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ROGER

Eu escutei o que ele disse enquanto eu saia do escritório e minha primeira reação é partir para cima dele, descontar toda a raiva quebrando a cara de filhinho de papai racista dele. Mas não vai ser assim.

Lili está o empurrando com toda a força depois de o chutar em suas bolas e o fazer se contorcer de dor.

— Você não é nada mais do que um monte de lixo, você é só um monte de merda presunçosa, manipuladora e racista! — Ela está gritando tão alto.

Daniel já está se recompondo do chute e se endireitando, olhando para Lili com raiva.

— Cala a boca!

Eu chego a Lili bem a tempo de a puxar para trás antes que ele coloque as mãos nela.

— Chegou quem faltava. Acho que minha cara vai ser quebrada agora. — O babaca provoca.

É exatamente o que pessoas como ele agem, levar quem está certo a perder a razão. Não vou dar esse prazer a ele.

— Lili vamos pra fora. — A seguro pela cintura para a levar, mas ela firma seus pés no chão. — Lili.

Olho para o rosto dela pela primeira vez e ela está chorando.

— Não! — Ela grita comigo também. — Você ouviu o que ele disse? Eu estou cansada de não falar nada.

Lili empurrra meu braço e eu decido que ela está certa, ela precisa falar. Não sobre o que Daniel acabou de dizer, mas sobre tudo. Até onde sei Lili apenas se fechou e se afastou, mas nunca bateu de frente. Ela merece fazer isso.

Se ele a tocar enquanto ela fizer isso foda-se a ideia de não o agredir.

— Eu estou saindo. — Daniel fala, mas ela vai para a frente dele.

— Você não vai sair! Você é corajoso demais para obrigar uma garota a fazer um aborto, mas não para ouvir o que ela tem a dizer sobre isso? — Ela continua a gritar.

Ouço a movimentação lá fora, mas não olho para ver se alguém está chegando.

— Você, seus pais e meus pais me doparam e autorizaram a fazerem um aborto em uma garota inconsciente. Como você consegue viver com isso? Você não sente nenhuma culpa? Sabe no início cheguei a cogitar se você também era só uma vítima, pressionado, mas então você nunca se mostrou arrependido. Tudo que importava era você, e você e você. Egocêntrico do caralho!

Os passos começam a chegar perto. Daniel continua parado ouvindo os gritos dela, não sei se porque quer ouvir ou se é um covarde e não quer passar por mim.

— Lili você deveria estar pensando nas provas do semestre. Lili você está apenas achando que está com dor. Por que ficar remoendo isso, Lili? Já ficou no passado. — Os punhos dela estão fechados ao lado do corpo.

Passos. Mais passos. Eu quero a tirar daqui, sei que parece que ela está sendo forte, mas também está vulnerável.

— Eu nem tinha o direito de ficar triste ou com dor porque nenhum de vocês queria escutar sobre a merda que tinham feito. Era mais fácil fingir que não aconteceu.

— Você ia escolher errado. — Daniel fala muito baixo. — Você ia ferrar nossa vida.

— Sua vida! Eu ia ferrar sua vida! A minha era secundária, quem estava realmente cuidando de mim?

Ela percebe a presença de outras pessoas antes de mim, seus olhos miram alguem atrás de mim e eu olho para ver sua família toda. Inclusive sua avó. Os pais e a noiva de Daniel também estão aqui. Achei que teria mais gente, mas de alguma forma conseguiram manter os convidados lá fora.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora