chapter 22

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Betty

Quando chego a escola acompanhada de Cheryl, quase não tenho fôlego mais. A ansiedade me corroía a cada segundo que se passava no caminho até aqui, e tudo o que quero é ver Jughead.

— E aí ela mexeu no meu cabelo. E ninguém mexe no meu cabelo, muito sem noção essa garota. — Cheryl conta, mas confesso quê não estou prestando atenção em nada.

– Aham…

— Betty! — Ela diz, parando no meio do corredor dos armários. — Você tá prestando atenção no que eu tô te falando, mulher?

— Tô, claro.

— Ah é? — Ela diz, arqueando a sobrancelha. — Então sobre quem eu estava falando a segundos atrás?

— Hã.. sobre o Jason ter puxado seu cabelo?

— Você não ouviu nada do que eu disse, não é mesmo?

— Não. — Confesso, e ela me encara

— Você é uma péssima prima.

— Obrigada.

— O que aconteceu? — Ela pergunta quando abro meu armário.

— Como assim?

— Você tá tão distante.

— Tô nada.

— Tá, sim.

— Eu só tô procurando uma pessoa.

— Deixa eu adivinhar. — Ela diz, suspirando. — Essa pessoa é o Jones.

— Talvez.. — Digo com um sorrisinho, e ela revira os olhos.

— Dês de que vocês começaram essa "amizade" você nem da mais atenção pra mim. — Ela faz um biquinho.

— Para de ser dramática.

— É verdade. Sem contar que você demora um século pra responder minhas mensagens, e nem me liga mais a noite pra gente fofocar.

— Tá legal, me desculpa por não te ligar. Perdi o hábito, mas não foi de propósito eu juro.

– Você nem vai mais lá em casa, Betty. O que tá acontecendo com a nossa primizade?

— De novo com isso?

— Não muda de assunto mocinha.

— Tá bem, Cheryl. Eu vou dormir na sua casa sexta feira, pode ser?

— Mas hoje ainda é quarta-feira.

— Eu sei, mas na sexta é melhor. Assim podemos fofocar até tarde sem nos preocupar com o horário da escola.

— Tá bem. — Ela diz, animada. — Vamos salvar nossa primizade.

— Juro por Deus que se você não parar com isso eu..

— Você é muito insuportável, credo. — Ela diz, depois se vira para ir até seu armário.

No mesmo instante, meu celular vibra em meu bolso, e fecho meu armário antes de vê-lo. Quando ligo a tela, uma nova mensagem de texto aparece no visor e desbloqueio para ver.

Quando o nome de Jones aparece na caixa de entrada, meu coração quase para. E minha vontade é de sair pulando e gritando por aí.

Mas me contenho.

" Betty, vem até a arquibancada pra gente conversar antes da aula começar" – É o que encontro na mensagem, e meu coração praticamente salta pela boca.

Feliz da vida, guardo o celular no bolso e me dirijo até o campo. O dia está quente hoje, e sinto que vou sofrer por ter vindo com está blusa quente.

Meu armário não tem espaço para literalmente mais nada, então eu tô bem ferrada. Vou ser obrigada a passar calor.

Enquanto ando pelo campo de grama verde, fico me perguntando se Jughead vai me chamar para vê-lo treinar algum dia. Sei que parece ser demais, só que isso com certeza seria bem legal.

Eu nunca fui a um treino antes, pelo menos não convidada por um garoto.

Antes essa ideia me parecia estúpida e clichê demais, só que agora isso parece ser legal. Depois que conheci Jones, tenho vontade de fazer muitas coisas nas quais eu nunca imaginei.

Quando estou praticamente no meio do caminho do enorme corredor que da passagem as arquibancadas, avisto Jughead e seu grupinho de populares. Fico surpresa e ao mesmo tempo apreensiva de ele ter me chamado para sentar com eles.

Quando vejo que Verônica está lá, meu coração praticamente para. Ótimo, vou ter que aguentar a presença daquela megera em forma de gente.

Vou me aproximando aos poucos, e a cada passo que eu dou me arrependo mais. Espero que eles não fiquem fazendo comentários idiotas e desconfortáveis.

Jughead não percebe que estou me aproximando, e ele fala com um garoto moreno no qual não me recordo o nome. Acho que é Moose ou algo do tipo.

— A Cooper é só uma nerd otária que eu tô usando pra ganhar nota, porra. Não tô pegando ela, vocês tem merda na cabeça? — Jughead praticamente berra, e eu arregalo os meus olhos.

Quando os amigos de Jughead me avistam, antes dele, mudam sua expressão pra uma bem séria, e se calam na hora. Não demora para que Jughead perceba seus olhares e se vire também.

Quando seus olhos encontram os meus, ele faz uma careta indescritível e arregala seus olhos também, ele claramente não esperava que eu escutasse isso.

Verônica tem um sorrisinho presunçoso no rosto, e todos os outros olham para Jughead esperando uma reação, ou algum argumento.

Mas nada vem, ele apenas permanece ali, calado e me olhando.

No fim a vaca da Verônica Lodge estava certa, ele só está comigo pra ganhar a nota. Ele só me levou para sair duas vezes para ganhar nota, ele só tentou me beijar para ganhar nota.

Tudo isso pela porcaria da nota.

E eu pensando que ele tinha se apaixonado por mim de verdade. Que ingênua.

No fim ele não passa de um babaca escroto.

Vendo que Jughead realmente não tenta se explicar, eu apenas me viro e tento sair dali o mais rápido possível, me sinto humilhada e pisada pelo babaca do Jughead. Me sinto uma idiota!

— Betty, espera aí. — Ele me chama, mas eu ignoro e continuo andando.

ᴄᴏᴍ ᴀᴍᴏʀ, ᴊᴜɢ! - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora