15

4.1K 358 64
                                    

LILI

- Uma Coca, Elizabeth!

Sorrio para Roger, ele continua vindo ao bar e nunca bebe, o que significa que o acordo ainda está valendo.

- Você pode tomar Coca na sua casa, você sabia? É mais barato do que aqui. - Digo a ele deslizando a lata pelo balcão.

- Todos eles também podem beber em casa e também é mais barato, mas todos estão aqui por um motivo.

Olho para as pessoas amontoadas em cada canto do bar. Todos comemorando o último dia de aula antes do recesso de primavera que irá durar dez dias.

- Pegação, ficar bêbado em grupo e passar vergonha no karaokê. Você não está fazendo nenhuma dessas coisas.

- Grosseiro jogar isso na cara assim.

Eu rio e sirvo outro cliente que vem até o balcão.

- Então, que horas acaba seu turno? Talvez eu possa a levar para sair, ou um vinho no meu apartamento. - O cara se oferece.

Empurro a cerveja para ele pelo balcão.

- Não vai rolar. - Eu respondo. - Precisa de mais alguma coisa?

Sempre ser educada é a lei nesse trabalho, mesmo quando homens aleatórios vem flertar com você.

- Só você. Estou esperando o seu sim.

Roger batuca os dedos no balcão e me olha, mas olho séria para ele, tentando dizer para ele não se envolver.

- Parceiro você com certeza não quer isso, vai por mim. - Garanto ao cara e empurro uma garrafa mais. - Por conta da casa, agora vai lá se divertir.

- Valeu, mas eu me divertiria mais com você, nem precisamos sair daqui, que tal chupar meu pau no banheiro?

Roger é rápido em se levantar e segurar o cara pela gola da blusa, deixando o banco cair no processo.

- Qual a porra do seu problema? - Roger empurra o cara contra o balcão e nós já atraímos a atenção do bar. - Não fale com ela! Principalmente, não fale essas merdas com ela.

- Roger...

Me estico de dentro do balcão e tento segurar o braço dele, mas não consigo. Eu acho que só o vi olhar assim para alguém, com tanta raiva, no dia que seu pai estava aqui duas semanas atrás.

- Qual é cara? Não é como se ela nunca tivesse ouvido a palavra pau ou feito um boquete.

É, comentário errado. Eu fecho meus olhos quando o punho de Roger acerta o rosto do outro.

O bar vira uma loucura, eu corro para fora do balcão do bar e Roger já empurrou o cara sem noção no chão. Tenho que me enfiar entre as pessoas querendo assistir e me coloco entre Roger e o homem no chão.

- Calma aí, cowboy. - Eu coloco a palma da minha mão contra o peito dele, é mais forte e firme do que talvez em algum momento deles sem camisa eu imaginei. - Minha honra já foi salva.

E eu não estou sendo uma irônica irritada. De algum jeito louco eu gostei disso. De alguém cuidar de mim para eu não ser ferida, ainda que fosse com palavras.

- Vai! - Roger grita para o cara se levantando e seu peito treme e só então lembro de tirar a mão. - Me desculpa, você deve estar achando...

- Que você merece uma bebida. - Eu o corto e olho ao redor para as pessoas que já dispersaram. - Vamos fingir depois que essa bebida não existiu e o acordo continua.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora