Betty
Quando chegamos a enorme cozinha, a mãe simpática de Jughead tira um bolo da geladeira, coberto de cascas de chocolate por cima. Me pergunto se ela comprou ou se fez aquele bolo.
– Espero que goste de chocolate, Betty. – Ela diz com um sorriso, e Jughead solta um suspiro.
– Eu amo. É o meu preferido, na verdade. – Digo pra ela, enquanto ela pega três pratos.
Quando ela corta o bolo, percebo que há uma cicatriz em seu braço. Ela não é muito visível, está praticamente transparente, mas ainda sim da para notar.
Ela coloca os três pratos com pedaços do bolo gelado no enorme balcão preto da cozinha de Jones, e se senta a nossa frente.
– Eai, estão fazendo trabalho de qual matéria.
– Filosofia. – Minha dupla me atropela e responde por mim, com indiferença.
– Legal. Digamos que português não seja muito a minha cara, eu gostava mais de física.
– Eu amo as duas, na verdade. Não sou tão boa quanto gostaria com os números, mas não diminui o meu amor pela matéria.
– Eu cursei economia em Seattle, e posso dizer que realmente é preciso ter muito amor pelos números para escolher essa faculdade.
– Você estudou em Seattle? – Digo, sem poder conter minha felicidade por falar da cidade que eu sonho em morar.
– Sim! Eu sempre morei aqui, sabe. Quando adolescente fui pra lá para estudar, mas não consegui me adaptar a cidade grande.
– É meu sonho ir para Seattle – Conto para a mãe de Jughead. –. Acho que estudei a minha vida toda pra isso, dês de que eu me entendo por gente já queria ir pra lá. E eu também nunca saí de Riverdale.
– Tenho certeza de que você vai conseguir. Nada é impossível quando a gente corre atrás de verdade.
– Que papo de nerd.
– Jughead!! – Digo repreendendo ele, surpreendendo até a mim.
– Tudo bem, Betty. Ele sempre foi assim. – A senhora Jones diz, colocando seu último pedaço de bolo na boca. – É bom que você veja onde está se metendo.
Quase engasgo com o delicioso suco de morango, mas consigo me controlar. Jughead não diz nada, e me pergunto se é coisa da minha cabeça a mãe dele pensar que somos namorados.
– Tá bom, mãe. Agora é sério, precisamos fazer o trabalho. Daqui a pouco Betty tem que ir.
– Na verdade eu.. – Começo, mas Jughead aperta meu joelho com sua mão, e meu corpo se arrepia todo com seu toque. – Eu adorei o bolo, senhora Jones!
– É só Gladys, querida. Vamos deixar a formalidade de lado.
– Certo. – Digo, dando um sorriso.
Eu me ofereço para lavar a louça, mas ela diz que não precisamos nos preocupar com isso. Jughead praticamente me puxa para o andar de cima novamente, e minha vontade é de tacar ele escada a baixo.
– O que foi aquilo lá embaixo? – Digo enquanto ele fecha a porta.
– Conheço a senhora Jones, quando ela começa a falar não para nunca mais, e pelo jeito você também é outra tagarela.
– Você é um estraga prazeres.
– Você não sabe de porra nenhuma, Cooper. Nem era pra ela estar aqui.
– Claro que não. Você está sempre se escondendo das pessoas quando está comigo.
– Para de ser dramática.
– Eu só queria ser gentil com a sua mãe, porque ela foi comigo. Não sei ser mal educada que nem você.
– Essa é a questão, Elizabeth. – Ele chega mais perto de mim. – Não gosto quando as pessoas não me obedecem, e eu mostrei pra você que não queria que você fosse até lá em baixo.
– Eu não sou sua funcionária para te obedecer, seu babaca. – Digo, chegando ainda mais perto dele.
– Foda-se, da próxima vez que você fizer isso, vai sofrer as consequências.
– Tá me ameaçando?
– Entenda como quiser.
– Você é um babaca escroto. E esse trabalho em dupla com você é o castigo para todos os meus pecados!
Eu me afasto dele, e pego a minha bolsa.
– Betty, espera aí. – Ele diz quando eu saio do enorme quarto. – Desculpa tá legal?
– Vai se ferrar, Jones. Quero que você se foda, você e esse trabalho de merda. – Digo, e coloco a mão na boca.
Ele fica paralisado em minha frente, e eu saio correndo escada abaixo. Para minha sorte, não encontro a mãe dele no caminho, e procuro o ponto de ônibus mais próximo.
Não acredito que eu realmente considerei dar mais uma chance para o idiota do Forsythe. Eu sou completamente patética.
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ᴄᴏᴍ ᴀᴍᴏʀ, ᴊᴜɢ! - Bughead
RomanceJughead é o típico garoto da escola no qual todos conhecem e querem ficar perto, bonito, descolado, capitão do time de futebol e tipicamente mulherengo. Ele leva sua vida de ensino médio normal, até um trabalho em dupla com a esquisita Elizabeth Coo...