A Protegida (Segundo livro da trilogia Salva-me)

Capítulo 8 (Jason)

Não descobri até agora como fazer isso funcionar. Não sei como vou conseguir me manter afastado, pois eu sempre fiz tudo errado. Às vezes, acho que entendo tudo ao avesso, mas de uma coisa eu tenho certeza, a felicidade não depende só dos caminhos que escolhemos seguir, mas também das pessoas que escolhemos para nos acompanhar. E eu queria Angel ao meu lado.

Sempre.

Não conseguia mais imaginá-la longe ou em perigo. Só de cogitar a ideia dela machucada, eu tinha vontade de sair matando por aí.

Quando a vi cantando aquela música, simplesmente travei. Foi nesse mero instante que percebi que realmente estava apaixonado. Foi a primeira vez que senti meu coração sussurrar: É ela.

Nunca imaginei amar alguém assim, com tanta intensidade, nem sabia que tinha essa capacidade. Quando fui ao seu quarto na mesma noite, e a vi deitada encolhida de frio, meu único pensamento foi me deitar com ela e aquecê-la. Eu não queria que nada fizesse mal a ela, nada a fizesse sofrer. Só queria mantê-la segura. Mas no caso agora, era eu quem estava fazendo-a sofrer. Era eu quem estava fazendo mal a ela.

Minhas emoções estavam em turbilhões, já não conseguia controlar a fera que existia em mim. Horas eu pensava em correr para ela e abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem. E em outras eu queria literalmente sumir e deixá-la viver sua vida, longe de um psicopata louco como eu, porém eu era egoísta demais para escolher a segunda opção. Eu a queria para mim.

A saudade me consome cada dia mais. Tem saudade que parece um tiro, um tiro no meio do peito. Vê-la de longe, já não é mais o suficiente, e depois de ter visto como ela ficou quando começou a cantar a música que cantei para ela, eu soube que precisava tocá-la, senti-la perto de mim.

Agora mais do que nunca ela está em perigo, o Sombra da Noite está mais próximo do que poderíamos imaginar.

"E o que eu faço para ela me perdoar? Para mantê-la a salvo?".

Levantei da minha cama, e peguei uma folha branca do caderninho de anotações que estava no criado mudo ao lado da cabeceira da cama. Escrevi um bilhete, rezando para que isso fosse o suficiente para que Angel soubesse que eu estava ali e que daria um jeito em tudo.

Ela está em perigo por minha causa, mas eu não deixaria que nada a machucasse, nem que para isso eu tivesse que me transformar na pior versão de mim.