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CARTER

— Ei, cowboy.

Não, eu não gosto do estereótipo de cowboy porque sou texano, principalmente depois do que houve com Hayley, mas acho engraçado quando Lili me chama assim.

Ela puxa a cadeira e se senta, mesmo sendo uma funcionária do bar e não uma cliente. Calmamente ela conta em voz alta cinco garrafas de cerveja enquanto estou sozinho na mesa, agora que os outros foram caçar garotas.

— Cinco. As aulas começam amanhã, achei que ia parar com isso.

Tão careta. O visual dela disfarça bem, parece mais descolada.

— Só foram cinco, não é muito. — Me defendo, porque cinco cervejas não vão mesmo me deixar bêbado. — E acho que só vou voltar às aulas na segunda. Aliás, como você vai para a aula trabalhando aqui até tarde?

— É meu último dia aqui, amanhã eu volto para a lanchonete. — Ela parece irritada com isso.

No lugar dela eu também iria preferir trabalhar em um bar.

— Pobre Elizabeth.

Lili está pronta para discutir, mas se detém.

— Essa conversa não é sobre mim, Roger. Nós corremos essa manhã e você estava legal, sem bebida. — Lili insiste e me dá um tapinha na cabeça. — Você está me obrigando a bancar a babá com você.

— Elizabeth nos poupe da sua preocupação essa noite, você trabalha em um bar, todo mundo bebe. — Resmungo e puxo outra garrafa, mas ela intercepta.

Ela fica me olhando por longos segundos com aqueles olhos azuis esverdeados e eu espero porque mal a conheço, mas sei que ela sempre tem algo a falar.

— Vamos fazer um trato? Essa é sua última garrafa de cerveja nesse semestre, sua última quantidade de álcool, e depois vai ficar totalmente ébrio. E vai ter que ser honesto, já que não posso te checar sempre.

— E o que ganho com isso? — Questiono porque tem que ter algo.

Ninguém vai abrir mão de pelo menos uma cerveja no fim de semana o semestre todo em troca de nada.

— Se conseguir, no fim do semestre pode me pedir qualquer coisa.

— Qualquer coisa? — Ergo a sombrancelha.

Não, eu não pretendo ter nada com Lilibeth, ela é linda, obviamente, e boa companhia, mas não faz o meu tipo. Só quero a provocar.

— Sem pensar besteiras, espertinho.

— Que pena.

Ela não dá uma resposta esperta, ela só se move na cadeira a afastando de mim e eu me preocupo se ela se sentiu ofendida de alguma maneira.

Não ferre sua amizade com ela Roger. Fique quieto!

— Eu aceito o trato. — Respondo para a deixar animada outra vez e porque sei que posso.

Não estou dependente do álcool. Lili reluta e então me entrega a garrafa e se levanta da cadeira.

— Meu turno acaba as duas. Se seus amigos te deixarem na mão para irem com as garotas eu te dou uma carona. — Ela oferece.

Olho na direção onde os dois caras do time com quem vim estão flertando com as garotas. Provavelmente vou precisar da carona.

— Valeu.

Normalmente atenção feminina é bem vinda, e como membros do time de futebol nós recebemos muita, mas eu não estou no clima para isso.

Checo a hora no celular, temos meia hora antes do turno de Lili acabar. Abro a conversa com Josh e pergunto a que horas ele chega amanhã. Esse ano vamos deixar as merdas para trás.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora