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LILI

Roger está terminando de abotoar sua camisa enquanto finalmente faço minha maquiagem.

— Você está linda. Muito linda. — Ele elogia. — Embora eu goste muito de te ver com seus moletons engraçadinhos.

Sorrio o olhando pelo espelho, a parte sobre o moletom me deixa mais boba do que o elogio em si. Aliás, boba é tudo que eu estou desde que ele chegou. Ninguém o viu ainda porque estão todos se arrumando.

— Eu te ajudo nisso.

Deixo o pincel de maquiagem quando o vejo se embolar com a gravata e me viro para ele ajeitando em seu colarinho.

— Como você está?

Ignoro a pergunta e continuo a fazer o nó na gravata movendo os dedos com pressa. Roger fica bonito usando terno, ele impõe uma presença com seus músculos, sua altura e o rosto bonito. Ele está uma coisa tão boa para olhar e me pego querendo tirar toda a roupa dele e lembrar de como é o olhar sem nada. O pensamento me pega de surpresa, eu nunca fui do tipo que tem pensamentos sujos.

Quer dizer eu acho caras bonitos, mas mesmo antes de tudo eu não era a que tomava iniciativa ou a que imaginava cenas com eles.

— Pare com isso. — Ele diz e eu termino o nó o olhando sem entender o que devo parar. — Você está me olhando como se quisesse me comer.

— Estou? — Pego o terno e o estico para ele colocar os braços.

Isso parece uma realidade paralela onde vou apresentar meu namorado novo aos meus pais, onde eu nunca tive problemas de confiança e nem problemas com meus pais. Por um instante esqueço que fora desse quarto tem problemas demais.

— Shane me mandou uma mensagem hoje me avisando que ver o nosso cara de terno ia me deixar molhada.

Fecho os botões do terno devagar o olhando e então ele se inclina beijando meu pescoço, me obrigando a fechar os olhos e só o sentir.

— E Shane estava certo? Não acho que você seja do tipo que fica molhada tão fácil.

Abro meus olhos e seguro em seus braços.

— Tão fácil? Você não dá muito crédito a si mesmo cowboy.

— Você nem imagina, não consigo entender como fiquei com tanta garota em Duke. Na minha cabeça ainda sou o garoto careca, magrelo, cheirando a graxa, que ainda levava porrada do pai, aquele do início da escola secundária. — Ele conta e noto um constrangimento na voz dele, uma vergonha.

Ele está relutante, não está? Se ele se vê dessa maneira estar aqui deve parecer fora de sua realidade.

— Roger. — Subo uma mão até seu rosto. — Me desculpe te pedir para vir. Vai ser estranho demais para você?

— Pra caralho. — Ele é honesto e eu aprecio isso. — Mas eu sei que se eu tiver essa mulher linda do meu lado eu não vou pensar muito sobre todo mundo me achar fora do meu círculo. Além do mais, não estou aqui por mim, estou aqui pelo apoio moral.

Sorrio e ergo meus pés segurando o rosto dele com as duas mãos. Meus lábios apenas tocaram o dele quando a porta se abre e Alex coloca o rosto para dentro.

— Ah, desculpe. — Ele olha para Roger, que olha de volta para ele. — Meu pai já desceu a vovó e estamos todos prontos.

— Certo. Hum Roger este é meu primo Alex e Alex esse é o Roger. — Os apresento.

Os dois soltam um "e ai" ao mesmo tempo e eu rio pegando a mão de Roger. É hora do apoio moral começar.

Quando Roger cumprimenta meu tio e minha tia no hall é com um aperto de mãos, mas quando o apresento a vovó ela o chama perto da cadeira que ela terá que usar essa noite por ainda estar fraca.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora