Chapter 39

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Betty

Quando entramos novamente na sala de aula, quase caio para trás. Jughead está aqui, e ele esta de pé na frente do quadro. Meu coração se acelera e sinto minha respiração descontrolada.

Os alunos entram conforme o professor orientou, e cada vez mais parece que o lugar fica menor. Sinto a presença de Jughead aqui, mesmo que ele esteja do outro lado da sala.

Ele me olha por uns segundos, e sua expressão parece de um cachorro sem dono. Por um minuto me sinto culpada por talvez, ter quebrado seu coração.

Mas isso logo passa depois de lembrar de toda a nossa história. Como eu disse, só queria poder deixar tudo isso para trás, ou até mesmo esquecer.

— Muito bem pessoal — O professor Hamilton diz, me acordando de meus pensamentos. —. Como já sabemos, hoje iremos das início as... — Ele para quando vê Jughead encostado em sua mesa.

— Senhor Jones. — Ele diz, com um sorriso irônico. — Não sabia que o senhor estava dando aulas agora, quer dar início as apresentações no meu lugar?

No mesmo momento, a sala ri e seus amigos fazem comentários idiotas. Mas ele apenas olha para o professor e continua calado, sem dar um pio.

Céus.

— Muito bem então, ja que o senhor está tão convicto de sua posição, acredito que podemos começar as apresentações por você.

No mesmo momento, meu coração gela e sinto minha garganta ficar seca. Ótimo, o Jughead só me arruma problemas.

— Sua dupla é a senhorita Cooper. — O professor diz o óbvio, enquanto lê um papel em suas mãos. — Pode se dirigir a frente da sala, Elizabeth?!

Respiro fundo antes de levantar da cadeira. Sinto minhas pernas bambas e meu coração se acelera ainda mais.

Droga, Elizabeth. Se recomponha, é só um trabalho.

É só um trabalho.

— Você vai me agradecer depois. — Cheryl diz quando passo por ela, e olho para trás confusa.

Quer saber?! Vamos acabar com isso de uma vez.

— Bom... — Começo, e sinto que minha voz vai falhar. — Primeiramente, um bom dia a todos vocês. Eu me chamo Elizabeth Cooper e hoje iremos apresentar nossas opiniões e nossas observações referente ao livro Orgulho e preconceito, que é a obra-prima da escritora britânica Jane Austen

Ja pode parar de dizer o óbvio e começar a apresentar esse trabalho logo. — Veronica diz, cruzando os braços.

— Quero silêncio a partir de agora. — O professor diz, olhando para Verônica. — Ou então terei de tirar nota de quem atrapalhar a Elizabeth e o Jones.

— Para começar, eu gostaria de dizer como...

— Eu gostaria de dizer como eu me senti durante este trabalho. — Jughead me interrompe, e paraliso. — Desculpe, Betty. Mas eu quero começar.

— Muito bem, senhor Jones. — O professor diz, surpreso. — Pode por gentileza começar.

Engulo em seco quando percebo que estou sem o controle da situação. Sinceramente, eu nem cheguei a ver a parte inteira do trabalho do Jughead, e ele precisa muito dessa nota.

— Vemos no romance como as relações movidas por amor e dinheiro podem ser promíscuas e mesquinhas, encobertas pelo véu da sociedade burguesa. — Ele começa, me surpreendendo. — O clássico inglês foi adaptado para o cinema quatro vezes, a versão mais consagrada ganhou as telas em 2005 sob a direção de Joe Wright.

— Continue... — O professor diz após uma breve pausa de Jughead.

— Mas sinceramente... — Ele diz, olhando para baixo. — Eu nunca li este livro, na real eu nunca li um livro na minha vida. Tudo isso eu sei por causa dela, porque ela fez com que isso ficasse interessante o bastante para que eu pudesse prestar o mínimo de atenção.

No mesmo momento, a sala inteira começa a prestar atenção em Jughead, e o silêncio é tão ávido que podemos escutar a aula do professor ao lado.

— Aonde você quer chegar? — O professor Hamilton pergunta, e Jughead se vira para mim.

— Eu quero ser sincero, assim como Darcy foi. — Ele diz, e em seguida vira pra mim. — Darcy não merecia nem um pouco a senhorita Bennet, ele era um babaca com ela na maioria do tempo, não media suas palavras e estava quase sempre a afastando.

Engulo em seco quando ele, novamente, pausa por um segundo para respirar. Admito que estou supresa, não sabia que ele tinha realmente prestado atenção no resumo que fiz para ele.

— Mas ela, com todo o seu ser, conseguiu fazer com que ele fosse uma pessoa melhor, ela fez ele mudar de uma forma que nem ele mesmo acreditava que poderia, e o fez ver a vida de um outro ângulo. — Ele continua, se aproximando de mim. — E por mais que ele soubesse que não a merecia, ele não desistiu. No fundo ele sabia que a história deles não estava nem perto de acabar, porque a paixão que sentiam um pelo outro era maior que qualquer outro obstáculo.

Pelo menos alguém prestou atenção nessa história chata. — Reggie diz, mas é ignorado.

Todos estão tão perplexos com as falas de Jughead, que não conseguem tirar a atenção dele nem por um minuto se quer.

— A Elizabeth mudou toda a trajetória do Darcy. E por mais que ele não tenha dito, ele sabe que antes dela, ele só sobrevivia. Depois dela, ele enfim começou a viver de verdade. — Ele finaliza, e pega em minha mão. — E o mais irônico em tudo isso, é que eu me sinto exatamente assim. Você, Cooper, é literalmente a minha Elizabeth.

No mesmo momento, solto a respiração que eu tanto segurei por segundos, e minha boca seca. Estou sem reação, e por mais maluco que possa parecer, parece que só existe eu e ele na sala. No mundo.

— Você fez com que eu enxergasse a vida de uma maneira diferente, você me tornou vivo e o mais incrível de tudo isso, é que você nem se esforçou. Você só precisou ser você mesma para que eu me apaixonasse por você. E, caralho... eu estou apaixonado por você, e mesmo que você me rejeite, eu sei que nossa história esta longe de acabar, e mesmo que ache que não somos compatíveis, eu posso te assegurar que estou disposto a ser melhor, cada dia mais, pra você. Talvez eu não seja o homem dos seus sonhos, mas eu não ligo. Você é a garota doa meus, e eu nem sabia que os tinha até conhecer você. Pode parecer exagerado, mas é como eu me sinto, e poder dizer isso pra você me deixa tão feliz e aliviado. Mas eu vou ser mais feliz ainda se você me aceitar, se você aceitar ser minha namorada...

Estou perplexa! As palavras de Jughead atingem meu coração de uma forma inexplicável, e sinto vontade até de chorar. Um sentimento novo me toma, novo e desconhecido. Estou feliz, estou com medo e estou... apaixonada.

Vejo na expressão de Jughead que ele espera impacientemente por uma resposta. Ele está vermelho e inquieto, apertando minhas mãos como se fossem bolinhas. Posso sentir ele suando frio pelo seu toque.

Em meu devaneio, 2 minutos parecem 2 segundos, e estou tão chocada que sinto vontade de rir.

— Muito bem... — O senhor Hamilton diz, e me faz perceber que eu de fato não estou sonhando. — Uma declaração para a senhorita Elizabeth não foi bem o que eu havia pedido, senhor Jones. Mas creio que vocês tem muito o que conversar.

ᴄᴏᴍ ᴀᴍᴏʀ, ᴊᴜɢ! - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora