Capítulo 43 - Princesa

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          Nós estávamos voltando do palácio a pé,pois eu desejava ver a vila. Eu estava distraída olhando o vilarejo e parei para comprar flores de uma senhora,  eu estava  pegando  um ramalhete de flores quando senti algo se movendo, porém não me preocupei pois vi que era uma criança. Enquanto eu pegava o dinheiro de minha bolsinha acabei deixando ela cair. Me abaixei para pegá-la porém vi que um menininho já havia se prontificado à me ajudar. "Que fofo" eu pensei. Estiquei minha mão para pegar a bolsinha, porém para a minha surpresa ele a colocou dentro da blusa e saiu correndo. Fiquei parada por um tempo processando o que havia acabado de acontecer. Ele havia me roubado e eu estava ali parada.Sem pensar duas vezes comecei a correr atrás dele. Ao longe eu ouvi o meu irmão me chamar porém não parei. Apertei os olhos e pude ver ele  virando a esquina, então comecei a gritar: 

           — Pare! Pare seu ladrãozinho!

           Minhas pernas já estavam doendo de tanto correr, porém assim que eu pensei em parar eu vi ele entrando em uma rua sem saída. "Agora eu te peguei". Acelerei a corrida e minutos depois eu estava na frente da rua, ela era suja e escura e tive que forçar meus olhos para conseguir enxergar. Vi o menino sentado no chão com a minha bolsinha aberta em seu colo. Me aproximei silenciosamente e ajoelhei ao seu lado. Assim que ele me viu ele tentou correr porém eu segurei a blusa dele e ele imediatamente começou a espernear e gritar.

           — Me solta! Me solta! Não me machuque! Eu não fiz nada com você.

           — Você me roubou rapazinho.

           — Eu preciso ajudar a minha família. Eu não fiz por mal.

            Quando ele falou aquilo eu afrouxei o aperto e pensei. Eu não precisava daquele dinheiro, não tanto quanto ele. Peguei minha bolsinha da mão dele e tirei quatro moedas. Abri a mão dele e coloquei as moedas.

           — Pode ir agora.

             Ele fez uma rápida reverência e saiu correndo. Saí do beco e olhei ao redor, eu estava perdida. Comecei a vagar pelo vilarejo tentando recordar o caminho que eu havia percorrido para chegar até ali. Entrei em várias ruas erradas, pensei em pedir informação porém eu não sabia onde eu queria chegar. Olhei para o céu e notei que já estava escurecendo. Andei mais um pouco até chegar em uma praça. Me sentei em um banco de madeira e me encolhi, o frio me cercava e eu não podia fazer nada a respeito. Fechei os olhos e pensei "como eu irei voltar para casa agora? Eles nunca vão me encontrar aqui. Então é assim que eu morrerei?" Muito tempo se passou até que eu ouvi alguém   me chamando.

         — Hwawan! Hwawan!

         — Eu, eu morri? É você Buda?

         — Deixa de ser besta, sou eu,Moon Bin.

         — Moon Bin? - abri os olhos e vi ele parado na minha frente - Como você me encontrou?

         — Isso não importa agora. Vamos- ele pegou minha mão- Por Buda, Hwawan, sua mão está um gelo!-  ele colocou as mãos no meu rosto - Você está muito fria.

            Ele tirou o durugami e colocou sobre mim, logo em seguida ele me pegou no colo e me envolveu com os braços, enterrando meu rosto em seu peitoral definido, tentando me proteger do frio. Ele andou por um tempo até que eu escutei ele falar:

          — Eu encontrei ela!

          — Que bom. - Eu escutei o Myungjun falar.

          — Irmã!O que deu em você! Graças a Buda você está bem-Ele passou as mãos no meu cabelo -Coloque ela na carroça.

            O Moon Bin me colocou na carroça e se sentou ao meu lado e com um movimento rápido me abraçou. Ele constantemente sussurrava as palavras “Ainda bem que eu te encontrei a tempo”. Acabei adormecendo abraçada a ele pois eu estava muito cansada.Depois de um tempo eu senti a carroça parar e lamentei  mentalmente pela viagem ter acabado, queria ficar mais tempo com ele. Logo em seguida eu me repreendi,eu não podia me apegar a ele,ele era um metido e arrogante. Porém ele foi tão doce e gentil ao ir me procurar… meus pensamentos conflitavam em minha mente.

             Fui levada para dentro da casa e colocada em um tatame. Logo em seguida eu vi o médico Sanha se ajoelhar ao meu lado e colocar a mão sobre a minha testa. Ele se virou para o Eun Woo e falou:

           — Ela está resfriada. Irei preparar um chá de ginseng, ele irá recompor o sistema imunológico dela. A monitore, qualquer mudança de estado me chame.

            Meu irmão assentiu e se sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio por um tempo até que ele falou:

           — Você poderia ter morrido. Você não me ouviu quando eu te chamei, você não parou.

           — Mas eu não morri…- falei baixinho.

           — MAS VOCÊ PODERIA ESTAR MORTA! - ele virou o rosto e pude ver que seus olhos estavam vermelhos e sua boca estava trêmula - Eu fiquei muito preocupado Hwawan - Eu escutei ele soluçar - Eu não posso perder você… não posso.

            Me levantei e o abracei por trás.

           —  Me perdoe Eun Woo. Não queria te deixar preocupado. Prometo que nunca mais farei isso.

            Ele se virou e me abraçou. Ficamos um tempo daquele jeito até que o médico Sanha entrou no quarto. Percebi que ele ficou um pouco sem graça em ter que nos separar então pedi para o Eun Woo sair. O médico me deu o chá e eu tomei a bebida doce sem nenhuma dificuldade.

          — Descanse um pouco princesa. Volto depois para ver como o seu organismo está reagindo ao medicamento.

         — Obrigada Sanha.

            Assim que que ele saiu eu me deitei e minutos depois eu caí no sono.

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