Na manhã seguinte seria o tão esperado dia, nós finalmente chegaríamos na ilha. Nos recolhemos mais cedo do que o habitual pois precisávamos ter uma boa noite de sono para descansarmos. Me deitei e fechei os olhos porém ao invés de dormir aconteceu o oposto. Uma horrível tempestade começou a cair. Corri para fora de minha cabine e fui até a popa do navio. Olhei para o mar e vi que grandes ondas tentavam nos engolir, o mar se revoltou e ele açoitava o navio impiedosamente, como se fôssemos parasitas do qual ele queria se livrar. O navio balançava muito e tive que me segurar para não cair no mar.
O pânico tomou conta de todos, os marinheiros recolhiam as velas rapidamente. De relance vi o capitão tentando em vão segurar o leme que virava descontroladamente, ele gritava ordens para os marinheiros e mandava os outros se segurarem na balaustrada.
Parecia que uma eternidade havia passado até que a chuva começou a diminuir e o mar a se acalmar um pouco. Olhei para o horizonte e consegui ver a Ilha Jeju se erguendo ao longe. Nos aproximávamos da ilha rapidamente e então quando achei que o pior havia passado uma nuvem espessa de névoa engoliu o navio, era tão densa que não se enxergava nada do que estava à frente e uma garoa fina insistia em cair. Acendemos as lamparinas e uma luz fraca tentava ganhar espaço em meio a neblina. Navegávamos às cegas e só conseguimos ver a tragédia quando ela estava prestes a acontecer, um quebra-mares surgiu na nossa frente. Não sei como o capitão conseguiu evitar a batida porém quando vi nós já tínhamos desviado.
A neblina começou a se dissipar e conseguimos atracar o navio sem muitas dificuldades. Descemos no cais e paramos para olhar a cidade. Ela parecia uma cidade fantasma. As ruas estavam vazias, não se via nenhum comerciante vangloriando seus produtos, nem mulheres e suas criadas fazendo compras assim como não se ouvia a risada das crianças. No porto era onde havia a maior concentração de pessoas porém elas não pareciam ser muito amigáveis e solicitas, pelo contrário estavam todos ocupados com os seus afazeres e alguns pescadores discutiam sobre a pesca do dia que tinha sido prejudicada pelo temporal.
Enquanto o Moon Bin davam novos comandos aos seus marinheiros para começarem a descarregar o navio, coube a mim a difícil tarefa de encontrar cavalos e uma carroça para serem utilizadas para a nosso deslocamento.
Quando voltei para o porto, o navio já havia sido em grande parte descarregado, os marinheiros trabalhavam em total sincronia e agilidade. Colocamos nossas coisas na carroça e aguardamos o Moon Bin dar as últimas ordens aos seus marujos e colocar o seu imediato responsável pela embarcação. Somente depois dos acertos finais conseguimos seguir viagem. A princesa, sua criada e o Sanha foram na carroça, enquanto eu, o Eun Woo, seu criado e Moon Bin fomos a cavalo.
Depois de duas horas de viagem em uma estrada estreita e lamacenta, mas com uma vista linda para o mar o Myungjun falou:
— A vila onde os meus pais moram fica logo depois daquela curva.
Ele acelerou o cavalo e nós fomos logo atrás. Assim que passamos pela curva vi uma pequena propriedade que ficava antes do vilarejo, simples, mas com um lindo jardim, pomar, horta e alguns patos, gansos e galinhas ciscando pelo terreno. Quando estávamos quase chegando Myungjun pulou do cavalo e entrou correndo na casa. Nós ficamos esperando do lado de fora. Um tempo depois ele apareceu na porta da casa e nos convidou a entrar. O interior da casa era bem rústico, informal e muito limpo. Ele nos conduziu até um quarto e pediu para que entrássemos. Dentro do aposento, encontrava um senhor deitado em um tatame e uma senhora chorando. Olhei com atenção o senhor. Ele estava extremamente magro e pálido. O Myungjun se agachou ao lado da senhora e falou:
—Mãe. Temos visita.
A senhora rapidamente enxugou as lágrimas e falou com a voz trêmula:
— Olá queridos. Vou preparar um chá - Ela se levantou e foi para cozinha.
O Myungjun nos retirou do quarto e pediu para que esperássemos um pouco na pequena sala que era conjugado com a cozinha. Minutos depois ele voltou com xícaras cheias de chá. Ele me entregou uma xícara e eu agradeci. A mãe dele se sentou em uma cadeira e falou:
—Perdoe-me por não ter nada mais a oferecer. Como meu marido está doente ele não tem condições de trabalhar e eu para cuidar dele não pude mais trabalhar em nossa horta nem ir a vila de pescadores buscar algum peixe.
— Não se preocupe com isso senhora—O Sanha respondeu.
Ela abriu um sorriso fraco e falou:
— Muito educados esses jovens. São seus amigos?
— Sim. Eles se chamam Sanha, Rocky, Hwawan, Cha Eun Woo e Moon Bin—Ele falou apontando para cada um de nós.
— Prazer em conhecê-la senhora - falamos juntos.
— O prazer é meu queridos.
O Myungjun olhou para sua mãe e falou:
— O Sanha é um ótimo médico mãe.
— Ele é médico? - os olhos dela ganharam um novo brilho e se encheram de esperança então ela olhou para o Sanha — O senhor poderia por favor examinar o meu marido?—Ela se colocou de joelhos fazendo uma reverência e vi o Sanha ficar nervoso—Eu irei pagá-lo depois senhor, por favor me ajude—Ela começou a chorar.
— Claro que eu posso examiná-lo senhora—ele a ajudou a levantar—Posso vê-lo agora?
— Claro senhor. Obrigado senhor.
Os dois se retiraram.
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The Joseon Dynasty
FanfictionUma princesa, seis rapazes, todos unidos por uma causa: derrubar o tirano imperador do poder. °•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•° #1 Sanha