Capítulo 4- Myungjun

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Era uma dia quente, e eu estava a caminho do porto. Um navio havia atracado no dia anterior, e eu iria vender cereais e vinhos para os marinheiros reporem os mantimentos.

               Parei na frente do navio e chamei pelo capitão. Então o Moon Bin desceu do convés e falou:

               — Myungjun!Há quanto tempo! 

               — Oi Moon Bin, bom te ver. 

               — Sim, trouxe o que eu pedi?

               — Sim, o de sempre.

               — Claro.

               Eu conheci o Moon Bin há alguns anos, quando eu vendi pela primeira vez as minhas mercadorias. Desde então eu me tornei o fornecedor do navio dele. O pai dele era um famoso comerciante e era o dono do navio, Moon Bin era o capitão.

              Nós subimos no navio e ele me conduziu até a sua cabine.

              Então eu perguntei:

               — Então…. O que te trouxe de volta? 

               — Viemos fazer uma entrega no palácio.

               — Ah, entendi.

               — Como vão as coisas aqui na cidade?

               — A situação está cada vez pior. O valor dos impostos só aumenta, temos que dar quase metade da nossa produção para o governo. Várias famílias estão passando fome e o número de compradores diminuiu muito. A cidade está abandonada, não vemos nenhuma melhoria na saúde e na educação, várias pessoas estão cogitando a ideia de sair da cidade e tentar recomeçar em outro lugar.

              — O estado da cidade é realmente deplorável. Pelo que você me falou, terei que avisar meu pai  sobre a possibilidade de termos que permanecer aqui por mais tempo, precisamos reabastecer o estoque…— ele falou com um olhar pensativo.

              — Esta leva de cereais que eu te trouxe é quase tudo o que tenho, e todos os fazendeiros estão na mesma situação.

               Ele mordeu o lábio inferior e falou:

             — Irei buscar o dinheiro. Com licença.

               Eu assenti com a cabeça.

              Depois que acabei de vender a minha produção voltei para a minha fazenda. Eu tentava ao máximo ajudar meus pais com as tarefas da fazenda, porém a renda estava cada vez menor, e eu não queria que eles passassem por dificuldades, então eu dei quase todo o dinheiro que tínhamos para eles irem para outro lugar, para terem uma vida melhor. Eles me mandavam cartas constantemente contando sobre como eles queriam que eu fosse morar com eles, porém eu gostaria de ser útil e se eu fosse morar com eles, não teríamos mais a renda da fazenda e nós passaríamos por dificuldades. Quem sabe um dia eu volte a vê-los. Eu sentia que a tirania do imperador estava próxima de seu fim.

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