5 meses depois...
Narrador:
O jatinho da família Machado decolou em sentido a Los Angeles, o silêncio se instalou no veículo, enquanto Larissa e Ian se encaravam...
Ohana foi com Mariana, sua atual namorada. Sim, nem tudo ocorreu como Larissa queria, a função de comandar as empresas Machado na Dinamarca, Alemanha, Miami e Suécia lhe ocupavam todo o tempo, a depressão e ansiedade dominaram seu corpo e mente.
Ohana conheceu Mariana em uma aula de dança, a mulher parecia ser gentil, se tornou amiga e com um tempo se aproximou cada vez mais. Ohana já não se sentia tão amada nos braços da empresária e então deu lugar para que Mariana entrasse em sua vida. Mas mal sabia ela como andava Larissa....
-Ian: Tudo bem?
-Larissa: Pelo que pode ver, não!
-Ian: Eu não sou o culpado pelos erros imbecís causados pela minha irmã (falou calmo)
Larissa sorriu ilusória.
Ian levantou-se e sentou-se ao lado da morena, segurou sua mão e fez um leve carinho.
-Ian: Sinto muito...
-Larissa: E eu ainda mais...
O olhar da morena era frio, o maxilar trincado e um sorriso falso tomavam conta de seu rosto delicado. A blusa colada gola alta preta, lhe deixava sensual. O blaser preto por cima lhe dava um ar de imponência e poder, as joias cravadas de diamante demonstrava a riqueza, e o colar fino em seu pescoço esbanjava delicadeza. Os saltos altos dava ar de mistério e os cabelos curtos com as postas onduladas lhe deixavam extremamente linda.
Larissa não estava bem, a mais de dois meses quando Ohana lhe abandonou. A loira não tentou entender seu lado, apenas a deixou para trás como um objeto usado. Ohana ainda era imatura e lhe dava com irresponsabilidade. Larissa sempre foi uma mulher desapega, fria e imponente. Mas assim que se desmontou e mostrou sua melhor parte para a pequena, a mulher quebrou seu coração sem piedade e rasgou sua alma a deixando devastada. E ainda assim ela se dispôs a querer entender o lado da menor, e viu que não havia motivos...
Ao desembarcarem, foram direto ao hospital, Larissa queria fazer sua última visita a Ivana, antes que a mesma falecesse.
E pelo visto, não era somente ela...
(...)
-Ivana: Oi meu amor! (Abraçou Larissa assim que a morena fechou a porta)
-Larissa: Oi... (sorriu triste)
-Larissa: Como se sente?
-Ivana: Fraca, mas logo descansarei em paz...
-Larissa: Vai ser difícil sem você. (Seus olhos marejaram)
-Ivana: Ei! Não chore...
-Ivana: Eu sei que muitas coisas te atormentaram nesses últimos meses, mas vai ficar tudo bem. Estarei lá de cima, olhando por você...
-Ivana: Agora me diz você, como se sente?
-Larissa: Quebrada, destruída, sei que venho fazendo muitas coisas que nenhum de vocês merece presenciar. Mas é a única forma que encontrei pra fugir de tudo isso, se eu não sair e beber por horas eu não consigo dormir, e sinto que estou afogando mais a cada segundo que se passa...
-A dor é devastadora, eu não deveria amá-la, mas eu não consigo!
-Ivana: Eu não esperava isso de minha filha...
-Larissa: Eu entendo...
-Larissa: Bom, não vim aqui para falar sobre ela, quero saber de você!
As duas conversaram por horas, mas antes que Larissa saísse Ivana chamou-a perto...
Mas ao avistar a loira, de mãos dadas a Mariana na porta que esperavam para entrar, viu como seria difícil para Larissa sair por aquela porta...
-Ivana: Nunca desista de amar, o amor é lindo, mas somente quando é recíproco.
-Larissa: Amar doeu, e pra mim já deu...
A morena beijou carinhosamente a testa de Ivana, e agradeceu por tudo que Ivana tinha feito por ela. A mulher a abraçou forte e sussurrou que a amava em seu ouvido.
Logo após Larissa virou-se para sair, e viu as duas de mãos dadas...
-Mariana: Bom dia Larissa... (sorriu de canto enquanto Ohana e a mesma fitavam-a)
Larissa sorriu irônica e fria...
Ajeitou o blaser e saiu pela porta, sem responder a mulher que a observava.
Ao chegar à recepção, Miriam a abraçou...
-Miriam: Tudo bem meu amor?
-Larissa: Sim...(sentou-se ao lado da mãe)
As duas ficaram ali por horas, até Sidney chegar e a anunciar a morte da mulher tão amada por ele.
Todos se desmancharam em lágrimas, principalmente Ohana que se abraçava fortemente aos braços do pai, Larissa chorava sem força, sua respiração estava pesada e seu corpo mole. A dor lhe consumia, era como se parte dela estivesse morrendo aos poucos e ela se viu perdendo tudo que amou.
Saiu dali em desespero, acompanhada por Melissa Brust e Arielle, suas melhores amigas.
Adentraram a enorme mansão em Los Angeles, e Larissa se jogou no chão do enorme hall de entrada, ajoelhada ali ela se viu destruída, devastada...
O mundo girava em câmera lenta, sua vista escureceu e seu corpo caiu nos braços de Melissa.
A mulher de cabelos lisos escuros, lhe pôs na cama e chamou um médico, que já acompanha a família. Miriam já pressentia a saúde aborrecível da filha...
Ele fez todos os procedimentos necessários e chamou a morena para fora do enorme quarto luxuoso para conversarem.
-Médico: Ela não está bem emocionalmente, isso é perceptível!
-Médico: O corpo dela reagiu com um desmaio, deixe-a descansar. Ela acordará melhor do que já esteve nessas últimas semanas.
-Melissa: Obrigada Adam...
A mulher entrou no quarto e ficou a conversar baixinho com Ariele enquanto observavam a morena dormir...
-Melissa: Precisamos ajudá-la, urgente!
-Arielle: Ela está destruída.
-Melissa: Eu não consigo nem olhar pra Ohana, me enoja.
-Arielle: Eu entendo...
Larissa comia mal, não dormia conforme o corpo precisava. Seu corpo estava fisicamente exausto...
As noites da morena eram de insônia, enquanto desfrutava da dor que consumia seu corpo ou se deixava desfrutarem do seu corpo nu. Uma desilusão amorosa nunca foi esperada pela morena da parte de Ohana, ela se sentia insuficiente e passada pra trás. Mal sabia Ohana que enquanto dormia, a morena tentava reconstruir-se pedaço por pedaço, e que esperava constantemente por ajuda...
Larissa se segurava na esperança de um dia Ohana voltar, se sentia uma idiota por amá-la mesmo sendo tão machucada. Era assombrada constantemente pelas memórias de ver Ohana beijando a mulher que não era ela. Ansiava todas as noites pra ter a loira novamente em sua cama, em seus braços, enquanto desfrutava de seu corpo. E como isso não era possível, sua cama virou um paraíso de corpos, cada noite uma mulher diferente, procurando destilar o sabor da loira. Bebia em alguns bares, trocava olhares e as levava para cama.
A morena deixou de fazer tudo que lhe causava felicidade e prazer, seus dias passaram a ser monótonos e rotineiros. Durante as manhãs trabalhava incansavelmente, a tarde era escutada pela psicóloga que lhe ouvia todos os dias, e durante as noites, se entregava aos corpos que levava pra cama, não importava de quem fosse, só precisava demonstrar o carinho que a loira não foi capaz de lhe dar...
A morena se perguntava...
O que será de mim?