chapter 11

1K 145 31
                                    

Betty

Quando chegamos a enorme cozinha, a mãe simpática de Jughead tira um bolo da geladeira, coberto de cascas de chocolate por cima. Me pergunto se ela comprou ou se fez aquele bolo.

– Espero que goste de chocolate, Betty. – Ela diz com um sorriso, e Jughead solta um suspiro.

– Eu amo. É o meu preferido, na verdade. – Digo pra ela, enquanto ela pega três pratos.

Quando ela corta o bolo, percebo que há uma cicatriz em seu braço. Ela não é muito visível, está praticamente transparente, mas ainda sim da para notar.

Ela coloca os três pratos com pedaços do bolo gelado no enorme balcão preto da cozinha de Jones, e se senta a nossa frente.

– Eai, estão fazendo trabalho de qual matéria.

– Filosofia. – Minha dupla me atropela e responde por mim, com indiferença.

– Legal. Digamos que português não seja muito a minha cara, eu gostava mais de física.

– Eu amo as duas, na verdade. Não sou tão boa quanto gostaria com os números, mas não diminui o meu amor pela matéria.

– Eu cursei economia em Seattle, e posso dizer que realmente é preciso ter muito amor pelos números para escolher essa faculdade.

– Você estudou em Seattle? – Digo, sem poder conter minha felicidade por falar da cidade que eu sonho em morar.

– Sim! Eu sempre morei aqui, sabe. Quando adolescente fui pra lá para estudar, mas não consegui me adaptar a cidade grande.

– É meu sonho ir para Seattle – Conto para a mãe de Jughead. –. Acho que estudei a minha vida toda pra isso, dês de que eu me entendo por gente já queria ir pra lá. E eu também nunca saí de Riverdale.

– Tenho certeza de que você vai conseguir. Nada é impossível quando a gente corre atrás de verdade.

– Que papo de nerd.

– Jughead!! – Digo repreendendo ele, surpreendendo até a mim.

– Tudo bem, Betty. Ele sempre foi assim. – A senhora Jones diz, colocando seu último pedaço de bolo na boca. – É bom que você veja onde está se metendo.

Quase engasgo com o delicioso suco de morango, mas consigo me controlar. Jughead não diz nada, e me pergunto se é coisa da minha cabeça a mãe dele pensar que somos namorados.

– Tá bom, mãe. Agora é sério, precisamos fazer o trabalho. Daqui a pouco Betty tem que ir.

– Na verdade eu.. – Começo, mas Jughead aperta meu joelho com sua mão, e meu corpo se arrepia todo com seu toque. – Eu adorei o bolo, senhora Jones!

– É só Gladys, querida. Vamos deixar a formalidade de lado.

– Certo. – Digo, dando um sorriso.

Eu me ofereço para lavar a louça, mas ela diz que não precisamos nos preocupar com isso. Jughead praticamente me puxa para o andar de cima novamente, e minha vontade é de tacar ele escada a baixo.

– O que foi aquilo lá embaixo? – Digo enquanto ele fecha a porta.

– Conheço a senhora Jones, quando ela começa a falar não para nunca mais, e pelo jeito você também é outra tagarela.

– Você é um estraga prazeres.

– Você não sabe de porra nenhuma, Cooper. Nem era pra ela estar aqui.

– Claro que não. Você está sempre se escondendo das pessoas quando está comigo.

– Para de ser dramática.

– Eu só queria ser gentil com a sua mãe, porque ela foi comigo. Não sei ser mal educada que nem você.

– Essa é a questão, Elizabeth. – Ele chega mais perto de mim. – Não gosto quando as pessoas não me obedecem, e eu mostrei pra você que não queria que você fosse até lá em baixo.

– Eu não sou sua funcionária para te obedecer, seu babaca. – Digo, chegando ainda mais perto dele.

– Foda-se, da próxima vez que você fizer isso, vai sofrer as consequências.

– Tá me ameaçando?

– Entenda como quiser.

– Você é um babaca escroto. E esse trabalho em dupla com você é o castigo para todos os meus pecados!

Eu me afasto dele, e pego a minha bolsa.

– Betty, espera aí. – Ele diz quando eu saio do enorme quarto. – Desculpa tá legal?

– Vai se ferrar, Jones. Quero que você se foda, você e esse trabalho de merda. – Digo, e coloco a mão na boca.

Ele fica paralisado em minha frente, e eu saio correndo escada abaixo. Para minha sorte, não encontro a mãe dele no caminho, e procuro o ponto de ônibus mais próximo.

Não acredito que eu realmente considerei dar mais uma chance para o idiota do Forsythe. Eu sou completamente patética.

ᴄᴏᴍ ᴀᴍᴏʀ, ᴊᴜɢ! - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora