chapter 4

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Jug

– Eu sei que fui babaca por sair sem dizer nada, Jane, mas foi por uma boa causa – Explico pela centésima vez para a garota.

– "Foda-se, Jughead. Você é um escroto, nem atendeu minhas ligações seu merda" – Ela grita comigo ao telefone, e sou obrigado a afasta-lo do ouvido.

– Desculpa, Gata. Eu tava na escola, não tinha como..

"Não quero saber das suas desculpas de lixo, nunca mais me liga, Jones. Seu babaca"

No mesmo momento o telefone fica mudo, e eu apenas suspiro. Mas que cina essa Jane tem em mim, cassete. Ela deve achar que vamos sei lá, namorar algum dia.

– Não acredito que você ainda está deitado, Jughead Jones – A voz de Clau invade o quarto – Você sabe que horas são!?

– E daí, Clau? Devo nada para ninguém – Respondo tranquilamente, e sinto o olhar de tédio dela em cima de mim.

Ou devo?

Suspirando, aperto o botão de início do meu telefone, que ganhou um trincado graças a minha tentativa falha de entrar quieto na sala, e ele revela o horário.

Puta que pariu. São 3:30.

– Cassete – Digo me levantando da cama bagunçada e me enfiando na primeira calça que encontro jogada.

– É, cassete mesmo, senhor Jughead. Você tem trabalho da escola, vê se leva essa bunda até o carro logo – Claudia diz, batendo com o travesseiro em meu traseiro.

– Ei! – Digo, me virando para ela –, Esta é uma propriedade privada.

Ignorando meu comentário, ela da outro golpe com o travesseiro em minha bunda, me fazendo rir. O tecido macio me faz querer voltar para cama e dormir até amanhã.

Assim que coloco uma camiseta, enfio um tênis qualquer e pego meu celular.

– Dirija com cuidado – A mulher que eu mais amo neste mundo diz, ironizando o meu ódio mortal por direção.

– Arruma meu guarda roupa com cuidado – Respondo sarcasticamente.

– Menino babaca – Ela coloca as duas mãos na cintura, para fingir que se ofendeu.

– Vou nessa, Clau. Te amo.

– Te amo – Ela responde, e eu desço escada a baixo.

⋰ ⋱ ⋰ ⋱ ♡ ⋰ ⋱ ⋰ ⋱

Quando viro a esquina do pop's, já são 3:51, e sinto uma pontada de culpa – Que logo passa – por deixar a Elizabeth esperando por tanto tempo. Espero que ela não esteja brava.

Estranho! Por que ela não me ligou? Ou mandou alguma mensagem me cobrando por não estar lá no horário marcado? Ela parece ser uma garota que vive a base de controle, como se ele fosse seu oxigênio.

Mas também é uma garota extremamente tímida pessoalmente, porque, virtualmente ela é completamente o oposto, o que me deixou confuso pra caralho.

Quando atravesso a porta do estabelecimento, procuro a garota com o olhar, mas não encontro seus cabelos loiros em lugar algum.

Droga!

Não me deixa surpreso que ela tenha ido embora, afinal eu...

– Jughead?! – A voz feminina e doce que meu subconsciente não conhece ainda me chama, e eu me viro, encontrando o olhar de Elizabeth.

– Oi! – Digo após me sentar em sua frente, aspirando seu perfume, ele é doce e forte, quase me provocando uma dor de cabeça.

Mas não deixar de ser bom.

– Oi! – Ela responde pela primeira vez sem gaguejar.

– Olha, Elizabeth, me desculpa ta legal? Eu me distrai com.. – Penso em uma resposta melhor do que dizer que a garota com quem trepei ontem ficou gritando comigo por meia hora no telefone, mas não encontro.

– É só Betty – Ela diz, calma –, E tá tudo bem, eu não esperava menos.

Isso me ofende lá no fundo, mas relevo.

– Então.. – Começo afim de desenvolver um diálogo do trabalho, mas a verdade é que não faço ideia de como iremos fazer isso, eu nunca li um livro na minha vida.

A não ser os quadrinhos do Batman, mas isso é irrelevante agora.

– Então? – Ela pergunta, arqueando sua sobrancelha.

– Eu não faço ideia – Respondo com sinceridade, e ela da um sorrisinho.

– Que tal começarmos pedindo os nossos milkshakes? – Ela diz, para quebrar o clima.

Quase nem reconheço a garota que ficou toda apreensiva hoje de manhã.

– Certo.

Ela faz um sinal com a mão, chamando o garçom ruivo que usa um boné branco. Sem demora, ele vem até nós e pergunta, sem ao menos nos olhar, o que vamos querer.

– Um milkshake de chocolate, por favor – Ela pede, toda educada.

– Fala sério, com tantos sabores deliciosos você vai pedir justamente chocolate? Tão sem graça – Comento, fazendo ela dar um sorriso.

Ela tem um belo sorriso.

Não que isso faça diferença.

– Eu tomo milkshake de chocolate dês de que me entendo por gente, e não me vejo trocando o sabor tão cedo – Ela me responde, convicta.

– Pois hoje isso vai mudar – Olho em seus olhos, e vejo que ela ficou surpresa – Dois milkshakes de frutas vermelhas com uma pitada de menta, por favor.

O garoto ruivo anota o pedido em um caderninho pequeno, e, fazendo uma cara de tédio, pergunta se vamos querer mais alguma coisa. Após receber uma resposta negativa, ele se direciona ao balcão.

– Menta, Sério? – Betty franze sua testa –, tem como isso ficar pior?

– Ei, menta é bom, tá legal. Você que nunca experimentou.

– Tá bom – Ela me diz, levantando suas mãos para cima – Se você tá dizendo. Mas, se for ruim, você vai ter que me pagar uma porção de fritas e uma Coca-Cola.

– Fechado. – Concordamos com as mãos.

Algo me diz que Betty pode ser diferente das nerds que eu conheço. Ela parece ser legal.

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Eu tô amando escrever essa história, amo um clichê a

ᴄᴏᴍ ᴀᴍᴏʀ, ᴊᴜɢ! - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora