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LILI

— Eu te entrego as fotos no fim da próxima semana.

E lá está a expressão de uma mãe rica empolgada para exibir as lindas fotos da sua menininha para as outras amigas ricas.

— Obrigada, Lilibeth. Me recomendaram muito você, tenho certeza que vão ficar perfeitas.

Leia-se: se não ficarem ela vai acabar com a minha reputação de fotógrafa em Durham e região.

Eu fugi do mundo fútil em Nebraska para trabalhar para a futilidade em Durham, mas uma garota precisa de dinheiro para se manter sem pedir nada mais aos pais.

Ligo o som do carro assim que deixo a rua do arboreto onde fizemos o ensaio, em Raleigh, fora de Durham. Tenho cerca de uma hora e meia para chegar em casa, tomar banho e sair para o expediente no bar. É sexta, então vai estar no auge da lotação.

Eu não estou dirigindo nem por cinco minutos quando o motor faz barulhos estranhos.

— Por favor, não.

Mas querendo ir contra mim o motor decide que sim, ele vai parar. Dou um tapa no volante com raiva e consigo colocar o carro no acostamento.

— Qual é? Justo hoje? — Eu abro a porta e desço do carro.

Isso não vai resolver nada, entretanto, porque eu não sei nada sobre carros. Só sei que eu dirijo um lindo clássico.

É isso, tem alguém que entende de carros, principalmente clássicos. Alcanço meu celular no banco do passageiro e chamo Roger.

— Ei Elizabeth!

Suspiro meu.

— Carter, eu preciso de ajuda, mais especificamente de seu talento mecânico. Por favor. — Falo tão calma quanto consigo. — Meu carro parou do nada, e eu estou tipo, longe.

— Ah então eu sou Carter quando precisa de ajuda? — Ele parece de bom humor. — Me diga onde está e eu vou até aí.

Espero que ele venha mesmo quando souber que estou fora da cidade, só um pouco fora. Dou uma olhada ao redor.

— Nessa rodovia que não sei o nome, em Raleigh, mas é do lado oposto do aeroporto e tem um lago bem onde o carro parou.

— É a auto-estrada, é caminho para a casa do treinador.

Bom, eu nunca estive na casa dos pais da Rae, mas sei que eles são de Raleigh, então Roger deve estar certo.

— Pegue um Uber, eu pago a viagem junto com o conserto, eu prometo.

— Tá bom. Mas Lili... — Ele para um instante e penso como é estranho me chamar de Lili. — Tem um triângulo de sinalização no porta malas? Precisa sinalizar a estrada, e ligue os quatro piscas. Fique fora do carro no lado de dentro da pista. Fica segura, por favor.

Assim que ele desliga faço tudo como ele pede e fico surpresa ao achar o triângulo ali atrás. Eu nunca nem olhei para ele. Depois disso eu espero por quase meia hora.

Ninguém tenta oferecer ajuda. Ninguém quer parar em uma auto-estrada. Eu estou feliz por isso.

O único carro que para é o Uber com Roger, que desce dele carregando uma maleta. Já está quase escurecendo agora.

— Elizabeth... — Isso é tudo e um revirar de olhos enquanto ele abre o capô do carro. — Vou ver se consigo ou se precisamos de um guincho. O que estava fazendo em Raleigh?

— Trabalhando. — Me encosto no carro enquanto ele começa a mexer no carro. — Eu faço ensaios fotográficos.

Roger não faz nenhum comentário, ele parece bem concentrado, e eu fico o olhando não entendendo o que ele está fazendo.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora