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LILI

É a minha última quinta-feira de trabalho noturno e o bar vai estar lotado porque é noite de karaokê.
O que significa que vou passar a noite toda ouvindo pessoas bêbadas e desafinadas.

Olho para o meu cabelo rosa desbotado no espelho do corredor me forçando a prometer a mim mesma que eu vou pintá-lo. A porta do quarto de Rae se abre e eu olho para lá.

— Oi pontinho ruivo.

Ela dá um sorriso torto e passa por mim sem cumprimentar, apenas indo para a cozinha. Não queria pressionar, mas estou preocupada.

— Rae você está bem? Você não tem saído muito, exceto com Joe. — Pergunto e emendo um comentário. Eu não conheço o cara e já não confio, afinal se ele fosse legal já conheceria as amigas dela. Certo?

— Trabalho. Estudos. Namorado. Não sobra muito tempo. — Ela responde seca. — De qualquer forma você e Krista quase sempre estão com os outros caras.

Rae começou a ser mais distante em relação a eles desde que começou a sair com Joe, antes Joshua até vinha jogar conosco e comer pizza e ela estava junto. Agora quando ele e Roger aparecem ou ela saiu ou está no quarto.

Me pergunto se ela passou a não gostar deles porque talvez Joe não goste.

— Mas ainda te chamamos para fazer coisas e você sempre recusa. — Eu insisto enquanto ela esquenta uma caneca de água no microondas. — Não estou tentando ser chata, é só que a gente está aqui, se precisar de qualquer coisa.

O microondas apita.

— Chata é exatamente o que está sendo. Você não me vê me metendo nas suas coisas ou da Krista, eu estou bem, ok? Só me deixe em paz!

Ela pega a caneca e bate a porta do microondas. Minha resposta é respirar fundo, duas vezes. Não vou me estressar.

— Certo. Me desculpe.

Então eu a deixo. Talvez outro dia ela queira conversar.

Como eu previ o bar já está fervendo quando chego, todos esses alunos de Duke e da Universidade de Durham. Coloco o avental do uniforme e pego as comandas para anotar os pedidos.

A todo momento olho para o pequeno palco que nunca fica vazio de pessoas dispostas a pagar mico. É divertido de ver.

— Lili?! Pode buscar umas garrafas lá trás? — Meu gerente pede.

Me esforço para não fazer cara feia. Ele é legal, muito melhor que Terry da lanchonete, vou até sentir falta dele.

— Só me dizer o que precisa. — Me aproximo do balcão.

Ele puxa um papel e começa a escrever o que devo buscar. Deveria ser uma tarefa rápida, mas eu não consigo achar uma das bebidas, gasto bons minutos procurando antes de concluir que não temos mais.

— Você tem certeza que escreveu isso certo? Nós não temos nenhuma garrafa dessa. — Aponto quando volto para o salão principal do bar.

Ao invés de me responder ele aponta na direção do palco, aliás é para onde todo mundo está olhando e algumas pessoas assoviando. Nós temos um cantor famoso por aqui hoje?

— Ei, talvez alguns de vocês me conheçam, sou Roger Carter, running back do Blue Devils. Mas tem uma garota, talvez vocês a conheçam, Lili, rosinha, a garçonete de cabelo rosa.

Eu ando entre as pessoas não ligando de as empurrar até estar diante do palco. O que Roger está fazendo?

— Olha ela aqui. — Ele me vê.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora