Capítulo 30 (Jason)

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O choque de ouvir o choro foi tão grande que derrubei o buquê de flores no chão, e sem pensar duas vezes, escancarei a porta da casa da Angel com um chute. Segui apressado ouvindo de onde o gemido abafado vinha. "Era Angel, só podia ser". Ela estava em perigo.

Entrei na cozinha e passei reto indo para a garagem. Seguindo o som de gemidos sufocados. Liguei a luz e encontrei Maria amarrada e amordaçada encostada num canto da parede da garagem. Seu estado apavorado me deixou em pânico.

"Cadê, minha Angel?"

Me ajoelhei junto a pobre coitada que tremia e chorava e tirei a mordaça da sua boca.

— Jason, eles a levaram! — Ela disse em meio ao choro.

— Quem a levou, Maria?

— O tio!

O choque congelou meu corpo. Todas minhas certezas se infiltraram em mim. Como deixei o Sombra da Noite usar Angel assim, bem embaixo do meu nariz. Sabia que minha intuição não era falha quando vi aquela foto. O sorriso de Robert Petrova era o mesmo sorriso do maníaco que me prendeu naquele lugar. Como pude ser tão burro?

— Pra aonde a levaram, Maria?

— Não sei. — Ela sufocou um soluço.

— Eles não falaram nada? Tente se lembrar, Maria!

Ajudei-a levantar-se e desatei as cordas de seus punhos.

— Algo sobre uma prisão, talvez. Desculpe não poder ajudar. — Ela tremia e sua voz saia entrecortada pelos profundos suspiros que dava.

— Tudo bem, já sei onde eles a levaram! — Ajudei-a sentar numa cadeira na cozinha. — Maria fique aqui na casa, não ligue para a polícia e nem para mãe da Angel ainda. Vou atrás dela, se eu não voltar em duas horas, então você pode ligar. E diga que foi Robert Petrova que a sequestrou. Ok?

— Tudo bem.

— Acalme-se, eu vou trazê-la de volta. Seu carro está aqui?

— Sim, pode pegar. É o Mazda cinza que está estacionado lá na frente.

— Ok. Obrigado.

Sai pela porta da frente e dispensei a limusine, seria muito complicado e chamaria muita atenção chegar à antiga empresa Petrova de limusine. O carro de Maria apesar de antigo e lento, era um veículo prático.

Nunca dirigi tão rápido. Passei pelos carros na via costurando todos que eu conseguia. Apertava tanto o volante que minhas mãos estavam ficando vermelhas e as veias azuis se sobressaltando. O meu pé quase atravessava o chão do carro de tanto que empurrava o acelerador, mas o maldito carro não corria mais do que isso. A minha frente ainda para ajudar a situação havia um engarrafamento.

— PORRA! — Gritei socando o volante, o carro parando.

Olhei e vi jovens arrumados e sorrindo dentro de alguns carros, estavam indo para o baile assim como Angel deveria. Hoje era para ser a sua noite de princesa, e por minha culpa, sempre por minha culpa, ela estava em perigo.

— Droga! — Gritei enfurecido socando o volante novamente.

Apertei a buzina, mas não tendo efeito algum em mover os carros da minha frente.

Saí do carro o abandonando na via.

— Ei, você! Não pode deixar o carro aí. — Alguém gritou.

Olhei para trás vendo que no carro de trás ao meu, o ex-namorado da Angel, gritava de seu Porche, todo empertigado.

Bufei de raiva e fui até ele. Conforme me aproximava com meu olhar ameaçador o encarando, ele se encolhia. Arranquei-o de dentro do carro e o ergui do chão pelo colarinho, minha cara de fúria foi o suficiente para fazê-lo tremer. Mas o cara não tinha culpa de eu ser o que sou e ter metido Angel nisso. Na verdade até deveria agradecer o cara. Depois que ele traiu Angel, deixou o caminho livre para mim.
Larguei o merda no chão que me olhava com olhos arregalados. A moça loira sentada no banco do passageiro era a garota que Angel odiava. A garota já estava batendo cílios para mim. Que cara idiota por ter trocado Angel por essa vadia. Pobre coitado, o destino iria se encarregar de puni-lo.

A Protegida (Segundo livro da trilogia Salva-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora