LILI
— Não vai para a aula?
É uma pergunta ridícula que Krista faz, é óbvio que nós duas não vamos para a aula. Chegamos em casa depois das três da manhã.
Empurro a xícara de café na direção dela.
— Ok, entendi o não. — Ela dá um gole no café. — E Rae?
— Foi para a aula direto com o pai dela e depois vem para cá. — Conto.
Não estava mais aguentando essa casa sem elas. E, por falar em tempo longe, analiso como Krista parece após algumas semanas. A mulher está radiante.
— Então, você me contou algumas coisas por mensagem, mas quero detalhes. Como foi para o seu irmão? E a família de Josh? A mãe, a irmã?
— Ah, bom já que quer falar de Hayley, vamos aproveitar esse tópico e falar do nosso amigo Roger. — Krista se senta no sofá bebendo seu café. — Você não mencionou que ficaram amigos.
Saio da cozinha e vou até ela me sentando ao seu lado.
— Ele está mal por causa das coisas que essa falsa do caralho disse, sobre ter ficado com ele por ser negro. Eu não estou na pele dele, nem posso imaginar, mas acho que isso deve magoar, mexer com as seguranças. — Opino e dou mais um gole no café. — Roger foi ao bar várias vezes desde que eu comecei lá, tinha dias que bebia demais, outros menos, mas sempre parecia mais focado em beber do que interagir com as pessoas.
— Josh me contou que quando estávamos brigados, no penúltimo jogo da temporada, Roger estava levemente alcoolizado. Ele tentou fazer ele não entrar em campo, eles brigaram, fisicamente.
Nós duas nos olhamos com o mesmo nível de preocupação. Não é algo que ele faz só no bar, está além.
Me sinto estúpida por achar que um trato resolveria.
— Estou tentando ajudá-lo a lidar com isso. E eu acho que seria melhor se não contasse ao Beaumont, caso Roger não conte. — Falo com calma tendo consciência do que estou pedindo.
Para ela não contar ao namorado que o melhor amigo dele e braço direito no time estava se embebedando. Eu não quero constranger Roger. Nem para Krista deveria ter contado.
— Mas e se ele continuar...
— Ele não vai, nós fizemos um trato. — Garanto a ela. — Quer dizer, me deixe ver pelos próximos dias, se ele continuar então nós dizemos ao Beaumont.
Krista parece ponderar o que acabei de pedir a ela. Não é uma mentira, é um omissão.
— Tudo bem. Mas Lili, por que está fazendo isso?
— Os amigos dele não estavam aqui. — Me justifico para ela. — E não é legal estar sozinho quando você passa por uma frustração com outras pessoas ou quando está cometendo erros por causa da frustração. Só tentei demonstrar que alguém se importa, isso faz muita diferença.
Ela assente com a cabeça e passa alguns dedos pelos lábio pensando e eu tento acompanhar o rumo disso.
— O que?
Krista sorri me olhando e no segundo seguinte seus braços estão em torno de meu corpo me abraçando. Eu sou pega de surpresa.
— Você é uma ótima pessoa, Lili.
E é aí que eu a abraço de volta. Já disse antes que não sou uma pessoa de abraços e não me abro fácil com ninguém, mas essas duas garotas que moram comigo são o mais próximo de uma família legal que eu já tive. Eu confio nelas, e gosto delas infinitamente. Isso me dá medo, confiar nunca é bom.
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Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)
RomanceLilibeth Carmichael sempre teve muito na vida, família, dinheiro, beleza, inteligência e um namorado perfeito por seis anos. Até que ela foi forçada a entender que ele não era perfeito e sua família também não. Agora em Duke ela está descobrindo que...