13

4K 391 41
                                    

LILI

Fico jogando a bolinha de ping pong para o teto e pegando de volta, enquanto Roger não termina o banho.

Eu tinha tanto medo de me abrir e agora é apenas maravilhoso saber que eu falei e alguém pode me conhecer de verdade. Me abrir não deixou a ferida exposta como eu pensava, quer dizer, no momento em que disse sim doeu tudo de novo, mas depois foi como se eu conseguisse finalmente relaxar.

E, também, nossa amizade se fortaleceu. Até a coisa sobre o beijo foi superada porque tudo que prevcisávamos era sermos realmente amigos. Do tipo que confiam.

Os últimos dias tem sido bons.

Roger entra no quarto de bermuda e sem camisa e eu olho de volta para o teto, porque embora eu não consiga me envolver sentimentalmente e sexualmente com ninguém eu não sou cega. Ele é uma coisa boa de se olhar, e por isso não posso.

— Então, podemos ir comprar um lanche? Deve ter algum lugar aberto ainda.

Me sento na cama ainda sem o olhar e puxo meu celular. Onze e meia. Como eu acabei vindo para cá depois do trabalho eu não sei, bom, foi com meu carro, dirigindo.

— Nada de lanches. Vi lanches até uma hora e meia atrás. — Digo a ele. — Que tal pedirmos mexicano?

— Ótimo, assim ficamos em casa e você finalmente aprende a jogar videogame.

Esse é o novo projeto dele, me fazer admitir que videogame é legal e que só não digo isso ainda porque não sei jogar.

Estou pronta para retrucar quando o celular dele toca.

— Olha para mim quem é?

Estico minha mão para a cômoda e travo um pouco assim que vejo o nome de Hayley. Admito que eu meio que tinha me esquecido da existência dela. E se eles voltaram a se falar e ele não me contou?

Fico meio brava com a ideia.

— Não atende, eu nunca atendo. — Roger me diz e eu assinto, mas ao invés de deixar o celular no lugar outra vez eu abro o WhatsApp e procuro pelo nome dela.

O assunto Hayley já está ficando velho, é hora de alguém lidar com isso. E eu decido que serei eu. Seguro o telefone mais perto da boca.

— Lili o que...

— Shh. — Pressiono o botão. — Ei, Hayley, não é? Está ficando um pouco irritante você ligando para o meu namorado com frequência. Ele não vai te dizer nada porque ele é melhor amigo do seu irmão, mas, por favor. A essa altura nós achávamos que entenderia o recado. Não ligue ou mande mensagens, principalmente a essa hora, está atrapalhando coisas importantes, acho que entende o que, você também deve fazer com seu marido... ou não.

Solto o botão e sorrio para a tela, por algum motivo fazer isso me deixou bem contente.

— O que foi isso?

Roger pergunta sério e me viro para ele buscando algum sinal de que ele esteja bravo comigo. Ele já colocou a camiseta e está me olhando.

— Achei que estava cansado das ligações e tentei... — Droga. Ele não queria não é? Ele queria manter ela por lá ainda. — Me desculpa, eu não deveria ter mandado.

Olho para a conversa e ela não visualizou ainda, eu vou apagar.

— Lili! — Ele puxa o celular antes que eu possa. — Deixa, acho que isso vai fazer ela parar. Eu só não imaginaria você sendo assim.

— Assim como? — Pergunto ainda arrependida pelo áudio.

— Marcando território.

Eu não sou assim e eu não estava marcando território porque isso nem faz sentido, eu só estava tentando ajudá-lo.

Derrubando seus limites (Astros de Duke #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora