ᴄᴏᴍ ᴀᴍᴏʀ, ᴊᴜɢ! - Bughead

Chapter 44

Betty

— Elizabeth... — Jug me diz de forma brusca. — Quer me contar o que está acontecendo?

Suspiro. Não sei por onde começar e nem sei se esse é realmente o problema

— Eu não sei se isso esta certo. — Enfim admito para Jughead, e ele se levanta irritado.

— Qual é o problema, Betty? — Ele pergunta, impaciente.

— Eu não...

— Você não gosta de mim? É isso? — Ele pergunta, andando de um lado para o outro.

— Não é isso, Jug.

— Então me diz o que é. — Ele diz, parando em minha frente. — Isso tudo é uma tortura.

— Jughead, desde que me conheceu você sabe que minha vida não é aqui. — Respondo a ele, que arqueia suas sobrancelhas.

— Como assim?

— Você sabe que meu sonho é ir para Seattle desde que me entendo por gente. — Grito, e ele paralisa.

— E o que isso tem a ver com a gente?

— Tem a ver que se ficarmos juntos, você vai me prender aqui. — Digo, e ele se afasta.

— Como eu poderia te prender. — Ele me diz.

— Como eu vou para outra cidade namorando você? — Pergunto, e vejo que ele continua confuso.

— A gente pode fazer dar certo.

— Como...? — Pergunto. — Sua vida é aqui, sua família está aqui, seu futuro esta aqui. Você não pode simplesmente ir embora e abandonar tudo.

— Eu nem gosto daqui, Betty. — Ele diz, e fecho meus olhos. — Se quer saber, nunca foi meu sonho dirigir o negócio da família.

— Mas não é assim que as coisas funcionam. — Digo, e ele revira os olhos.

— Tudo bem, então a gente vai tentar assim mesmo. — Ele diz, se rendendo.

— Jughead, me diz como podemos "tentar"?

— A gente conversa por vídeo chamada duas vezes na semana enquanto você estiver na faculdade, e nas férias a gente pode revezar, eu vou pra la e você vem pra ca.

— Isso é loucura. Eu não posso ter um relacionamento a distância com você.

— Por que não? — Ele diz, novamente irritado.

— Porque eu não posso confiar em você, Jughead. — Solto, e ele me olha.

— É por causa do meu passado?

— O que você acha? — Digo, e ele suspira. — Como podemos passar semanas longe um do outro, você provavelmente vai acabar ficando com alguma garota.

— Eu jamais trairia você. — Ele diz, olhando para frente. — E sinceramente eu não sei mais o que fazer para você confiar em mim.

— Não vem jogar a culpa em mim. — Respondo, me levantando. — Você quem vacilou inúmeras vezes comigo. Se tem algum culpado é você, afinal confiança se conquista.

— É, e se você não percebeu eu estou tentando.

Mais uma vez dou um suspiro. Não sei como tirar esse sentimento de que algo vai acontecer, como se não pudéssemos ser felizes juntos.

— Eu não espero que você entenda, Jughead. Você sempre teve tudo, e sempre terá. — Digo, mas ele não me olha. — A única coisa que eu tenho é meu futuro, e eu não posso arriscar isso.

— Por que você não se permite viver isso então? — Ele volta ao início, e me sinto cansada.

— Eu ja disse. Você vai me prender aqui.

— Mas isso não faz sentido. — Ele enfim me olha, e balança os braços. — Me explica.

— Porque eu vou me prender aqui. — Grito novamente, e ele se afasta.

— Betty... — Ele diz enquanto esfrego minhas têmporas. — Meu Deus!

— Eu sou loucamente apaixonada por você. E isso vai me atrapalhar, vamos viver momentos incríveis e a cada dia que passar eu vou querer estar mais e mais com você. No final, eu não vou ter forças pra te deixar aqui, e tudo pelo que eu batalhei a vida toda vai pro ralo. O meu sonho vai.

— O meu amor... — Ele diz, pegando em minha mão. — Então é esse o problema?

Não respondo, apenas olho para baixo e me seguro ao máximo para não chorar. Parece idiota, mas eu só vou me sentir completa quando chegar no meu objetivo.

— Olha... Eu não vou te dizer que isso não vai acontecer, porque realmente vai. — Ele diz, puxando meu rosto pelo queixo. — Mas isso não quer dizer que você precisa se privar de ser feliz enquanto o fim do ano não chega.

— Jug...

— Porque a gente apenas não vive o que temos para viver e, quando chegar a hora, nós decidimos o que fazemos com a nossa relação. E eu vou entender, e vou apoiar o seu sonho sempre. Você sabe que já tentamos nos afastar, mas o destino nos mostrou que não tem como.

— É disso que eu tenho medo. — Digo com os olhos marejados.

— Me deixa te fazer feliz, eu prometo que irei fazer esses últimos meses serem incríveis pra você e, quando acabar, a gente pensa no depois. Pode ser?

Ele me abraça quando a primeira lágrima cai de meus olhos, e o aperto forte. Eu quero muito que isso dê certo, mas eu também quero muito fazer o meu sonho dar certo.

— Eu prometo que não vou deixar você desistir.

— Não faz nem um dia que somos um casal, e ja tivemos nossa primeira briga. — Digo, e ele ri.

— Mas agora esta tudo bem. — Ele diz, me olhando. — É isso que importa.

— É isso que importa. — Repito para mim mesma, tentando acreditar nisso.