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CARTER

Lili não reclama quando coloco Hunter Hayes cantando música country no rádio do seu carro, aliás, ela está me deixando dirigir Ruby porque não gosta de dirigir em rodovias. Embora eu ache que é porque ela estava sonolenta demais para dirigir as seis e meia da manhã. Agora mesmo ela parece meio zumbi olhando para o nada.

Ainda que ela esteja em silêncio nossa viagem parece estar correndo bem, por enquanto. Pelo menos enquanto não chegamos a Sea Breeze. Josh e Krista estão logo a frente no carro dele.

— Shane está mesmo bravo por que os pais dele voltaram? — Lili pergunta enquanto olha o celular saindo de seu estado zumbi.

Shane está fazendo drama no nosso grupo de whatsapp. Ele não quer passar esses dias com os pais recém re-casados.

— Bem vinda ao mundo de Shane onde seus maiores problemas são os pais reatarem e decidir para qual mulher de sua agenda ele vai ligar em determinado dia.

Ele é meu melhor amigo, depois de Joshua, então não acho Shane um idiota por ter problemas pequenos, mas sendo realista entre nós três os conflitos de vida dele são leves.

— Vou dar ideias para ele fazer eles se separarem de novo.

Olho para Lili que está digitando apressada. Deus, esse grupo vai ser sempre divertido de ler.

— Roger, o que você tem a dizer sobre o Joe?

— Quem? — Me viro por um instante, mas volto a focar na rodovia.

Lili joga o celular no porta luvas e mexe em seu cabelo soltando aquele caos rosa.

— Joe, da reserva do time. — Ela responde e então puxa a blusa de moletom a tirando, batendo o braço no banco durante o processo.

Ok, Joe. Eu não faço ideia de onde a pergunta vem e nem se tenho algo a dizer sobre ele.

— Ele é meio esquentado em campo, acho que por isso o treinador Irvine não o deixa jogar tanto e também porque é a posição do Shane e ele é o melhor para jogar no centro. — Conto a ela e tento pensar em algo fora do campo. — Joe não é muito próximo do resto do time, ele as vezes aparece quando saímos ou damos festas, mas quase sempre acompanhado de amigos do curso de pré direito.

— Então não o conhece bem.

— Não, por que?

Me viro outra vez e não consigo evitar sorrir vendo Lili com a janela aberta e os cabelos se movendo pelo vento.

— Rae está saindo com ele, mas não conte aos garotos e principalmente ao treinador. Ele tem uma regra clara sobre ela não sair com jogadores. — Ela conta.

— É que nenhum de nós presta. — Digo dando um sorriso.

Essa é a visão geral, e não posso dizer que está muito errada. Qualquer um que me visse nos primeiros dois anos de faculdade provavelmente me veria assim, só estou quieto há uns meses.

— Alguns sim. — Lili se vira para mim e sorri.

E preciso desviar a atenção dela para a estrada antes que eu fique olhando para ela como o idiota que sou. Desde que essa história de namoro de mentira começou eu acho que se não estava apaixonado por Lili antes agora estou.

Toda vez que minha mãe ou Nan me perguntam sobre ela eu gasto um longo tempo dizendo coisas que Lili e eu fizemos recentemente, como amigos, que elas entendem como algo de namorados. E, honestamente, eu não tenho coragem de dizer a elas que nós terminamos.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora