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CARTER

Chego em casa na terça ao mesmo tempo que Josh. Ele da academia, eu da oficina. Nós somos duas realidades diferentes co-existindo nessa casa.

— Cansado? — Ele pergunta e abre a porta.

Assinto tirando os fones pausando Good News do Mac Miller. O cara era ótimo.

Estou cansado, sujo e cheirando a gasolina. Trabalhar na oficina não é algo que eu deteste fazer, mas algo que me cansa fazer.

— Vou fazer algo para a gente comer. — Josh avisa.

Porra, por que eu andei brigando com ele mesmo? Joshua é um bom amigo.

— Valeu mano, eu vou tomar banho e já desço.

Shane saiu para a Virginia no final de semana e ainda não voltou, ele está estranho recentemente, mas enfim, enquanto ele não volta somos apenas nós. Krista não apareceu hoje. Ainda.

Subo as escadas para o banho e antes de entrar sou parado por uma mensagem, de Nan.

Ele está terrível hoje, o que eu faço se ele bater nela?

Já faz um longo tempo desde que nosso pai agrediu nossa mãe fisicamente, mas nós continuamos em alerta.

Você chama a polícia. Sem hesitar.

Ela não quer isso

Mas nós queremos, não queremos?

Queremos

Se acontecer algo eu te aviso

Eu odeio isso de esperar ser avisado, de ser impotente por estar longe. As vezes acho que não devia ter vindo a faculdade, não deveria querer me tornar jogador profissional, eu só tinha que estar perto.

É nisso que penso no banho, é no que ainda estou pensando quando desço e me junto ao Josh na sala.

— Cerveja? A comida vai demorar alguns minutos.

Eu fugi de álcool o final de semana toda, mas juro que queria uma cerveja agora.

— Vou ficar saudável esse semestre e cortar o álcool. — Omito o verdadeiro motivo.

Joshua estreita o olhar para mim, como se estivesse buscando algo, mas então ele relaxa e troca sua própria cerveja por refrigerante enquanto ligo a televisão no canal de esportes.

— Você correu com a Lili hoje antes da aula?

Faço que sim movendo o rosto antes de dar um gole no refrigerante.

— Eu não sabia que ela gostava de exercícios físicos. — Josh comenta.

— Nem eu, mas passe meia hora com ela conversando sozinho e você vai descobrir que ela tem umas mil personalidades. Durona, fofa, esportista, culta, sei lá mais quais. — Conto a ele. — Ela é divertida.

— Mais alguma coisa?

Desvio o olhar do jogo passando na televisão para olhar para Joshua. O que mais ele quer que eu diga? O olhar dele responde, ele acha que há algo mais que não estou contando.

— E eu não tenho interesse sentimental ou sexual nela. — Disparo. — Não que ela não seja interessante, mas não tem espaço para isso na amizade que estamos tendo. Então Lili é como um cara, sem os músculos e mais agradável.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora