CLIMA PESADO

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Minha cabeça doía como o inferno

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Minha cabeça doía como o inferno. Olho em volta, não me recordando de onde estava. Minha mente estava um branco completo. A última coisa que lembro é de estar com Helena. Ela me oferecia uma bebida... e depois... Eu não sei. Olho à minha volta, me dando conta de que eu não usava minhas roupas. Ah, não...

Aquela vadia me drogou!

As lembranças agora surgiram como adagas em minha cabeça, me fazendo querer matá-la lentamente por ter feito algo assim, mas eu também tive culpa. Eu que caí no jogo sujo dela. Era preferível eu ter dormido na rua.

Suspiro, resolvendo parar com minhas lamentações. A merda já estava feita.

Visto minhas roupas, saindo do quarto. E logo vejo Helena correndo até mim, usando apenas uma lingerie vermelha. Pela primeira vez, eu só sentia nojo ao olhá-la.

— Amor, que bom que você acordou! Vamos tomar café. Eu mesma preparei. — Ditou, mas meu olhar frio em sua direção demonstrava todo os inúmeros xingamentos e atitudes que eu queria exercitar naquele exato momento.

— Nunca mais... apareça na minha frente. Entendeu bem? — Falo, seco, pegando meu casado e fazendo menção de sair dali, mas ela parou na minha frente, pousando as mãos em meu peito, mas logo a afastei.

— Não pode fazer isso comigo, Adam! Nós fizemos amor e você vai me tratar assim?! — Eu ri, indignado.

— Você me drogou, Helena! Eu não te amo mais, entendeu bem? E o pouco de consideração que eu tinha por você acabou neste exato momento! Eu só sinto nojo por você! — Exclamo, irritado, e seguindo para a porta.

— Eu sei que eu errei, mas eu precisava ter você. E mesmo que estivesse drogado, você se excitou do mesmo jeito, e fez o favor de gozar dentro de mim. — Me viro para ela, querendo agredi-la até a morte, mas apenas neguei, bufando de ódio e saindo dali de uma vez por todas. Desgraçada!

Respiro fundo, pegando meu carro abandonado no estacionamento e retornando para casa. Minha cabeça doía como nunca, pior do que ressaca, mas isso era o de menos agora.

Acabo percebendo pelo retrovisor que um carro preto não saía da minha cola. Ótimo! Por que não amanhecer o dia sendo perseguido para completar a desgraça de vez?!

Reviro os olhos, aumentando a velocidade, e notando que o carro que me perseguia também aumentou a velocidade. Certo, eu estava mesmo sendo perseguido. Mas por quem?! Eu estava desarmado e sozinho, e muito, muito stressado para entrar em confusão agora. Então apenas continuei meu caminho. E assim qee me aproximei das redondezas da mansão o carro deu a volta.

Sorri, sabendo que isso iria acontecer. Nenhum idiota seria tão burro ao ponto de tentar invadir a propriedade dos Berryann. Seria morto em segundos. Seja quem for, parecia estar apenas me observando.

Abandono meu veículo, entrando finalmente em casa. Meu primeiro pensamento foi Lux. Mas depois de tudo... ele ainda queria me ver?

Penso bem antes de fazer qualquer coisa, mas eu queria vê-lo, então decidi ver se ele estava no quarto, mas assim que cheguei na escadaria, vejo Lux no topo, me olhando sem dizer uma única palavra.

Ele estava com uma expressão cansada e triste. Eu não queria vê-lo assim. Eu odiava vê-lo dessa forma. Respiro fundo, subindo dois degraus, vendo Lux descer dois, vagarosamente.

Meu peito estava apertado, parecia que meu coração iria explodir a qualquer momento. O que eu diria? Ainda mais quando tudo que eu pensava em dizer parecia ser tosco demais.

Avanço mais dois degraus, e Lux desce mais dois. Ficamos nessa, até finalmente estarmos de frente um para o outro.

— Você não voltou ontem... — Lux murmurou, com um tom baixo. Suspiro, o olhando.

— Eu queria ter voltado... Você... dormiu bem? — Lux suspirou, assentindo. Contanto que ele estivesse bem, era isso que importava.

— Você está bravo comigo...? — Lux questionou, entristecido.

— Por que estaria? Você não fez nada de errado. — Falo, vendo ele desviar o olhar. Oh, merda! Não queria esse clima entre a gente.

— Depois de ter te dito aquelas coisas... pensei que nunca mais fosse olhar na minha cara. — Nego, o puxando para um abraço. Seu cheiro era tão bom... me tranquilizava.

— Está tudo bem, ok? Eu só... preciso esfriar a cabeça. Foi uma longa noite. — Falo, vendo ele assentir.

Me afasto dele, subindo para o meu quarto e entrando no banheiro, me livrando daquelas roupas e me enfiando debaixo do chuveiro, fechando os olhos e deixando que a água levasse embora toda a tensão que eu sentia.

Apesar de ter muita raiva de Helena, no momento eu não poderia fazer nada. Ela era filha do Capo espanhol, e nada mais sensato que deixá-la em paz. Ninguém acreditaria que a “inocente” Helena seria capaz de drogar alguém, ainda mais a mim. Todos acreditariam nela com algumas poucas lágrimas forçadas, e então quem seria punido seria eu, por ter tirado a virgindade dela sem ter casado.

Respiro fundo, terminando meu banho e vestindo apenas uma bermuda jeans, descendo para a cozinha e encontrando todos na mesa: Conrad, Harry, as crianças e Lux.

Me junto a eles, me servindo em silêncio e esperando que ninguém notasse minha presença e minha raiva contida. Mas eu havia esquecido que tinha um mentor sensível entre nós chamado Harry.

— Aconteceu algo, Adam? — Harry questionou, me olhando com preocupação. E logo todos me olhavam, esperando uma resposta.

— Não. Está tudo bem. — Falo, tomando meu café. Lux me olhou, não parecendo ter se convencido, mas não falou nada, apenas voltou a comer. Fiz o mesmo, resolvendo me calar ao invés de acabar piorando as coisas.

Mas a comida parecia estar tão sem gosto...

BOYS DON'T CRY - Adam Berryann Onde histórias criam vida. Descubra agora