalhe.

— Achei que casamentos na máfia fossem para sempre. Digo... é o que eu ouço falar. — Harry sorriu, assentindo.

— Sim, e são. Mas tivemos um anjo da guarda chamado “meu sogro”. Aliás... nosso sogro. — Brincou, me trazendo a vaga lembrança do pai de Adam.

Ele veio uma vez quando chegamos na Itália, mas eu sempre me mantive afastado das pessoas na época. Nem sequer conversamos. Mas os boatos que rolam por aí é de que ele foi um dos Capos mais temidos do mundo. Ninguém ousava mexer com ele.

— Ele é... bravo? — Questiono, vendo Harry ri.

— Que nada! É um manteiga derretida, pior que Conrad. Quando ele soube que iríamos adotar duas crianças, ele nos ameaçou de morte se não apresentássemos os pequenos aos avós. Um amor de pessoa. Sempre que posso eu vou lá visitá-los. A esposa dele é uma mulher super elegante e educada. — Comentou, sorrindo largamente.

— E eles aceitaram vocês? Digo... geralmente os Capos são bastantes tradicionais.

— Conrad me contou que ele era assim no começo. Até pegou mais pesado com Conrad do que com os demais, porque ele queria namorar os menininhos de escola e não podia. Ainda bem, porque ele é só meu agora! — Ditou, em tom de brincadeira, mas que eu não duvido que seja verdade. Apenas ri, terminando meu sorvete.

E sem que eu esperasse, o vaso de flores que estava sobre a mesa explode, nos assustando.

— Uma bala?! — Harry exclamou, vendo a bala caída na mesa. — Vem, rápido! — Harry puxou meu braço, entrando na sorveteria e correndo até a porta dos fundos.

— O que está acontecendo?! — Exclamo, e automaticamente lembro de Helena e da sua ameaça. Ela não estava brincando mesmo... Desgraçada!

— Melhor ligar para o Conrad, ele pode... — Harry falou, pegando o celular, mas logo o aparelho é tirado das suas mãos. Um homem se aproximou, apontando uma arma diretamente para mim.

— Melhor sair, garoto. Meu negócio é com ele. — O homem falou, olhando para Harry e apontando a arma para mim. Harry segurou forte minha mão, não se movendo.

— Terá que matar nós dois então! — Harry exclamou, deixando o homem irritado.

— Eu não sei você, mas eu realmente prefiro a opção de não morrer. — Falo para Harry, tentando pensar em algo. — Adam, não se aproxime! — Exclamo, olhando por cima do ombro do homem, que rapidamente olhou para trás. Sorri, avançando sobre ele, tirando a arma das suas mãos e desferindo uma joelhada em seu estômago, que o fez cair sem ar.

— Boa, Lux! — Harry exclamou, sorrindo.

— Não preciso de treinamento para saber dá uma joelhada na boca do estômago. — Rimos, correndo dali e voltando para casa.

— Céus, minhas pernas não aguentam mais... — Harry falou, se jogando no sofá. Corremos muito. Muito mesmo para chegar até aqui. Eu nem chego até o sofá, me jogo no chão, ficando deitado no mesmo.

— O que há com vocês? — Conrad e Adam apareceram na sala.

— Quase morremos, mas passamos bem. — Harry ironizou, ofegante.

— Vocês o quê?!! — Os dois gritaram, e Adam rapidamente veio até mim, me puxando pelos braços e olhando para meu corpo, como se procurasse algum machucado.

— Você está bem? O que aconteceu?!

— Um homem tentou me matar. E só tem uma única pessoa que me quer morto. — Falo, vendo Adam se levantar, com uma expressão fechada.

— Eu não acredito que ela fez isso...

— Adam... eu estou bem.

— De quem vocês estão falando?! — Conrad questionou, se aproximando de nós.

— Helena, filha do Capo espanhol. Ela não aceitou o fato de que terminamos e agora enlouqueceu de vez. — Adam explicou. Me levanto, ficando ao seu lado.

— Helena?! Olha, você sabe muito bem que temos alianças com Giovani. Agir contra a filha dele seria uma guerra declarada.

— Eu entendo, Conrad... — Adam murmurou, chateado.

— Não, Adam! Ela mulher merece ser punida. Ela colocou a vida do Lux e do meu marido em risco. Acha que eu vou permitir isso?! — Exclamou, nitidamente irritado.

— O que vai fazer? Amor... nem pense em morrer e me deixar com três crianças para cuidar. — Harry falou, se levantando e vindo até Conrad.

— Não se preocupe. Eu vou ter uma conversa séria com Giovani. Se a situação não mudar, vamos quebrar um contrato vitalício. — Conrad ditou, pegando as chaves do carro e saindo.

— Eu vou com você! — Adam exclamou, mas Conrad impediu.

— Melhor não, Adam. É melhor tratar esse assunto de forma imparcial. Você tem atritos com a filha dele e não quero que a situação fique pior do que já está. Fique aqui e cuide para que todos fiquem bem. Eu volto logo. — E então se retirou. Harry suspirou, chateado.

— Eu não me acostumo com isso. Parece que ele gosta de me deixar preocupado. — Murmurou, subindo as escadarias.

Adam me olhou, parecendo preocupado.

— Vai ficar tudo bem, Lux.

Eu espero que sim...

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora