LILI
Eu achei um maço de cigarro da vovó escondido, joguei todos fora, quase todos. Acho que fumei no máximo dez vezes na vida e em todas eu estava estressada.
Sentada sozinha no banco do jardim enorme da mansão eu gasto meu tempo pensando. É o que tenho feito a três dias. Minhas aulas voltam na segunda e ainda não sei como convencer aquela senhora teimosa a se tratar de uma maneira que não envolva me fazer passar por cima de tudo que sinto.
O celular ao meu lado acende e eu sei mesmo antes de olhar que é Roger, ele me faz companhia mais do que qualquer pessoa nessa casa.
— Boa tarde, cowboy. — Digo a ele.
Ao invés de um bom dia recebo uma careta.
— Desde quando você fuma? Não são essas coisas que contribuiram para o câncer da sua avó?
Culpa me atinge. Ele está certo.
— Eu não fumo. — Jogo o cigarro no chão e o apago e então o pego novamente deixando num canto. — Nenhum cigarro.
— Tão melhor. Agora que voltou a ser a linda Lilibeth, bom dia.
Linda? Eu não me lembro dele me elogiar dessa forma antes e percebo que o fato dele fazer me deixa feliz.
— Então, quando você volta?
Ele me perguntou isso na terça a noite, e ontem de manhã, e ontem a noite e agora. E em todas elas eu queria ter uma resposta para dar.
— Ainda tenho que tentar mais.
Não posso simplesmente deixar minha vó para morrer, eu preciso dela aqui.
— Como ela está hoje?
Droga. Roger se importa tanto, e isso me faz querer sair correndo até Durham e o beijar e também me faz querer correr para longe dele por medo de estragar tudo.
— Ela parece menos doente, até consegue ficar de pé alguns minutos sem cansar. — Conto a ele. — Mas ainda está lá. A doença.
— Lili?!
Desvio meu olhar da câmera e vejo vovó saindo da casa apoiada em Alex, vindo em minha direção.
— Você está de novo no celular. — Ela reclama alto.
Eu não sou uma pessoa de ficar pendurada no celular, ou não era até recentemente.
— Ela está falando com o namorado dela. — Alex está praticamente gritando.
Olho para a tela do celular e Roger está rindo, óbvio que ele ouviu isso.
— Ele não é m... Roger eu te ligo depois. Até mais tarde.
Não dou tempo dele falar nada e encerro a chamada de vídeo.
— O que estão fazendo aqui fora?
— Eu queria ar. — Vovó responde e quando chega ao banco solta o ombro de Alex se sentando. — Você pode voltar as suas coisas de adolescente.
Alex não tenta ir com pressa porque foi liberado, ele é um bom garoto e se oferece para ficar, mas aparentemente vovó quer um momento comigo.
— Como se sente?
Ela respira forte parecendo cansada da pequena caminhada.
— Nós não temos que falar da minha condição sempre que nos falamos. — Ela resmunga. — Vamos falar do seu namorado.
Um ruído estranho escapa da minha garganta quando abro a boca para a contestar.
— Não tenho namorado, mas se está falando do cara da ligação, é Roger.
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Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)
RomanceLilibeth Carmichael sempre teve muito na vida, família, dinheiro, beleza, inteligência e um namorado perfeito por seis anos. Até que ela foi forçada a entender que ele não era perfeito e sua família também não. Agora em Duke ela está descobrindo que...