Capítulo 17- Princesa

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O dia já chegava ao seu fim e eu tinha que sair do palácio. Meus longos cabelos estavam presos em um coque e eu estava vestindo roupas de linho masculinas. Minha criada iria se passar por minha esposa.

         Nos  aproximávamos do portão e meu coração acompanhava os trotes do cavalo, o pânico estava me invadindo porém eu não podia desistir, não agora.

          Abaixei a cabeça e passei pelos guardas. Quando eu estava quase livre eu ouvi um soldado me chamando. Fiquei tensa e minha criada também. Será que eles haviam descoberto? Por quê eles nos pararam? Comecei a suar. Olhei para o guarda e ele falou:

          — Alto lá! O que vocês tem nos alforges? 

          Engrossei minha voz para que eu parecesse um homem e falei firmemente:

           — As mercadorias que eu não vendi.

           — Irei revistá-lo mesmo assim.

          — Fique a vontade, não estou levando nada de mais.

           Ele conduziu meu cavalo para longe do portão e começou a examinar meus pertences. Então disse:

           —Realmente, sua venda foi péssima.

         — Infelizmente, terei dificuldades para passar o ano. Existe algum outro lugar em que eu possa vender o que me sobrou?

           — Eu tenho cara de ajudante de vendedor?!Suma da minha frente.

           Por mais que eu tivesse sido liberada eu sentia os olhos dele em minhas costas. Acelerei o cavalo e saí do palácio. Minha criada estava tão nervosa quanto eu então paramos para recuperar o fôlego, porém não podíamos demorar muito, então voltei a cavalgar.

          O restante do caminho foi tranquilo, porém não baixei a guarda em nenhum momento. Pouco tempo depois chegamos no porto e vi que o criado de meu irmão nos aguardava no cais. Assim que ele nos viu avisou os outros que havíamos chegado. Olhei para o céu e vi que já era de noite, estávamos atrasadas e todos me perguntavam porque. Falei para eles que explicaria tudo quando estivéssemos em segurança e eles assentiram.

            Observei que o navio já estava pronto para zarpar, só faltava nós duas. Deixei meus cavalos em um estábulo sob a responsabilidade de um de meus contatos, afinal de contas eu amava aqueles cavalos.

           Subimos à bordo e zarpamos, e então eu vi o único lugar que eu chamava de lar ficando pra trás. O sol refletia no palácio, o deixando com um tom dourado, pensei em minha vó  naquele instante e na dor que ela sentiria, porém eu sabia que ela se alegria por nós. Eu sabia que muito em breve eu voltaria a vê-la.

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